As bases para a evolução do Prosub-EBN

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Prédio Principal do Estaleiro de Construção de Submarinos

Em Março de 2013, a Marinha do Brasil (MB) inaugurava em Itaguaí – RJ, a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas – UFEM, a primeira unidade fabril do complexo industrial do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) e, em Dezembro de 2014, inaugurou o Prédio Principal do Estaleiro de Construção de Submarinos, na área Sul do empreendimento.

Para a Marinha e, especialmente, para o Brasil, estes eventos constituem marcos importantes do Programa, visto que cada etapa cumprida representa mais um passo concreto para a construção do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear.

Após a entrega e operação da UFEM, a Marinha e a Odebrecht concentraram todos os projetos e atividades da obra do Prosub-EBN no planejamento, desenvolvimento e execução das instalações do Estaleiro de Construção, o Estaleiro de Manutenção, a Base Naval e o Complexo Radiológico. Neste período, o aprimoramento da gestão do Estaleiro e Base Naval (EBN) foi crescente, haja vista que toda a experiência obtida na execução da UFEM pôde ser revisada, aperfeiçoada e aplicada nas etapas subseqüentes do programa.

Prédio Principal do Estaleiro de Construção de Submarinos

O processo da engenharia simultânea adotado no Prosub-EBN, ao propiciar a sobreposição de atividades, em diferentes estágios, e a revisão e correção de vários aspectos do projeto, possibilitou a obtenção de maior celeridade, eficiência e qualidade na construção das instalações.

Para o Contra-Almirante Newton de Almeida Costa Neto, Gerente do Empreendimento Modular da Construção do Estaleiro e da Base Naval, as crescentes melhorias implementadas no programa, especialmente aquelas derivadas da gestão do Prosub-EBN, são fruto do conhecimento crescente adquirido pela Marinha no passado e no presente. “Buscamos em outras áreas do conhecimento e até mesmo em outros países, a expertise e a capacitação necessárias para identificar possíveis falhas ou restrições no desenvolvimento do programa e corrigi-las no projeto porque, em se tratando de um programa de longa duração e alto investimento, não podemos considerar e tampouco admitir a possibilidade de retrabalho em qualquer etapa do empreendimento.”

Almirante Newton assinala ainda, que neste processo de aperfeiçoamento e melhoria da gestão, a Marinha, além de empreendedora do PROSUB, adquiriu maior autonomia, tornando-se uma participante atuante na definição dos diferentes aspectos inerentes ao projeto e à execução do EBN. Com a evolução do programa, a presença da Marinha em Itaguaí cresce paulatinamente, preparando não só as bases para a continuidade da obra como também para a operação do complexo industrial. A ocupação de 640.000 m2 na Baía de Sepetiba, com o aterro marítimo de grande parte da área; a logística de implantação e construção do EBN; e o volume de pessoas envolvidas nas etapas da obra e do processo industrial e operacional do submarino determina a dimensão do empreendimento, bem como, a importância e a responsabilidade da Marinha no processo de crescimento da região de Itaguaí.

CA Newton junto ao Ministro da Defesa Jaques Wagner durante visita a EBN

Nesse contexto, a Marinha desempenha um importante papel na integração entre os diferentes ‘atores’ do desenvolvimento local, quais sejam: a comunidade; os órgãos municipais e estaduais; as empresas ali estabelecidas; as concessionárias de energia, água e serviços públicos; entre outros. E, em conjunto com os segmentos ali presentes, a Marinha procura atuar em diferentes canais: na motivação de discussões em diversas áreas com influência no município; no apoio às iniciativas e ações que contribuam para a melhoria da infraestrutura local no âmbito da segurança, saúde, educação, mobilidade urbana, entre outros; no fomento à geração de melhores oportunidades para a população, por meio da capacitação e qualificação e da geração de empregos; e ainda, na preservação do meio ambiente. “A região de Itaguaí vive, hoje, o início de uma grande transformação social e econômica”, observa Almirante Newton, “e a Marinha, ciente de sua responsabilidade nos rumos deste crescimento regional, quer deixar a sua contribuição para o alcance de um desenvolvimento sustentável”.

Na esfera regional do empreendimento, o Almirante Newton assinala que os recursos empregados pela Marinha nos programas sociais e ambientais do Prosub-EBN extrapolam o cumprimento das exigências da legislação, pois visam não só à preservação e à melhoria das condições ambientais locais, como também, à construção e à operação correta e segura do empreendimento. Em nível nacional, o Programa envolve a sociedade como um todo e inclui questões de maior abrangência, muitas vezes polêmicas. “A transparência da Marinha na condução do PROSUB, a prestação de contas e a divulgação de informações sobre o empreendimento são essenciais para o alcance do nosso objetivo final. Ao elucidarmos os diversos segmentos da sociedade acerca do conceito e da filosofia do PROSUB, dos benefícios gerados pelo Programa e do seu retorno para o Brasil, estaremos demonstrando à Nação, a importância do PROSUB no contexto do desenvolvimento e do crescimento nacional, a médio e longo prazo.”

A estrutura gerencial da Marinha

A estrutura organizacional do PROSUB é dividida em empreendimentos modulares conduzidos em diferentes gerências sob uma coordenação única, a COGESN – Coordenadoria do Programa de Desenvolvimento do Submarino com Propulsão Nuclear, subordinada ao Diretor Geral de Material da Marinha. No Empreendimento Modular da Construção do Estaleiro e da Base Naval, a organização gerencial é formada por um número reduzido de profissionais, pois conforme instrução da Marinha, o PROSUB, assim como todos os demais empreendimentos da MB, conta com o suporte das diretorias técnicas existentes na própria estrutura da Força.

Almirante Newton assinala que ao longo do desenvolvimento do projeto, a composição das equipes técnicas do Prosub-EBN sofre constantes adequações, visando otimizar o acompanhamento da Marinha nas diferentes fases do empreendimento. “Algumas equipes ficam mais reduzidas enquanto outras são ampliadas. A gerência de construção criada para a UFEM, por exemplo, foi extinta no término e a entrega da unidade e a gerência de construção do Estaleiro, de menor porte na ocasião, começou a crescer conforme o desenvolvimento da obra. Já as gerências de construção da Base e do Complexo Radiológico estão em processo de amadurecimento e crescerão na proporção necessária para o atendimento das respectivas demandas. Por outro lado, as equipes da gerência de Meio Ambiente, criadas no início da obra permanecerão inalteradas até o final da construção de todo o complexo industrial”, explica Almirante Newton.

“Este é um grande diferencial na Marinha na coordenação Prosub-EBN, ou seja, a utilização coerente e eficaz do conhecimento dos recursos humanos existentes e, ao contrário do que muito imaginam, não necessitamos de um número maior de pessoas nas equipes, mas de níveis de capacitação cada vez mais elevados.”

Almirante Newton destaca ainda, a importância da composição de equipes mistas, compostas com profissionais experientes e jovens, para a permanente reciclagem de experiências dentro dos grupos, a maior capacitação dos recém chegados para as demandas futuras do Programa e ainda, a permanência de um núcleo de conhecimento que possa garantir a manutenção do empreendimento. “Este é um projeto que requer expertise em diversas áreas do conhecimento e um alto nível de capacitação nas esferas construtiva, industrial e tecnológica, envolvendo toda a Marinha, a defesa do País e a sociedade brasileira. Portanto, a Marinha não está medindo esforços para conduzir o Prosub-EBN de forma correta e adotar as melhores soluções em todas as instâncias do empreendimento. Somos auditados por uma série de organismos independentes que nos apoiam no gerenciamento e no controle das diversas áreas – financeira, contábil, jurídica, ambiental e construtiva, o que nos permite corrigir qualquer falha que porventura exista”, afirma Almirante Newton.

FONTE:TechnoNews

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