As Operações Conjuntas entre China e Austrália para a Antártica

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Por: Gabriele Hernandez

Todos os países signatários do Tratado da Antártica também participam da Convenção para Conservação dosRecursos Vivos Marinhos Antárticos (CCAMLR, sigla em inglês). A Austrália possui uma divisão especial para a CCAMLR, com site próprio e um programa voltado para o continente, lançado em 2014, o “Plano Estratégico de 20 Anos para a Antártica”.

As intenções australianas são manter a liderança ambiental no continente, além de defender interesses comerciais, como a pesca sustentável em regiões propícias, e o turismo.

Para resolver inicialmente a questão ambiental com a China, a Austrália convidou autoridades chinesas ligadas a assuntos marítimos para criarem o Comitê Conjunto para Cooperação na Antártica e Oceano Austral. O Comitê é uma plataforma diplomática para cooperação com fins científicos e ambientais no Mar Austral. Apesar de ter sido criado em 2014, foi apenas em fevereiro deste ano que o primeiro encontro do Comitê aconteceu, e as prioridades do programa foram estabelecidas, como buscar o desenvolvimento de pesquisas, operações logísticas e policiamento e desenvolvimento de medidas de proteção ambiental.

A China é detentora de navios quebra-gelo de extrema importância para a navegação na região, enquanto a Austrália pretende usar a capital da Tasmânia, Hobart, como ponto de partida cada vez mais relevante para a Antártica, de diversos países que operam no continente.

As operações conjuntas podem ser uma opção diplomática, que a China vem adotando, para frear a pesca indiscriminada de peixes no Mar Austral, grande ameaça aos últimos santuários praticamente intocados do mundo.

Além disso, garante mais um ponto de apoio para a presença chinesa na Antártica, uma vez que a posição de Hobart é estratégica. Para a Austrália, as embarcações chinesas reduzem os custos logísticos para a pesca nas áreas permitidas, prática importante para o país. Resta saber se o Comitê terá força suficiente para enfrentar os interesses russos que impedem a criação de áreas de proteção na região.

FONTE: Boletim Geocorrente

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