Barco movido a energia solar da Escola Naval-UFRJ irá participar de competição internacional

Catamarã movido à energia solar da Escola Naval

Por Luiz Padilha

A Escola Naval ao longo de sua história, tem através de seu ensino de alto nível, formado os futuros oficiais da Marinha do Brasil, recebendo o conhecimento necessário para vir a ocupar os postos iniciais do oficialato da marinha do brasil. Com o intuito de incentivar os aspirantes na busca de novas soluções para o futuro, foi criado o Grêmio de Ciência e Tecnologia da Escola Naval (GCTEN), subordinado a Sociedade Acadêmica Phoenix Naval (SAPN), que tem a coordenação do Capitão Tenente Rodrigo Silva Dias.

Catamarã da Escola naval Solar team sendo preparado para o Desafio Solar Brasil

O Grêmio possui aproximadamente 40 aspirantes atrelados as atividades e tem como presidente o Aspirante Hiago Emboava Arantes dos Santos, coordenador do projeto no âmbito do Corpo de Aspirantes. Sob a coordenação do Aspirante Emboava, o grupo vislumbrou uma grande oportunidade na área de fontes de energia renováveis, e com uma demanda em crescimento nessa área, foi criado o Projeto Elysia, que visa introduzir no Corpo de Aspirantes uma plataforma de pesquisa em energia renovável, bem como o incentivo em desenvolvimento de projetos voltados para ciência e tecnologia.

Desafio Solar Brasil

Inspirado na Frisian Solar Challenge (Evento realizado a cada dois anos na região de Frísia, Holanda), o Desafio Solar Brasil surge da iniciativa de alunos e professores da UFRJ que participaram de uma das edições do evento holandês. A experiência foi suficiente para fomentar a ideia de desenvolver uma competição similar no Brasil que promovesse o desenvolvimento de tecnologia, formando jovens estudantes no uso de fontes alternativas de energia, assim popularizando a cultura marítima e promovendo o intercâmbio entre estudantes e pesquisadores.

Catamarã da ENST recebendo ajustes antes da competição

A competição é do tipo rali, onde as embarcações percorrem grandes distâncias por mar, rios ou lagoas, e são propelidas exclusivamente por motores elétricos, alimentados pela energia solar, captada por meio de painéis solares e armazenada em um banco de baterias.

Na Holanda não é apenas uma competição, mas, principalmente, um fórum de intenso intercâmbio tecnológico relacionado ao uso de energia solar para a propulsão de embarcações. O caráter internacional da competição, envolvendo equipes universitárias de diversas nacionalidades, tais como, Brasil (Escola Naval/UFRJ), Holanda (TU Delft), EUA (Carnegie Mellon), Bélgica (Antwerp Maritime Academy), Polônia (Warschau UT), China (Liyang University), dentre outras, possibilita aos integrantes das equipes vivenciar uma oportunidade única de troca de conhecimento e experiências, especialmente relevantes em sua formação.

Com um casco catamarã, surgiu a possibilidade de participar da competição Desafio Solar Brasil, como um desafio para o GCTEN. Mas o tempo era curto e eles só tinham o casco. Assim, o CT Rodrigo coordenador da SAPN levou os estudos para aquisição de equipamentos básicos que proporcionassem aos aspirantes, participar da competição, ao diretor da Escola Naval, CA Newton de Almeida Costa Neto que aprovou a iniciativa.

“Escola Naval Solar Team”

Após o excelente resultado (a equipe chegou em 3º lugar em 2016 sem nunca ter competido antes), isso foi de suma importância para o Grêmio, motivando a todos na busca de mais conhecimento e sonhando mais alto. Para poder avançar iniciou-se uma em parceria com o Pólo Náutico da UFRJ, sob supervisão do Professor e Engenheiro Alexandre Alho, visando aprimorar os conhecimentos colhidos na primeira participação em uma competição.

Firmada a parceria com a UFRJ, decidiu-se construir uma nova embarcação, desta vez monocasco, para participação em outra edição do Desafio Solar Brasil, com o objetivo de testar o novo casco e seus sistemas, já pensando na competição na Holanda. Para poder participar da competição internacional, foi criada a “Escola Naval Solar Team” (ENST), onde os aspirantes mais do que competir, terão a interação com outras equipes, buscando a aplicação ideal desta tecnologia além dos benefícios indiscutíveis quanto à redução dos impactos ambientais.

Coube ao CT Rodrigo junto com os Aspirantes buscar apoio de empresas interessadas na área de energia renovável, para poderem adquirir equipamentos mais modernos e assim obter um desempenho melhor para a embarcação.

Monocasco Almirante Tamandaré

A participação da Escola Naval Solar Team em competições, visa a aquisição de novos cascos, mais leves e resistentes, em padrões internacionais, melhorar a eficiência energética com a utilização de motores e baterias mais avançados tecnologicamente, aumentar o número de integrantes e otimizar a utilização de espaço para trabalho (oficina, laboratório) na EN. Com o protótipo monocasco Alte Tamandaré, a ENST em parceria com a Equipe Solar Brasil da UFRJ ficou em 1º lugar na última edição do Desafio Solar Brasil. A equipe da EN contou também com a ajuda das Comissões Navais Brasileiras em Washington (CNBW) e na Europa (CNBE), para a aquisição de modernos equipamentos.

Protótipo do monocasco almirante Tamandaré

A segunda embarcação monocasco está sendo preparada para a participação da Equipe Brasil, equipe esta formada por integrantes da Equipe Solar Brasil e da Escola Naval, na edição 2018 da competição de barcos solares Dutch Solar Challenge.

DUTCH SOLAR CHALLENGE 2016

A Equipe Brasil é fruto de uma parceria entre o Polo Náutico da Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Escola Naval da Marinha do Brasil, visando à complementaridade de conhecimento, competência e experiência na formação de uma equipe brasileira de competição náutica.

Num futuro não muito distante, ter embarcações para o transporte de pessoal movidas 100% por energia solar, advindas do conhecimento adquirido, nestas competições e fóruns internacionais, serão possíveis.

DUTCH SOLAR CHALLENGE 2016

A energia solar destaca-se dentre os tipos existentes de energia renovável por ser abundante e contínua. A Terra recebe diariamente quantidades imensas de energia através da radiação solar, a qual pode ser convertida em eletricidade através de células fotovoltaicas. Em países desenvolvidos, encontra-se com frequência sua utilização em casas, edifícios e indústrias. Na área náutica, porém, sua utilização ainda não é tão extensiva.

Todo empreendimento com fins científicos no Brasil, é carente de investimentos. Apesar de ter recebido o apoio de algumas empresas, a Equipe Brasil ainda necessita de ajuda para poder levar adiante esta importante participação. As empresas que se interessarem pelo projeto, podem entrar em contato através dos telefones:

Escola Naval – (21) 3974 -1466 (21) 3974-1460 ou (21) 96905-5795

Falar com CT Rodrigo Dias, Coordenador de Atividades Extracurriculares 

Boa sorte à Equipe Brasil e que sua participação traga para o Brasil, novos horizontes no desenvolvimento de projetos de energia renovável.

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