Batalhão Riachuelo: Adest-Eq FFE Marambaia 2020

Por Luiz Padilha

O Adestramento de Equipes da Força de Fuzileiros da Esquadra, Adest-Eq FFE Marambaia 2020 é um exercício de onde os 3 Batalhões (Riachuelo, Humaitá e Paissandu), irão se deslocar para a ilha da Marambaia, para realizar a prática de tiro com munição real. Devido ao Covid-19, ocorreu um atraso para este tipo de adestramento, o qual está sendo atualizado nessa Operação.

O Defesa Aérea & Naval teve a oportunidade de acompanhar por um dia o desenrolar do adestramento e pôde comprovar o alto grau de dificuldade imposto no treinamento dos fuzileiros e assim, poder ter a tropa 100% qualificada.

CMG (FN) Luciano Dias Dutra, comandante do Batalhão Riachuelo ao lado do Editor Luiz Padilha com o Mowag Piranha anbulância ao fundo

O CMG (FN) Luciano Dias Dutra, comandante do 1º Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais (Batalhão Riachuelo), nos recebeu na base instalada dentro da ilha da Marambaia e explicou que havia apenas uma fração de seu batalhão presente no exercício, aproximadamente 250 homens. O Batalhão Riachuelo possui um Efetivo/Lotação de 840 homens. Uma outra fração do Batalhão participou anteriormente de outro adestramento em São Pedro D’Aldeia.

O CMG (FN) Luciano nos concedeu uma rápida entrevista que você pode ouvir clicando abaixo:

 

Os exercícios foram compostos por Natação Utilitária, Fogo em Movimento, Ataque Noturno, Tiro de Combate, Tiro Institivo, Tiro com armas de apoio e Tiro Tático. Cada Batalhão possui 3 Companhias de Infantaria (CiaInfFuzNav), uma Companhia de Apoio de Fogo (CiaApF) e uma Companhia de Comando e Serviços (CCS).

Cada CiaInfFuzNav ia se revezando nos exercícios, onde os instrutores orientavam o uso dos equipamentos e avaliando o desempenho de cada fuzileiro. No exercício foi utilizado o “armamento orgânico” de cada Cia, como Pistolas, Fuzis, Metralhadoras Leves (Minimi), equipamento Anti-Carro (AT-4), Granadas de mão, Granadas de bocal, Granadas 40mm, Espingardas Militares, Metralhadoras a Gás e Morteiros de 60mm.

Tudo o que não é “orgânico” da CiaInfFuzNav, é da CiaApF. Por isso é que o exercício de tiro com as outras armas faz parte da instrução de “Tiro com armas de apoio”.

As armas de apoio fazem parte da Companhia de Apoio de Fogo e são:
. Metralhadora Pesada (MtrP) 0.50
. Morteiro 81mm (Mrt81)
. Mísseis Anti-Carro (MAC)

Neste exercício só foi utilizada a Metralhadora 0.50, pois as outras armas já tinham sido usadas em exercícios anteriores.

Na base instalada para o exercício, haviam 2 barracas Hospital totalmente equipadas para a eventualidade de um militar ferido necessitar de atendimento. A equipe médica presente está pronta inclusive para pequenas cirurgias afim de estabilizar o militar ferido e prepará-lo para a evacuação, que tanto pode ser via lancha até Itacuruçá onde 2 ambulâncias estão de prontidão ou por via aérea através de uma aeronave do esquadrão HU-1.

O adestramento

Na ocasião, o Capitão Tenente (FN) Freitas, nos explicou de forma clara a programação que o Batalhão Riachuelo estava cumprindo. Assista o vídeo abaixo:

O adestramento de cada Batalhão durou uma semana e nós acompanhamos um dia, por essa razão, algumas partes do adestramento nós não conseguimos registrar.

Na área A9 um pelotão se encontra recebendo instrução para o Tiro Tático com Pistola, enquanto outro já inicia o Fogo e Movimento. Nesse treinamento, os fuzileiros são divididos em grupos, onde enquanto um grupo avança, o outro executa fogo para cobrir seu avanço. E assim eles vão se alternando e avançando até o fim do circuito, que seria o embate frontal com o inimigo.

Foi um dia bastante puxado, tanto para os militares como para mim, pois eram muitas atividades ocorrendo simultâneamente, que não foi possível acompanha-las em sua totalidade, porém, com a ajuda do CMG (FN) Luciano, consegui ver inclusive com deslocamento via UNIMOG, os exercícios na área A11 e A12, onde ocorreu o treinamento com a metralhadora .50 e o lançamento de Granada de Bocal.

Acima um pouco do que perece ser um caminho fácil de se transitar, porém, a areia fina e fofa faz com que poucos caminhões consigam transpor, mas nesse caso, os UNIMOGs do CFN dão conta do recado com facilidade.

Voltando ao treinamento, os instrutores repetiam seguidas vezes as instruções de segurança para obter o melhor desempenho possível dos fuzileiros, promovendo a familiarização deles com seus equipamentos.

Ao entardecer, com a escuridão chegando, sou surpreendido por um pelotão que surge de repente para realizar o ataque noturno. 45 homens se movimentam silenciosamente até atigirem o ponto para o ataque, e é nessa hora que o silêncio acaba. Na escuridão total, os fuzileiros cerram ataque ao “inimigo”. Além da movimentação e penetração silenciosa, mais uma vez, o objetivo era a utilização de munição real, desta vez a noite, para dar ao fuzileiro a experiência do uso de seu armamento em condições extremas.

Mas a anoitecer não quer dizer que terminou, muito pelo contrário. O Batalhão preparou uma surpresa para os fuzileiros antes do treinamento de Tiro Institivo. Com som ensurdecedor de um Heavy Metal que não parava de tocar nem por 1 segundo, o pelotão foi levado ao máximo stress, simulando situação de combate com os instrutores imputando-lhes exercícios e mais exercícios, onde quem não fizesse corretamente era sancionado com mais flexões e alguns eram levados para o riacho que havia ao lado para se “refrescar” e ficar molhado, aumentando assim o nível de dificuldade. Após uma carga pesada de exercícios, um a um os fuzileiros eram levados para um estande de tiro préviamente preparado com alvos que seriam iluminados aleatóriamente, onde o fuzileiro tinha que dar 2 tiros toda vez que a luz vermelha se acendia. Não acompanhamos todos, mas os que vimos atirar, se sairam bem no treinamento. Após o treinamento, os fuzileiros passaram a noite em Bivaque (ao relento).

Assistam ao vídeo para ver como foi esse dia de treinamento do Batalhão Richuelo na ilha da Marambaia.

O acampamento

Como já explicado pelo CT (FN) Freitas no vídeo, a base foi muito bem montada com uma estrutura adequada para suportar os 3 batalhões que irão utilizá-la. Abaixo um pouco da estrutura montada.

Barraca do Comando de Operações
Militar ao lado do equipamento Siscomix

 

Militares trabalhando dentro da barraca do Controle de Operações

No dia seguinte fomos extraídos de lancha até Itacuruçá, mas os treinamentos ainda continuariam por mais 2 dias, antes da chegada do Batalhão Paissandu, que daria seguimento ao Adest-Eq FFE Marambaia 2020.

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