Comandante da Armada Argentina cai 1 mês após naufrágio do ARA ‘San Juan’

Almirante Marcelo Srur pede ao governo para deixar posto, em meio a desgaste causado pelo desaparecimento de submarino

Presidente Macri e Ministro da Defesa Aguad Foto NA

O ministro da Defesa da Argentina, Oscar Aguad, pediu, na noite de sexta-feira (15), que o comandante da Marinha, almirante Marcelo Hipólito Srur, deixasse o posto. Aguad vinha em choque com Srur desde o desaparecimento do submarino ARA San Juan, há um mês. Nos primeiros dias após o incidente, Aguad reportou ao presidente Maurício Macri que não vinha recebendo informações em primeira mão sobre as buscas do submarino por parte da Marinha -contou, inclusive, que havia recebido a notícia sobre o sumiço da embarcação pela imprensa, e não oficialmente, como determina a hierarquia.

A crise levou Macri a ir pessoalmente ao encontro de Srur para pressioná-lo; desde então, o clima entre o comandante dessa força e o Executivo vinha sendo marcado por constante tensão. Segundo informações obtidas pelo jornal “La Nación”, Srur estava sendo questionado também internamente, após despedir alguns oficiais da cúpula naval, na tentativa de não ser responsabilizado pelo incidente.

Comandante da Armada Argentina almirante Marcelo Hipólito Srur

A estratégia acabou tendo efeito contrário. Nos dias que se sucederam, subordinados dos demitidos se mostraram insatisfeitos, alguns pediram demissão, e a crise interna se agravou tanto que chegou aos ouvidos de Aguad, que só esperava um pretexto para afastar Srur definitivamente.

Ainda não se sabe quem substituiria Srur, pois seu vice-almirante, Miguel Ángel Máscolo, é um de seus mais fiéis aliados dentro da força. Novos anúncios estão previstos para a semana que vem. O ministro da Defesa vem montando, a pedido do presidente Macri, uma comissão para investigar as razões do acidente e o posterior desaparecimento da embarcação, que levava 44 submarinistas. Além de técnicos e especialistas no tema, a comissão terá ainda a participação de familiares das vítimas.

O ARA San Juan ia de Ushuaia para Mar dei Plata quando perdeu comunicação com o controle, em 15 de novembro. Mensagens reveladas posteriormente mostraram que uma entrada de água no tanque de baterias havia provocado um curto circuito com princípio de fogo.

Além da avaria interna, revelou-se a ocorrência de um “evento anômalo, singular, curto, violento e não nuclear”, consistente com uma explosão, em um ponto próximo ao do desaparecimento.

FONTE: Folha de São Paulo

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