EGN: A missão de ensinar a guerra aos marinheiros

2015-12-10 Cerimonia de encerramento do Curso de Política e Estrat[egia Mar[itimas e do Curso de Estado-Maior para Oficiais Superiores Foto: Felipe Barra

Cerca de mil alunos, distribuídos em cinco cursos, inclusive um mestrado strictu senso em Estudos Marítimos, que é aberto ao público, qualificam-se anualmente na Escola de Guerra Naval (EGN). E, na noite de quinta-feira (10), 158 homens e mulheres puderam receber o seu reconhecimento. Dois dos principais cursos da Escola foram encerrados: o Curso de Política e Estratégia Marítimas (C-PEM) e o Curso de Estado-Maior para Oficiais Superiores (C-EMOS).

O ministro da Defesa, Aldo Rebelo, e o comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, participaram da solenidade e fizeram a entrega das medalhas Prêmio “Escola de Guerra Naval”. O ministro falou aos formandos sobre a importância da pesquisa e destacou o pioneirismo de nomes da Marinha, como do almirante Álvaro Alberto da Mota e Silva, criador do CNPQ e pai do Programa Nuclear Brasileiro, e lembrou que a Marinha do Brasil construiu e projetou o primeiro computador do País.

Aldo Rebelo também reforçou seu compromisso com a Força. “O Ministério da Defesa empenhará as suas energias, a sua capacidade para que não falte à Marinha do Brasil os meios necessários para prosseguir com seus programas estratégicos, para que a escassez de recursos não comprometa nem os meios materiais, nem a dignidade da história e da trajetória da nossa Marinha”.

O almirante Leal Ferreira destacou o papel da Escola na formação de oficiais nas novas dinâmicas mundiais: “Compreender o nosso tempo e buscar formas de lidar com as circunstâncias sempre mutantes têm levado com que a EGM, ao longo de sua centenária história de preparação de chefes navais, promova discussões sobre os temas fundamentais para o País, sua relação com o mar e, muito especificamente, sobre os aspectos navais da defesa nacional”, disse aos formandos o comandante da Marinha.

Desde abril de 2014, a Escola é dirigida pelo contra-almirante Antonio Fernando Garcez Faria que, em sua saudação aos formandos, falou da constante busca da aperfeiçoamento profissional da Força. “A Marinha do Brasil oferece aos seus oficiais e praças, ao longo de suas carreiras, os mais variados cursos e estágios e tem por meta o aprimoramento de sua força de trabalho, visando o desenvolvimento de uma Marinha moderna, equilibrada e perfeitamente inserida no cenário do mundo atual”

Curso de Política e Estratégia Marítimas

O Curso de Política e Estratégia Marítimas prepara capitães-de-mar-e-guerra, coronéis de outras Forças e servidores civis assemelhados para cargos da alta administração naval. Nesse curso estão os futuros oficiais generais.

Durante o curso, alunos analisam os arranjos de Forças atuais e as necessidades futuras da Marinha para o atendimento da Política de Defesa Nacional. A duração é de um ano letivo.

Este ano foram 37 graduandos, sendo 31 oficiais da Marinha do Brasil, dois do Exército, um da Força Aérea, um da Marinha Mercante e dois servidores civis de nível superior da Marinha.

O aluno André Moraes Ferreira, capitão-de-mar-e-guerra, recebeu o prêmio Escola de Guerra Naval, por concluir o curso com distinção. Oficial hidrógrafo, ele ingressou na Escola Naval em 1986 e conta que escolheu a Marinha porque sempre teve um encanto pelo mar. Já esteve na Antártica, África do Sul e Namíbia e em fevereiro segue para o Chile com a família. “Eu só tenho alegrias para contar”, diz ele.

Curso de Estado-Maior para Oficiais Superiores (C-EMOS)

O Curso de Estado-Maior prepara capitães-de-fragata ou capitães-de-corveta para o exercício de funções de estado-maior e assessoria de alto nível. Há participação de oficiais de marinhas amigas, mas não de civis ou de oficiais de outras Forças.

Durante dez meses, este curso enfatiza o planejamento em nível operacional e as suas vinculações com os níveis tático, estratégico e político.

Em 2015, formou 121 homens e mulheres: 110 oficiais da Marinha e onze oficiais de marinhas amigas: Angola, Argentina, Bolívia, Chile, Coreia do Sul, México, Moçambique, Namíbia, Paraguai, Peru e Venezuela. Pela primeira vez, três mulheres realizaram este curso.

No Brasil desde fevereiro, o capitão-de-corveta Matheus Tukwafeleni Haimbodi conta que esta é sua segunda experiência no País. Ele cursou a Escola Naval de 2000 a 2007 e agora irá retornar para a África. Apesar da saudade da esposa e dos dois filhos, diz o curso engrandece e que novos desafios, novas responsabilidades e expectativas surgem. “A Marinha espera que você cresça”, explica o oficial.

Também estiveram presentes na cerimônia o Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, almirante-de-esquadra Ademir Sobrinho; almirante-de-esquadra Alfredo Karam; ex-ministro da Marinha, almirante-de-esquadra Roberto de Guimarães Carvalho; e demais autoridades.

Histórico

Em 1911, o presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca assinou o decreto que criou o Curso Superior de Marinha, dentro da estrutura da Escola Naval”. Em 1914, com a transferência da Escola Naval para Angra dos Reis, foi criada a Escola Naval de Guerra.

FONTE e FOTOS: MD

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