EUA e Argentina vão cooperar para combater a pesca ilegal chinesa

OPVs da Marinha Argentina irão operar com a Guarda Costeira dos EUA

A partir de abril, a Guarda Costeira dos EUA e a Armada Argentina (ARA) começarão a realizar exercícios conjuntos com o objetivo de combater a pesca ilegal chinesa no Oceano Atlântico.

Argentina, Chile e Peru criticaram as embarcações operadas pela China pela pesca invasiva em larga escala em suas águas territoriais sem regulamentação, o que, segundo os países sul-americanos, está esgotando os estoques de peixes e prejudicando a biodiversidade natural do sudoeste do Atlântico. Trata-se de uma área chave de nidificação para aves marinhas e de alimentação para mamíferos marinhos.

Imagem de um pesqueiro chinês no Atlântico Sul

A Guarda Costeira dos EUA enviará seu destroier USS James E. Williams (DDG 95) para trabalhar com as embarcações argentinas, a fim de coibir essas práticas de pesca.

De acordo com dados da organização não governamental (ONG) Global Fishing Watch, cerca de 3.000 barcos de pesca em águas profundas operam sob a bandeira chinesa em todo o mundo, incluindo cerca de 400 no sudoeste do Atlântico, muitas vezes tendo como alvo lulas argentinas e peixes-dente da Patagônia. A ONG afirma que a atividade das embarcações chinesas no sudoeste do Atlântico aumentou de 61.727 horas por 500 quilômetros quadrados, em 2013, para 384.046 horas, em 2023.

USS James E. Williams (DDG 95) – Foto: Bart Jackson

Desde 1986, as autoridades argentinas apreenderam 80 embarcações de bandeira estrangeira que pescavam em suas águas, inclusive afundando navios chineses e taiwaneses.

O próximo destacamento conjunto entre os Estados Unidos e a Argentina para combater a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada (INN), principalmente por embarcações pesqueiras chinesas, faz parte de um esforço global e contínuo para fortalecer as parcerias de segurança marítima. Em 2020, os Estados Unidos lançaram uma nova estratégia para combater a pesca INN, e a Guarda Costeira dos EUA está liderando esse esforço. Na América do Sul, já foi intensificada a cooperação com Chile, Equador e Peru.

“As províncias produtoras da Patagônia alertaram sobre a grave situação da pesca ilegal e o presidente Milei tem uma posição muito clara em relação à China”, disse à VOA Mandarín Gabriela Ippolito O’Donnell, professora de Ciências Políticas da Universidade Nacional de San Martín, na Argentina.

“O presidente Milei está, sem dúvida, em sintonia com os Estados Unidos.”

FONTE: Diálogo Americas

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