Por Tim Martin
World Defense Show 2024 – O estaleiro italiano Fincantieri se comprometeu a construir fragatas multifuncionais FCx30 em 32 meses, um prazo de produção agressivo que, segundo a empresa, é possível graças à introdução de uma abordagem de fabricação modular separando o navio do mastro prédio.
Com base no projeto de navio da classe Doha/Al Zubarah do Catar, os navios FCx30 serão oferecidos aos clientes, incluindo a Arábia Saudita – considerada uma prioridade de vendas – em três configurações: leve, guerra anti-submarina (ASW) e completa, de acordo com uma apresentação da Fincantieri na segunda-feira no World Defense Show.
O conceito de modularidade, impulsionado pelo gêmeo digital FCx, uma versão computadorizada do projeto do navio, seria “alimentado com dados reais” do navio físico, uma vez construído, para que os engenheiros pudessem otimizar hardware e software, fazer uso de inteligência artificial ou potencialmente“ repensar as especificações”, disse o CEO da Fincantieri, Pierroberto Folgiero.
Um plano para construir o casco e o mastro do FCx em paralelo significa que os testes do sistema de gerenciamento de combate do navio, integrado no mastro, podem começar muito mais cedo, em comparação com o processo de fabricação mais tradicional e demorado de integração do mastro após a conclusão do casco.
Folgiero disse ao Breaking Defense que a abordagem de modularidade também reduz o tempo de produção contra uma tendência geral do mercado de fragatas de 40 meses, e ele “acredita fortemente” que a Arábia Saudita se destaca como um “possível mercado chave” para garantir uma venda futura da FCx30.
“Não é um tiro no escuro”, disse ele sobre esse potencial acordo, ao mesmo tempo em que enfatizou que o escritório da empresa em Riad está pronto para apoiar uma fase de licitação, caso a Arábia Saudita decida solicitar uma aquisição competitiva de fragata.
Ele explicou que caberia às autoridades de defesa da Arábia Saudita falar sobre o interesse específico num programa de aquisição de fragatas, mas que Riade tem sido aberta sobre o “aumento da capacidade naval” em geral, juntamente com a Visão 2030 que visa o aporte de 50 por cento dos gastos de defesa no Reino.
A Fincantieri está trabalhando em um acordo com a Sofon, a nova autoridade nacional de construção naval da Arábia Saudita. Os acordos Sofon são essenciais para que os construtores navais internacionais sejam elegíveis para novos contratos navais.
“Sofon será o carro-chefe da marinha e da indústria naval na Arábia Saudita. Eles têm uma enorme instalação de construção naval na costa leste”, explicou Ahmad Abdulaziz Al-Ohali, governador da Autoridade Geral das Indústrias Militares (GAMI). “Estamos trabalhando em estreita colaboração com eles, orientando-os e apoiando seu trabalho com empresas internacionais. Empresas internacionais de renome no setor naval.”
Olhando mais de perto as três configurações de design modular do FCx, a versão light cobrirá operações de busca e salvamento, polícia, ataque, contra-pirataria, manutenção da paz e interceptação marítima.
Uma configuração ASW abrangeria não apenas o papel anti-sub, mas também a coordenação química, biológica, radiológica, nuclear e de explosivos de alto rendimento e a coordenação de vigilância. A versão completa da fragata abordaria a coordenação e reconhecimento de ataques marítimos e a interdição aérea de alvos marítimos.
A Fincantieri ainda não recebeu um pedido firme de FCx, mas o navio também está sendo considerado pela Grécia para o programa de corvetas de € 1,5 bilhão (US$ 1,58 bilhão) da Marinha Helênica.
“A Fincantieri continua interessada na Grécia”, disse um porta-voz da empresa em comunicado na terça-feira. “Apresentamos a melhor corveta disponível no mercado, um modelo comprovado e de última geração. Aguardamos com grande interesse novos desenvolvimentos por parte do governo grego.”
Agnes Helou, do Breaking Defense, contribuiu para este artigo.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: Breaking Defense