Gripens brasileiros sairão de fábricas brasileiras, diz diretor da Saab

7

Empresa sueca confirma que Embraer será a montadora dos aviões que serão entregues à Força Aérea

O vice-presidente de aeronáutica da Saab, Lennart Sindahl, estava em reunião com clientes, na Suécia, na quarta, 18, quando começou a receber telefonemas do Brasil informando que a empresa havia sido vitoriosa na concorrência para fornecer os novos caças da Força Aérea Brasileira. Dois dias depois, na manhã desta sexta, Sindahl desembarcou em Brasília para as primeiras reuniões com o governo brasileiro. Em entrevista à DINHEIRO, ele confirmou que os aviões serão desenvolvidos em conjunto entre os dois países, e que as unidades que voarão nos céus brasileiros serão produzidos no País.

Qual é a importância do Brasil para a Saab?

A indústria sueca tem uma longa relação com o Brasil, a família controladora da Saab tem investimentos no Brasil. Já temos parcerias com a Embraer no Sivam, e exportamos esse sistema para a Grécia e o México. É uma honra para a Saab e o Gripen ser selecionado por uma das maiores nações do mundo, uma economia em crescimento.

O Gripen NG será um avião sueco-brasileiro? Os dois países irão desenvolver o avião em conjunto?

Sim. O Brasil está entrando no projeto exatamente no ponto em que estamos desenvolvendo. Os Gripens brasileiros sairão de fábricas brasileiras.

O quanto brasileiro eles serão? Qual a parcela do contrato que será desenvolvida aqui?

Ainda estamos discutindo, mas será substancial. Cinco países já usam os aviões Gripen, e este número vai aumentar, porque estamos finalizando uma venda para a Suíça. As exportações estão muito boas e devem aumentar. Pelo menos uma parte desses aviões será brasileira.

Haverá uma transferência real de tecnologia para a indústria brasileira?

Sim, com certeza. Desde o início das ofertas isto estava bem claro que a transferência era um ponto muito importante para o Brasil. O Gripen era o único programa que ainda está em desenvolvimento, por isso será feito em conjunto. Isso aumenta as possibilidades de desenvolvermos o projeto em conjunto.

Quantos serão os parceiros brasileiros?

Ainda estamos negociando, mas são vários. Os principais são a Embraer e a Akaer. Começamos a conversar sobre isso com a Força Aérea Brasileira.

Este contrato pode impulsionar a indústria de defesa brasileira?

Se olharmos a história da aviação brasileira, ficamos muito impressionados com a capacidade da Embraer, por exemplo, que é um player global, e muito bem sucedida. O mesmo deve acontecer com a indústria de caças, e isso pode impulsionar uma indústria de defesa no Brasil, com grande potencial econômico.

Parte da produção da Akaer será feita em São Bernardo do Campo?

Não sabemos ainda. Estamos discutindo com o prefeito de São Bernardo do Campo, que quer criar um polo deste tipo na cidade.

Fonte: Isto É Dinheiro – Denize BACOCCINA

Sair da versão mobile