Jogos Olímpicos terão maior plano de segurança já realizado no Rio de Janeiro

BALÃO "ESPIÃO" DA ALTAVE: DOTADO DE CÂMERAS COM CAPACIDADE PARA CAPTAR PRESENÇA HUMANA A 13 KM DE DISTÂNCIA -FOTO: DIVULGAÇÃO/ALTAVE
BALÃO “ESPIÃO” DA ALTAVE: DOTADO DE CÂMERAS COM CAPACIDADE PARA CAPTAR PRESENÇA HUMANA A 13 KM DE DISTÂNCIA -FOTO: DIVULGAÇÃO/ALTAVE

Por Equipe Caminhos para o Futuro

Operação inclui 85 mil homens, 3.500 câmeras e até quatro “balões espiões”, criados por startup paulista.

Daqui a um ano, quando for dada a largada para os Jogos Olímpicos no Rio, olhares de todo o mundo se voltarão para a transmissão das corridas, lutas, saltos, saques, remadas, abraços e lágrimas, sejam elas de derrota ou de vitória. Nos bastidores, uma equipe de policiais também não vai tirar os olhos das telas – mas, em vez dos jogos, vai acompanhar as imagens provenientes de 2.000 câmeras espalhadas pela cidade, além de outras 1.500 instaladas em viaturas e também mais quatro a bordo de “balões espiões”.

O equipamento é uma das principais novidades no esquema montado para garantir a segurança da população e dos visitantes. Estima-se que o Rio de Janeiro receba quase meio milhão de turistas durante os jogos, que ocorrem de 5 a 21 de agosto de 2016.

Os balões sobem até uma altura de 100 metros do solo e contam com câmeras de alta resolução, capazes de detectar a presença humana a 13 km de distância. Para se ter uma ideia, isso equivale a ir do aeroporto Santos Dumont a Ipanema, na zona sul do Rio; ou do aeroporto de Congonhas à Praça da Sé, no centro de São Paulo.

A câmera, configurada inicialmente para ações militares, também conta com infravermelho para registrar imagens durante a noite. O equipamento é resistente a tiros já foi testado pelo Exército na favela da Maré e na final da Copa das Confederações, em 2013, no Maracanã.

À frente da ideia está a Altave, uma startup fundada em 2011 por jovens engenheiros do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), incubada na Incubaero e apoiada por órgãos como o CNPq. Um detalhe curioso é que os balões da empresa já alçam voo em cenários bem mais bucólicos – uma versão foi desenvolvida para o monitoramento de propriedades rurais. Nesse caso, as câmeras ajudam a identificar queimadas, por exemplo, e acompanham o deslocamento de animais.

No Rio, os balões serão instalados nas quatro áreas de competição: nos parques olímpicos da Barra da Tijuca e Deodoro (ambos na zona oeste), Maracanã (zona norte) e Copacabana (zona sul). As unidades, que devem ser entregues no fim deste mês, foram adquiridas pelo Ministério da Justiça, que investiu R$ 350 milhões em segurança nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos (que serão realizados de 7 a 18 de setembro).

Os Jogos Olímpicos Rio 2016 contarão com a maior operação de segurança já realizada na história da cidade, numa ação integrada de diversos órgãos. Aproximadamente 85 mil homens estão sendo preparados para o evento, incluindo membros das Forças Armadas, Polícia Federal, Polícia Militar, Guarda Municipal, Força Nacional de Segurança e Departamento Penitenciário, entre outros.

Só das Forças Armadas serão 38 mil pessoas em todo o País – 20 mil ficarão no Rio e atuarão com ênfase na região de Deodoro. O complexo esportivo fica numa área que pertence ao Exército e fica ao lado da Vila Militar. E uma preocupação é sua proximidade com quatro favelas onde há confrontos frequentes (os morros do Chapadão, Pedreira, Lagartixa e Quitungo).

Já o Governo do Estado contará com um efetivo de quase 25 mil profissionais, incluindo policiais militares, civis, bombeiros e integrantes da Defesa Civil. Parte deles (cerca de 7.600) está sendo capacitada em cursos como antiterrorismo, análise de risco, controle de massa e idiomas. Até agora, já foram investidos R$ 750 milhões no setor, e mais R$ 300 milhões devem ser destinados a melhorias de infraestrutura para a tropa e equipamentos, como delegacias móveis e imageadores aéreos para monitoramento via helicópteros. O principal ponto de toda essa operação de segurança será o Centro Integrado de Comando e Controle, para onde serão enviadas, em tempo real, as imagens dos “balões espiões”.

Após os Jogos, os balões serão doados ao governo do Rio – um dos muitos avanços que permanecerão na cidade depois que a tocha olímpica for apagada.

FONTE: ÉPOCA Negócios

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