Marinha chilena confirma invasão de piratas chineses em sua costa

Em abril, o navio pirata chinês Lu Rong Yuan Yu 668 conseguiu fugir para as águas argentinas. (Twitter)

Por Oriana Rivas

A presença de piratas chineses em águas chilenas já havia sido detectada meses atrás por pescadores e pela Guarda Costeira dos Estados Unidos. No entanto, a Marinha do Chile evitou oficializar esse aviso.

A presença ilegal dessas embarcações chegou a ser negada pela Marinha do Chile, que alegou estarem ainda em águas internacionais na costa do Peru e do Equador.

Enquanto isso, os navios asiáticos saquearam tudo em seu caminho, eliminando a fauna marinha com a atividade de pesca ilegal descontrolada.

Mas a posição da Marinha chilena mudou quando o comandante Andrés Gallegos confirmou a presença de dois navios chineses em sua costa.

Os barcos são dedicados à extração de lulas. Eles estavam cruzando a Zona Econômica Exclusiva do Chile naquela data, rumo ao sul, informou o Infobae.

A nova informação divulgada pela instituição militar acrescenta que existem 430 embarcações na mesma área, mais do que estimaram os EUA e organizações independentes.

Com os radares desligados, esses barcos entram nas águas de outros países para pescar de forma incontrolável. A própria prática causou desolação no Mar de Bohai, localizado no próprio nordeste da China, em 2018.

Agora, a Marinha do Chile informa 430 embarcações, das quais duas já cruzaram o Atlântico pelo Estreito de Magalhães, outras duas transitam pela costa sul do Chile e 74 foram fiscalizadas por pessoal do componente marítimo das Forças Armadas chilenas.

A nota do Infobae acrescenta que a descoberta ocorreu durante rondas de fiscalização organizadas na área de responsabilidade de busca e salvamento (SAR).

Um avião e o OPV Cabo Odger cruzaram a costa diante das regiões de Arica e Parinacota e Tarapacá, onde existe uma frota de mais de setenta embarcações chinesas.

Cabo Odger, navio patrulha da marinha chilena

Ameaça a caminho

Atualmente, o Chile é o quinto país com mais áreas marinhas protegidas do mundo (500.000 quilômetros quadrados), segundo dados da União Internacional para a Conservação da Natureza.

Tal recorde está ameaçado pelas ações do exército paralelas ao regime chinês. No mês de novembro, os Estados Unidos denunciaram que 300 navios cargueiros estavam ao largo da costa peruana praticando pesca ilegal.

Por sua vez, a ONG Oceana dedicada ao monitoramento dos mares, alertou que a frota ilegal estava no limite da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Peru e 400 milhas náuticas a nordeste da ZEE do Chile.

“O tamanho desta frota deve ser motivo de preocupação, ainda mais quando houver probabilidade de encerrar seus sistemas de identificação automática”, disse Marla Valentine, Analista de Transparência e Pesca Ilegal do escritório da Oceana nos Estados Unidos.

Mas os alertas já existiam há meses. Em abril, as autoridades marítimas argentinas detectaram um navio que pescava ilegalmente em sua costa.

O navio conseguiu evitar os controles aéreos e marítimos e fugiu, mas conseguiu ser identificado como um navio de pesca chinês chamado Lu Rong Yuan Yu 668, relata o portal Mongabay.

Exploração chinesa

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) indica que 90% dos estoques de peixes marinhos para fins comerciais já estão totalmente explorados,  diz Mongabay.

A perversão da China atingiu níveis de extinção, outro caso sendo o do arquipélago de Zhoushan no Mar da China Oriental. Ele ficou tão arrasado que os pescadores chineses tiveram que ir mais longe, especificamente para o sul do Pacífico.

“O interessante é como eles fazem agora para manter esses navios em alto mar por dois anos ou mais. Esses grandes petroleiros possuem, transhippers, adaptados para refrigerar milhares de toneladas. Então, eles tiram os peixes desses barcos, deixam combustível, comida e depois voltam para a China. Eles não existiam antes, mas nos últimos anos triplicaram”, diz a diretora da Oceana, Liesbeth van der Meer.

FONTE: Panam Post

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