Navio chinês leva equipamentos para nova base brasileira na Antártida

Foto © AFP 2016/ VANDERLEI ALMEIDA
Foto © AFP 2016/ VANDERLEI ALMEIDA

Os equipamentos para reconstrução da Estação Antártica Comandante Ferraz devem desembarcar de um navio vindo da China a partir de dezembro.

Ao custo de US$ 99,6 milhões, a nova base será construída pela empresa estatal Corporação Chinesa de importações e exportações eletrônicas (Ceiec, na sigla em inglês), vencedora da licitação.

Esta semana, o secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Elton Zacarias, acompanhou uma delegação composta por membros dos poderes Executivo e Legislativo até a base chilena na Antártida.

“O objetivo era visitar a região da base brasileira, mas, por questões climatológicas, fomos impedidos de continuar a missão. É interessante observar que vários países possuem bases lá e têm muito interesse em explorar e desenvolver pesquisas na região”, disse, ressaltando que a missão permitiu que os membros do governo e parlamentares tivessem a dimensão do Programa Antártico Brasileiro (Proantar) e da sua importância para o desenvolvimento de pesquisas.

Com uma área de aproximadamente 4,5 mil metros quadrados, a nova estação contará com 17 laboratórios, ultrafreezers para armazenamento de amostras e materiais usados nas atividades científicas, setor de saúde, biblioteca e sala de estar. A área de pesquisa científica foi projetada para atender a uma multiplicidade de exigências, com prioridade para os projetos do Proantar.

Em fevereiro de 2012, a base brasileira foi destruída por um incêndio que matou dois militares. A estrutura física teve cerca de 70% de suas instalações consumidas pelo fogo que teve início na praça de máquinas da unidade, onde funcionavam os geradores de energia elétrica da estação.

“Hoje, a base do Brasil lá é provisória. Foi contratada uma infraestrutura do Canadá e o contrato termina em dois anos. Com a chegada dos equipamentos da China, a meta é que a nova base esteja pronta até 2018”, afirmou Zacarias. Todo o custo da construção da nova base, desde a infraestrutura à logística, é financiado pela Marinha do Brasil e pelo Ministério da Defesa. O Ministério da Ciência financia as pesquisas e os cientistas mantidos na base.

Desde 1975, o Brasil faz parte do tratado estabelecido em 1959 por países que reivindicaram a posse de partes continentais da Antártida e se comprometeram a suspender seus interesses econômicos por período indefinido, e fazer uso somente de exploração científica do continente em regime de cooperação internacional. Nesse sentido, o Proantar, coordenado pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, e a reconstrução da estação, carrega também um peso geopolítico considerável, além das suas finalidades científicas.

“A Antártica detém, hoje, 80% da água doce disponível no planeta e tem reservas de gás e petróleo. Ou seja, além da questão ambiental, visto que a região é o maior regulador de clima do mundo, existem também interesses comerciais. Mas, como manda o tratado que rege a estrutura da Antártica, os países não podem explorar o continente comercialmente”, explicou Zacarias.

FONTE: sputniknews.com

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