O desenvolvimento dos Porta Aviões da Índia e da China

Um MiG-29K indiano se preparando para decolar do INS Vikramaditya

Por Iasmin Gabriele Nascimento e Vinicius Costa

Índia e China são hoje consideradas potências regionais na Ásia. Os dois países possuem capacidade de poder de projeção sobre terra em nações vizinhas, além de serem peças centrais no tabuleiro geopolítico da região.

Mesmo com culturas e processos de formações históricos e sociais completamente diferentes, China e Índia formulam estratégias navais, em muitos pontos, semelhantes entre si, sobretudo no tocante ao desenvolvimento de Porta Aviões (Navios Aeródromos – NAes).

Navio Aeródromo Liaoning (CV 16)

Ambos têm interesses geopolíticos em grandes áreas marítimas, como o Oceano Índico e os Mares do Sul e do Leste da China. Em tal realidade, os NAes aparecem como elementos centrais para o controle de área marítima. Desse modo, indica-se suas principais características operacionais e valor estratégico.

As duas nações adotaram caminhos semelhantes para o primeiro de seus novos NAes, adquiridos da ex-União Soviética: INS Vikramaditya (ex-Gorshkov) e Liaoning (ex-Varyag), respectivamente. Os navios possuem aviação naval semelhante, com o Vikramaditya operando o Mikoyan-Gurevich MiG-29K e o Liaoning operando o Shenyang J-15.

Caças Shenyang J-15 no NAe Liaoning

Tanto o MiG-29K quanto o J-15 não terão flexibilidade para decolar com segurança com seus pesos máximos de decolagem (MTOWs) em todas as condições, afetando proporcionalmente seu alcance máximo e cargas úteis. No entanto, ambos os tipos atualmente são caças multipropósito de 4ª geração com capacidade além do alcance visual (BVR), mas sem aviônicos mais capazes, como armas BVR mais modernas.

Levando em conta as disputas marítimas, as forças navais de Pequim e Nova Délhi se tornaram vitais não só para a sobrevivência dos seus Estados, mas também por desempenhar papel central na política externa desses países para alcançar em seus interesses geopolíticos. Pequim tem tentado garantir suas posições no Mar do Sul da China. Modernizar seus recursos é, portanto, essencial para garantir seus interesses na região. De igual modo, o Oceano Índico é crucial para a Índia, apesar de ainda possuir alguns desafios.

Concentrar esforços para aprimorar suas capacidades navais é questão central ambos para os gigantes da Ásia.

FONTE: Boletim GeoCorrente

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