O dia em que a lagosta virou peixe

P-16E Tracker 7025 (Foto Gerrit59)

O Museu TAM conta a história do P-16 Tracker, avião militar usado no conflito entre Brasil e França por causa do crustáceo

Num dia quente em 1961, pescadores pernambucanos perceberam uma movimentação em alto-mar: barcos com bandeira da França fisgavam lagostas ilegalmente em águas brasileiras. A Marinha foi alertada, flagrou a contravenção e expulsou os franceses do país. O problema é que eles se recusaram a ir embora – dando início ao embate conhecido como Guerra da Lagosta, que durou dois anos.

O conflito não teve tiros. Ficou restrito ao campo diplomático e, em certos momentos, ganhou contornos surreais. Para justificar a pesca na região, o governo francês alegou que a lagosta é um peixe “porque se desloca aos saltos”. A resposta do comandante brasileiro Paulo de Castro Moreira Silva. “Por analogia, o canguru é uma ave.”

Enquanto os diplomatas discutiam as classes animais, navios pesqueiros franceses foram apreendidos pela Marinha. Em represália, a França enviou dois navios de guerra para escoltar seus pescadores. No sábado de Carnaval de 1963, a Força Aérea Brasileira deslocou quatro P-16 Tracker para Recife. Os aviões de guerra vigiaram os navios franceses por 17 dias, até que eles deixassem as águas brasileiras.

Conhecida inicialmente como “Sentinel”, a aeronave em pouco tempo passou a ser chamada de “Tracker” e ganhou o mundo. Catorze países adotaram em suas forças armadas para ser usado no combate a submarinos.

Um exemplar do P-16 igual aos que participaram da Guerra da Lagosta está em exposição no Museu TAM. Ele conta a história do Grumman P-16 Tracker e dos conflitos em que esteve envolvido.

Fonte: Revista TAM nas Nuvens

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