Operação Dragão XXXVII: Marinha do Brasil exercita sua capacidade anfíbia

Nos dia 03 e 04 de dezembro, o DAN acompanhou a manobra anfíbia mais complexa da Marinha do Brasil

Por Guilherme Wiltgen e Luiz Padilha

De 28 de novembro a 16 de dezembro, a Marinha do Brasil realiza, na área marítima compreendida entre o Rio de Janeiro e Itaóca (ES), a OPERAÇÃO DRAGÃO-XXXVII, uma Operação Anfíbia na modalidade de Assalto Anfíbio, realizada pela Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE) e pelo Comando em Chefe da Esquadra (ComemCh).

       

       

O Defesa Aérea & Naval foi recebido na Base de Apoio Administrativo de Fuzileiros Navais, localizada na Rodovia do Sol, em Itapemirim (ES) pelo seu Comandante, o CMG (FN) Roberto, e de lá, embarcou no UH-15 Super Cougar N-7104 (Pégasus 04), do 2º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-2), em direção ao Navio de Desembarque de Carros de Combate (NDCC) Almirante Saboia (G 25), de onde acompanhou o exercício.

       

A “DRAGÃO” é uma complexa operação de Guerra Naval que envolve o emprego de diversos meios navais, aeronavais e de Fuzileiros Navais. O exercício de 2016 tem a participação de cerca de dois mil militares e marca o emprego pela primeira vez do Navio Doca Multipropósito (NDM) Bahia (G 40), recentemente incorporado à Marinha do Brasil.

       

       

Participam também da operação os Navios de Desembarque de Carros de Combate (NDCC) Almirante Saboia (G 25) e Garcia D’Ávila (G 29), o Navio-Tanque Almirante Gastão Motta (G 23), as Fragatas Independência (F 44), Greenhalgh (F 46) e Rademaker (F 49), a Corveta Barroso (V 34), os Submarinos Tupi (S 30) e Tapajó (S 33), os Navios Patrulha Oceânico Amazonas (P 120) e Apa (P 121), o Rebocador de Alto Mar Almirante Guillobel (R 25), o Navio Patrulha Macaé (P 70), os Navios-Varredores Atalaia (M 17), Araçatuba (M 18) e Albardão (M 20), duas aeronaves de asa fixa AF-1 Skyhawk e quatro de asa rotativa, sendo dois UH-15 Super Cougar (HU-2) e dois SH-16 Seahawk (HS-1).

Cabe ressaltar que a Força-Tarefa (FT) somente fundeou, após ter sido estabelecido um canal varrido, sendo realizada a desminagem da área pelos três Navios-Varredores da Classe Aratu, pertencentes a Força de Minagem e Varredura, subordinada ao 2º Distrito Naval.

       

No dia 03, o Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Eduardo Barcellar Leal Ferreira, juntamente com o Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Almirante de Esquadra Ademir Sobrinho, e membros do Almirantado, embarcaram no NDM Bahia para acompanhar as atividades programadas para a manhã do domingo.

Cerimonial à Bandeira

Em sua primeira operação, após ser certificado para operar integrando uma Força-Tarefa, o NDM Bahia, no momento do pôr do sol do dia 3 de dezembro, realizou o cerimonial à bandeira no convoo do navio, onde foram prestadas as honras ao símbolo máximo da pátria, o Pavilhão Nacional.

       

O cerimonial à bandeira aconteceu, simultaneamente, a bordo de todos os navios participantes, incluindo o NDCC Alte. Saboia, onde os editores do DAN também participaram a convite do seu Comandante, o CMG Ruiz.

O “Dia D”

O Dia D da operação, quando ocorreu o desembarque de meios e pessoal, teve início as 4 horas da manhã do domingo (4), e as 5 horas, o Destacamento Aéreo Embarcado (DAE) iniciou os preparativos do UH-15.

       

Nas primeiras luzes do dia, o Pégasus 07 já foi lançado para a primeira missão de apoio, transferindo pessoal do navio para terra.

        

O exercício tem como objetivo simular a tomada de uma parte do território inimigo por meio de um Assalto Anfíbio, tendo como a primeira parte o movimento navio para terra (MNT).

Enquanto isso, os escoltas proviam a defesa da FT contra ataques aéreos e, caso preciso, dar apoio de fogo naval contra posições inimigas em terra.

       

A Operação Dragão é composta por cinco fases: planejamento, embarque das tropas, Carros Lagarta-Anfíbio (CLAnf), Embarcações de Desembarque de Viatura e Material (EDVM) e Embarcações de Desembarque de Carga Geral (EDCG), ensaio, travessia e assalto anfíbio. O assalto anfíbio é a fase mais complexa da Operação e tem como objetivo a tomada da cabeça de praia.

       

Iniciando o MNT, os dois Navios de desembarque de Carros de Combate começaram a lançar ao mar os meios anfíbios que transportavam.

       

Pontualmente as 6:30Hs, o NDCC Garcia D’Ávila (G 29) lançou o primeiro, dos cinco Carros Lagarta Anfíbio (CLAnf) que trazia a bordo.

Dez minutos depois, foi a vez do NDCC Almirante Saboia (G 25), que lançou mais sete CLAnf’s.

       

Tomada da Cabeça de Praia

Em um primeiro momento, os 12 Carros Lagarta Anfíbios (CLAnf) , quatro embarcações de desembarque contendo meios de pessoal e material e dois helicópteros UH-15, vão conquistar os objetivos próximos ao litoral para, posteriormente, prosseguirem em direção ao interior, visando conquistar os demais objetivos e, assim, consolidar a tomada da Cabeça de Praia (CP).

       

       

Na sequência, as Embarcações de Desembarque de Carga Geral (EDCG) Guarapari (L 10) e a Marambaia (L 20), abicaram na praia de Itaóca e iniciaram o desembarque de tropa e veículos, dando prosseguimento do avanço ao interior.

A Marambaia desembarcou cinco Veículos Blindados de Transporte de Pessoal (VBTP) Mowag-Piranha 8×8 e duas pás-carregadeiras, enquanto que a Guarapari trouxe mais dois VBTP Piranha.

       

       

Evacuação Aeromédica 

Durante a tomada da Cabeça de Praia, também foi realizado o exercício de Evacuação Aeromédica (EVAM) utilizando uma aeronave UH-15 Super Cougar. A aeronave foi acionada a partir do Bahia, pousando no heliponto da Base de Apoio do CFN.

Na sequência, foi simulada a EVAM de soldados e civis feridos durante a ação, para o navio, visando testar as suas capacidades para atendimento de múltiplos feridos no hospital de bordo.

       

O exercício compreendeu o transporte de feridos, triagem de pacientes, preparação para cirurgia e procedimentos cirúrgicos, além do recebimento e atendimento de feridos graves, utilizando a estrutura de saúde disponível no Bahia, que poderá vir a ser utilizado em uma situação real nos casos de grandes desastres ou assistência humanitária.

O Navio Doca Multipropósito possui um complexo hospitalar de 500 m2, e conta com 49 leitos distribuídos pelas suas enfermarias, com áreas destinadas a terapia intensiva, isolamento e unidade para tratamento de queimados, além de duas salas de cirurgia e um laboratório de análises clínicas.

       

A Operação Dragão é importante para a Marinha do Brasil e, principalmente, para o Corpo de Fuzileiros Navais por incluir todas as fases de uma Operação Anfíbia, que são consideradas a razão se ser dos Fuzileiros Navais e simbolizam o ápice de seu adestramento operativo.

NOTA do EDITOR: O DAN agradece ao CA Rocha (Diretor do CCSM), ao CMG (FN) Roberto (Comandante da Base dos Fuzileiros), ao CMG Ruiz (Comandante do NDCC Alte. Saboia), ao CF Eduardo Luiz (Imediato do NDCC Alte. Saboia), ao CF Demétrio (DIV-2), ao CF Fábio Cândido (CCSM) e a Ten. Laís Dornelas, pela fidalguia com que receberam os editores a bordo e pelo auxílio para que esta cobertura fosse possível de ser realizada. Agradecemos também a todos os militares do G 25, do CFN e do HU-2 pela atenção dispensada.

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