Os Comandantes Respondem: AE Olsen – Marinha do Brasil

Por Guilherme Wiltgen

O U.S. Naval Institute (USNI) fez o seguinte questionamento a diversos Comandantes de Marinha e/ou Guarda Costeira de diversos países. O DAN traduziu a resposta do Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, que pode ser lida na sua íntegra abaixo:

Proceedings: Dada a guerra russa em curso contra a Ucrânia, tensões contínuas no Mar da China Meridional, pesca ilegal, não declarada e não regulamentada (IUU) e ataques às infraestruturas submarinas, quais lições a sua Marinha e/ou Guarda Costeira extraíram dessas ou de outras ameaças? Que mudanças você tentará implementar como resultado?

BRASIL
Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, Comandante da Marinha do Brasil

AE Olsen: A questão da segurança marítima internacional destaca como ameaças multifacetadas têm gerado tensões crescentes no domínio marítimo ultimamente, desafiando as nações a cooperar umas com as outras. Além das tradicionais disputas interestados, outros desafios continuam impactando a boa ordem no mar, como a poluição marítima, pirataria e assalto à mão armada, tráfico de drogas e armas, crimes ambientais e disputas por recursos naturais. Nesse contexto, as Marinhas tendem a adaptarem seus papéis às realidades global, regional e local para desempenhar uma ampla gama de tarefas.

A Marinha do Brasil, ciente dessas condições, realiza continuamente uma avaliação estratégica para coordenar sua preparação e emprego, combinando sua missão principal de combate com outras missões navais, como segurança marítima e apoio às necessidades da população nas águas marítimas e interiores brasileiras.

No que diz respeito à preparação, a Marinha tem procurado alinhar o seu planejamento de força com o acesso progressivo a tecnologia avançada num contexto de severas restrições de recursos.

No que diz respeito ao emprego, tem atuado nos âmbitos nacional e internacional, ambos exigindo intensa cooperação. Assim, tem havido uma crescente participação da Marinha do Brasil com outros órgãos do Estado, ou seja, operações interagências para enfrentar os desafios relacionados à boa ordem no mar (e águas interiores) e outras necessidades domésticas.

No cenário internacional, a presença da Marinha do Brasil no Atlântico Sul, de forma cooperativa, é consistente com o objetivo de contribuir decisivamente para a segurança e estabilidade marítima em nosso ambiente estratégico. Nesse sentido, a Marinha coopera estreitamente com as lideranças brasileiras para o fortalecimento da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS).

Nesse contexto, a Marinha do Brasil realiza, além de suas iniciativas de cooperação no Golfo da Guiné, a Operação GUINEX desde 2021, com o objetivo de colaborar com as marinhas africanas naquela região visando aumentar a capacitação contra a insegurança marítima. Além disso, o comando da Força-Tarefa Combinada 151, no Oceano Índico, já foi entregue duas vezes à Marinha do Brasil, reforçando o Brasil como uma nação capaz de liderar e contribuir para a estabilidade regional em áreas perturbadas, alinhada aos objetivos nacionais. A Marinha do Brasil vem dando sua contribuição para reequilibrar a cooperação no domínio marítimo.

Para ler o artigo completo do USNI, CLIQUE AQUI.

FOTOS: Ilustrativas

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