Regresso da Fragata ‘Independência’ da FTM-UNIFIL

A Marinha do Brasil (MB) informa que, hoje (2), a Fragata Independência iniciou seu regresso ao Brasil, após concluir sua missão na Força-Tarefa Marítima (FTM) da UNIFIL. O Brasil permanecerá atuando junto à FTM, com cerca de 16 militares até janeiro de 2021. Haverá, ainda, a participação de três militares da MB, que permanecerão em outras funções no Estado-Maior do Comando da UNIFIL.

Em nove anos de atuação ininterrupta, com a participação de um navio da MB, mais de 3600 militares puderam cooperar com o Governo do Líbano na prevenção da entrada de ilícitos, armamento e equipamentos não autorizados em seu território por via marítima; treinamento da Marinha daquele país e na vigilância das aéreas marítimas e territoriais. Nesse período, a FTM fiscalizou mais de 71.200 navios e indicou cerca de 14.100 desses às Autoridades libanesas para inspeção, no mar ou em terra, atuando em Área Marítima de Operações com cerca de 17 mil Km2.

Ademais, a participação do Brasil no Comando da FTM-UNIFIL, nos campos político e estratégico, permitiu à Marinha do Brasil demonstrar nossas capacidades de liderança e coordenação, além de incorporar novos conhecimentos logísticos e operacionais.

Fragata Independência em Naqoura-Líbano

O encerramento da participação de navio da MB na UNIFIL é decorrente de amplo estudo realizado pela MB, concluído em 2019, em que ganhos operacionais, à luz do esforço logístico para manter um navio da Esquadra brasileira com disponibilidade de seis meses na região, apontaram para a necessidade de reorientar a postura estratégica da Força, considerando, ainda:

a) A Política de Defesa Nacional, a Estratégia Nacional de Defesa e o Plano Estratégico da Marinha,
que contemplam o Atlântico Sul como entorno estratégico para o País, requerendo a convergência de
esforços para atuação nessa imensa região, repleta de riquezas, mas com ameaças.

b) Pesca ilegal, crimes ambientais, tráfico de drogas e pirataria, dentre outros, são uma realidade no
entorno estratégico. Nesse contexto, há necessidade imperiosa de constante atualização e reorientação
de planos e da postura estratégica da MB, considerando suas capacidades.

c) A área marítima correspondente à Amazônia Azul, ensejada no Atlântico Sul, com cerca de 5,7 milhões de Km2, por onde mais de 95% de nosso comércio exterior trafega e cerca de 95% do petróleo nacional é extraído, acervo de recursos vivos, minerais e sítios ambientais, além da existência de estratégicos portos, centros industriais e de energia, que demandam, cada vez mais, uma presença robusta da Marinha do Brasil e demais órgãos competentes, além do desenvolvimento de sistemas de monitoramento e controle, contribuindo para o fomento de mentalidade de defesa junto à sociedade, compatível com a estatura internacional do Brasil.

 

Assim, a MB permanecerá contribuindo com a UNIFIL, com conhecimento e pessoal, e, em outra frente, manterá o foco em fortalecer sua presença no Atlântico Sul e na Amazônia Azul –patrimônio indispensável ao desenvolvimento nacional –, no sentido de aprimorar sua atual capacidade operacional, garantir a segurança dos brasileiros e desenvolver seus Programas Estratégicos.

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