RIMPAC 2020 e as demonstrações de força no Pacífico

JS Ashigara e HMCS Regina

Por Thayná Fernandes

No final de julho a Marinha australiana participou de um exercício conjunto com Estados Unidos e Japão no Mar do Sul da China em deslocamento ao RIMPAC 2020, o maior exercício naval multinacional do mundo, que se iniciou no dia 17 deste mês e irá até o dia 31, em águas havaianas.

Apesar de muito criticado, principalmente devido às questões envolvendo a pandemia de COVID-19, Washington
optou pela manutenção do treinamento bianual.

Neste ano, houve mudanças: com o tema “Capazes – Adaptáveis – Parceiros”, somente 10 países enviaram navios para fazer parte do evento, 15 a menos do que na edição 2018. O exercício, que normalmente dura cerca de dois meses, será realizado durante apenas duas semanas. Outra alteração é o foco no treinamento unicamente no mar, como operações de guerra antissubmarino, operações de interceptação marítima e eventos de lançamentos de armas.

Submarino classe los Angeles sendo municiado

Os desembarques anfíbios, operações aéreas e em terra foram cancelados, de modo que os navios atracarão no Havaí, exclusivamente para reabastecer, fazer algum tipo de manutenção e receber suprimentos.

Outra novidade do exercício deste ano é que pela primeira vez uma militar australiana comandará uma das forças-tarefa: a Capitão de Mar e Guerra Phillipa Hay liderará cerca de 2.500 militares em onze navios de diferentes países; antes dela, apenas uma outra mulher americana teve a mesma oportunidade de comando.

BRP Jose Rizal da Marinha filipina

À primeira vista, tal ação parece certo avanço rumo à equidade de gênero dentro de uma força militar; no entanto, além desse aspecto, essa movimentação sutil demonstra um constante esforço dos Estados Unidos em manter a Austrália como seu principal parceiro militar no Pacífico. Cabe lembrar que em maio de 2019, o Departamento de Defesa dos EUA lançou sua estratégia para o Indo-Pacífico, estabelecendo a região como seu teatro de operações prioritário, reiterando sempre a necessidade de garantir um “Indo-Pacífico livre e aberto”.

Essa queda de braço entre Washington e Pequim parece só aumentar e a Austrália precisa buscar garantir sua segurança sem comprometer suas relações econômicas com seu maior parceiro comercial.

RSS Supreme de Cingapura

Participantes desta edição:

Austrália

Brunei

Canada

France

Japan

Nova Zelândia

Coréia do Sul

Filipinas

Cingapura

USA

FONTE: Boletim Geocorrente

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