Criar um navio de guerra eficiente é um compromisso significativo. Existem muitos requisitos, muitas vezes conflitantes, que devem ser comparados entre si. Deveria ser um navio com boas características para operação tanto em arquipélagos quanto no mar, como velocidade, estabilidade e consumo de combustível.
O ambiente a bordo deve funcionar bem para a tripulação, para que possam conviver por longos períodos enquanto realizam tarefas avançadas. O navio também deverá ter as capacidades necessárias para diversas missões, como capacidade de lançar torpedos e mísseis, ao mesmo tempo que será difícil de se detectar e resistente a minas e ataques inimigos.
Como projetista e construtor naval da Saab, é preciso dominar uma ampla gama de áreas para entregar um navio ou submarino de classe mundial. A capacidade de compilar todos os requisitos e depois criar desenhos e descrições abrangentes é chamada de “Projeto básico”. É aqui que o desempenho e as capacidades dos navios são especificados através de desenhos e descrições técnicas. Vários tipos de testes e verificações são realizados durante o processo, como simulações de dados, testes de modelos em tanques de água para verificar o desempenho da navegação marítima e, às vezes, testes em túnel de vento, para garantir que um helicóptero possa pousar a bordo em diversas condições de vento e clima.
Em seguida, é realizado o projeto detalhado, que é utilizado para a própria construção do navio. O projeto básico, o projeto detalhado e a construção podem ser feitos por uma única empresa, mas muitas vezes o trabalho é dividido entre especialistas em suas respectivas áreas. A Saab tem vasta experiência em todas essas áreas, com base nas necessidades do cliente e na própria experiência, a Saab escolhe a melhor abordagem para concluir o projeto.
As corvetas suecas Visby
As corvetas suecas da classe Visby foram desenvolvidas e construídas no final da década de 1990 e lançadas no início dos anos 2000. Apesar de terem mais de 20 anos, elas ainda são as únicas e líderes mundiais em muitos aspectos do seu design. Além de sua baixa assinatura (furtividade, baixa detectabilidade), elas são extremamente versáteis e flexíveis.
Elas foram desenvolvidos para realizar uma variedade de missões, como vigilância e direcionamento de alvos de superfície com mísseis e torpedos. Além disso, as corvetas também podem caçar e neutralizar minas, submarinos e operar com helicópteros orgânicos a bordo. Tudo isto num dos ambientes marítimos mais complexos, com dezenas de milhares de ilhas e com salinidades e temperaturas variadas do Mar Báltico.
Na maioria dos outros países, navios distintos são frequentemente utilizados para realizar estas missões. Mas num país pequeno como a Suécia, esses navios precisam ser inteligentes e versáteis. Juntamente com a FMV (Administração Sueca de Materiais de Defesa), foi feito um extenso trabalho para encontrar uma combinação definitiva. Um navio feito de composto de fibra de carbono com baixo peso e capacidades furtivas avançadas. Cinco foram construídos, inspirando tipos inteiramente novos de navios em todo o mundo.
Littoral Mission Vessel (LMV) da classe Independence de Cingapura
Através de estreita colaboração com a Singapura e o estaleiro onde os navios seriam construídos, os engenheiros da Saab criaram uma construção híbrida, um projeto básico para uma embarcação com casco de aço e superestrutura composta. Isso proporcionou o melhor dos dois mundos, economia na construção, alto desempenho e potencial para uma ampla gama de capacidades.
A construção detalhada foi realizada no estaleiro de Cingapura, incluindo a construção do casco de aço. A Saab executou o projeto detalhado, construiu e entregou as superestruturas compostas.
Tudo foi então montado em Cingapura. O primeiro dos oito navios da classe Independence foi lançado em 2015.
Multi-Role Combat Vessel – maior, mais poderoso e flexível de Cingapura
Graças à longa e estreita colaboração com a Marinha de Singapura e o DSTA (equivalente ao FMV), em 2021 a Saab recebeu mais uma vez a tarefa de realizar o projeto básico de uma nova classe de embarcações. Desta vez, a tarefa envolvia uma embarcação maior, essencialmente uma fragata. Ou seja, uma embarcação com bem mais de 100 metros de comprimento e com deslocamento entre 5 e 10 mil toneladas.
O tamanho dos navios não é o único desafio. Devem também ser equipados com uma série de novas capacidades e sistemas, muitos dos quais ainda não são padrão no mercado. Além dos sistemas de armas tradicionais, como torpedos e mísseis para alvos aéreos e marítimos, os navios também deveriam ser capazes de servir como navios de comando e controle para veículos não tripulados. Esses veículos deveriam ser capazes de operar no ar, no mar e abaixo da superfície.
Neste caso, os engenheiros da Saab enfrentaram desafios de como criar flexibilidade, ao mesmo tempo que mantêm as funções fundamentais dos navios em termos de resistência, proteção e eficácia. Ao mesmo tempo, existe a exigência de que a embarcação seja operada por uma tripulação relativamente pequena.
As obras do projeto básico serão concluídas em breve, e o processo detalhado de construção terá início no estaleiro de Cingapura, que construirá os navios. Estão previstos um total de seis navios da nova classe, prevendo-se que o primeiro navio da classe esteja operacional por volta de 2030, de acordo com informações divulgadas por Singapura.
Experiência e Inovação
Para criar uma embarcação flexível e preparada para o futuro, é necessária uma vasta experiência e capacidade de inovação. A área de negócios da Saab Kockums, possui uma base de conhecimento fundamental de mais de 330 anos de construção naval.
Combinado novas tecnologias provenientes de colaborações com a academia, a FMV, a Marinha Sueca, bem como outras empresas e partes interessadas na indústria naval, a Saab Kockums garante que os seus clientes recebam um design que combina uma multiplicidade de requisitos, e por vezes conflituantes. Em suma, a Saab Kockums é líder mundial em design básico para embarcações avançadas de combate de superfície.
FONTE: Saab