TSE quer ajuda da informática do Exército para combater crime eleitoral, diz ministro

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Por Laís Lis

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou nesta terça-feira (10) que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, solicitou o apoio do centro de informática do Exército para combater a eventual atuação do crime organizado nas eleições do ano que vem.

Os dois se reuniram para tratar da segurança nas eleições. A preocupação manifestada por Mendes é com o financiamento de candidatos pelo crime organizado.

O temor é que organizações criminosas usem “laranjas eleitorais” para fazer doações a candidatos, impeçam a entrada de outros candidatos nas comunidades em que atuam ou até mesmo obriguem moradores a votar em determinado candidato.

O presidente do TSE destacou que é preciso atenção especial para as novas formas de financiamento permitidas para as próximas eleições, como os chamados “crowdfunding” ou financiamentos coletivos.

“Temos que examinar com todo o cuidado. Combinar ações que permitam o monitoramento quase que online dessas doações”, afirmou.

Segundo Jungmann, Mendes manifestou interesse em fazer um convênio com o Exército Brasileiro, porque a instituição tem “o melhor centro de defesa cibernética do Brasil, que atuou nas Olimpíadas”.

Gilmar Mendes disse que, nas eleições municipais de 2016, já foi verificado algum tipo de problema em 300 mil CPFs que fizeram doações para candidatos e que as eleições de 2018 serão maiores.

“Vamos ter uma corrida de elefantes. Vamos ter que ter maiores cuidados e estamos discutindo isso”, afirmou.

Mendes marcou para a próxima semana uma nova reunião para tratar do assunto. A ideia, afirmou o ministro, é montar um comitê imediatamente para atuar na prevenção e no combate ao crime organizado nas eleições de 2018.

Comissão de juristas

Também nesta terça, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criou uma comissão de juristas para elaborar um anteprojeto de legislação de combate ao crime organizado e ao tráfico de armas e drogas.

A comissão, que será presidida pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, terá 120 dias, a partir da instalação, para concluir os trabalhos. O colegiado deverá realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

FONTE: G1

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