UNITAS LXIII: O “Dia D” em Itaóca

Como parte da UNITAS LXIII, foi realizada na sexta-feira (16), uma Operação Anfíbia multinacional em Itaoca (ES), que contou com uma simulação de resgate de cidadãos ameaçados do litoral de um país em conflito, por meio de uma incursão anfíbia, realizada por navios e aeronaves da Esquadra e da Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE).

A Operação Anfíbia é um tipo de missão naval pelo qual uma Força de Desembarque é lançada do mar a partir de navios de guerra, em direção uma região litorânea para atingir diversos tipos de objetivos. Uma operação desse tipo também pode ser empregada em tempos de paz para, por exemplo, apoiar uma população que esteja ilhada por ter sido atingida por uma catástrofe natural.

Antes que fossem desembarcados mais de mil militares de 12 países, equipes de operações especiais foram deixadas em pontos estratégicos. Da praia, puderam ser vistos veículos de assalto anfíbio e embarcações que realizaram o desembarque de Fuzileiros Navais do Brasil, dos Estados Unidos, da  Colômbia, do Equador, da França, da Jamaica, os México, do Paraguai, do Peru, da República Dominicana e do Uruguai.

Para o Contra-Almirante Marcelo Menezes Cardoso, Comandante da 1ª Divisão da Esquadra e do Grupo-Tarefa, “na UNITAS, esse objetivo tem uma dimensão ainda maior, quando consideramos a oportunidade de consolidar essa coordenação com outras marinhas.”

Nesta Operação, todo o comando das tropas foi centralizado pelos Fuzileiros Navais brasileiros, mais precisamente pelo Capitão de Mar e Guerra (Fuzileiro Naval) Luís Felippe Valentini da Silva, Comandante da Tropa de Desembarque. Ele deteve, inclusive, o controle operativo sobre as tropas dos Fuzileiros Navais dos EUA. Essa novidade contrapõe-se à organização de anos anteriores, em que as estruturas de comando e controle foram paralelas.

Para o Capitão de Mar e Guerra Valentini, exercícios como a UNITAS são uma excelente oportunidade de aumentar a interoperabilidade – capacidade de trabalhar em conjunto – entre as forças. “Desde a fase de porto, tivemos a chance de trabalhar e desenvolver juntos as ações que foram utilizadas agora. Nesse período, estreitamos nosso relacionamento, entendemos e reforçamos os procedimentos de outros países, para que assim pudéssemos utilizar capacidades complementares para constituir uma força de desembarque”, destaca.

Todos os Fuzileiros Navais e seus equipamentos desembarcaram de cinco navios da Marinha do Brasil, o NAM Atlântico, o NDM Bahia e o NDCC Almirante Saboia, o USS Mesa Verde da Marinha dos EUA; e o Libertador, da Marinha do México.

De terra, foi possível observar o desdobramento de uma Força de Desembarque com os seus sistemas de combate, de apoio de fogo, logísticos e de comunicações. Foram empregados os Carros Lagarta Anfíbio (CLAnf) e os veículos blindados sobre rodas PIRANHA, além das viaturas UNIMOG recém-adquiridas pela MB.

Também estavam posicionadas na área do exercício, uma bateria de lançadores múltiplos de foguetes ASTROS e uma Unidade Avançada de Trauma (UAT), dotada de recursos de telemedicina, capaz de prover atendimento médico aos militares em combate.

Do ar, foram empregadas aeronaves da MB, como o caça AF-1 Skyhawk, do 1º Esquadrão de Aviões de Interceptação e Ataque (VF-1) e o UH-15 Super Cougar (H225M), do 2º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-2), além das aeronaves norte-americanas UH-1Y Venom e AH-1Z Viper e do México o helicóptero Mi-17.

Dividida em fases, a UNITAS é o exercício marítimo multinacional mais antigo em atividade. Na UNITAS 2022, há representantes de 19 marinhas, um número maior que outras edições e que contou ainda com marinhas dos continentes europeu, africano e asiático. O exercício é organizado anualmente pelos norte-americanos e, nesta edição, tem o Brasil como coordenador e país-sede.

Na fase de mar, as Operações anfíbias têm como objetivo a coordenação dos esforços da Força Naval com as tropas de Fuzileiros Navais, buscando-se reforçar a capacidade de cumprir, por exemplo, operações reais de ajuda humanitária e de remediação de desastres naturais.

Abicagem da Embarcação de Desembarque Camboriú (L12)

FONTE: Adaptação do texto da Agência Marinha de Notícias

Sair da versão mobile