Por Luiz Padilha
Defesa Aérea & Naval visitou o estaleiro da Navantia na cidade de Ferrol, Espanha. Lá tivemos nosso primeiro contato com uma fragata F100, classe Álvaro de Bázan, e como esta classe foi oferecida à Marinha do Brasil através do PROSUPER – (Programa de Obtenção de Meios de Superfície), vamos abordar de uma forma mais profunda, as características desse formidável navio.
O PROSUPER vislumbra a aquisição de 5 Escoltas novos, que já estejam em serviço, “Proven Design”, ou seja, testados, aprovados e operacionais em alguma Marinha e que sejam construídos em algum estaleiro no Brasil.
Assim, o estaleiro Navantia ofereceu para a Marinha do Brasil 3 opções de fragatas. A F100 baseada na classe Álvaro de Bázan com sistema AEGIS, uma F100 com o sistema CEAFAR e uma F310 da classe Fridtjof Nansen com sistema AEGIS.
Vamos analisar um desses navios e ver suas características, observando um ângulo pouco abordado e que acho ser fundamental, para tirarmos conclusões sobre a “ótica de combate!”
Teatro de Operações
O moderno combate naval ocorre em escassos segundos, com ataques múltiplos e simultâneos. Aviões de caça movendo-se a velocidades da ordem dos 0,5 Km/sg, mísseis SAM a 1,1 Km/sg, e mísseis SSM ou ASM a 0,3 Km/sg.
Em todos os teatros de combate, a capacidade de identificação precoce dos alvos e o tempo de reação do navio ante as ameaças, são fundamentais para o sucesso da defesa e o ataque, ou a diferença entre a vida e a morte para a tripulação do navio.
A geometria da Terra, impede que o radar detecte alvos em voo rasante no mar além de 25 km do horizonte. O ataque de um míssil com estas características é a pior ameaça para um navio, já que o seu tempo de reação máximo, é de no máximo 60 segundos para tentar destruir o míssil.
Como se dá o processo de detecção de uma ameaça
• Fase de busca.
• Identificação da ameaça no radar de busca.
• Avaliação da ameaça.
• Transferência da ameaça ao radar DT (Diretor de Tiro).
• Indicação da arma de interceptação.
• Ordem de fogo e lançamento do míssil.
• Saída vertical do míssil e estabilização de trajetória de voo.
• Interceptação da ameaça.
Para se ter um sistema eficaz de defesa num navio atualmente, é necessário que o tempo de processamento destas etapas e sua integração se dê de forma mais compacta e rápida.
Tecnicamente, a defesa antimíssil do próprio navio é muito mais fácil de se fazer do que a defesa de outros navios escoltados por ele. Já quando se trata de proteger outro navio, os mísseis disparados precisam ter a precisão da trajetória muito maior do que da autodefesa.
A precisão no acompanhamento dos alvos, a redução ao máximo dos tempos de reação ante as ameaças, e a eliminação de possibilidades de erro, são essenciais no caso da escolta.
Quanto mais distancia há entre a fragata de escolta e o navio ou instalação estratégica a proteger, mais difícil fica para se realizar a defesa e menos tempo se dispõe para faze-lo.
Os radares rotativos de busca tem uma rotação lenta, da ordem das 10 a 30 rpm.
Isso significa que atualizam a posição de um alvo aproximadamente a cada 4 ou 5 segundos, ou aprox. cada 2,5 km da trajetória do alvo.
Se nesse espaço o alvo muda a trajetória, o sistema deverá começar novamente com o processo de detecção e identificação da ameaça desde o principio.
Se o radar de busca tem um alcance de 400 km, e o radar de acompanhamento de alvos tem um alcance de 150 km, há 250 km em que a ameaça aproxima-se ao navio sendo controlada somente a intervalos de 2,5 km, ou seja, sendo controlado por um radar não adequado a essa missão.
Se o navio lança seus mísseis nessa condição, tem muitas possibilidades de perder o míssil ante movimentos do alvo afora da trajetória prevista.
Quando finalmente o radar de busca passa o alvo ao radar de acompanhamento, a diferença de tamanho de “radar beam” entre ambos precisa de um tempo de acoplamento que não é imediato.
Os radares rotativos de acompanhamento de alvos, tem uma rotação do ordem das 60 rpm. Atualizam a posição do alvo cada 1 segundo, buscando-o na trajetória esperada. O seja, cada aprox. 0,5 – 1 km de trajetória.
Se o alvo muda sua trajetória nesse espaço, ele é perdido na tela, e então tem que começar-se de novo o processo de detecção, identificação da ameaça, e acompanhamento, o que pode supor perder a possibilidade de interceptação da ameaça.
É por isso que os sistemas rotativos tem uma probabilidade de erro na interceptação da ameaça mais alta que nos fixos.
A posição relativa das antenas dos radares de busca e acompanhamento provoca setores cegos no setor de exploração dos radares, o que implica uma possibilidade maior de erro. Esta situação não se produz com um só radar que integre as duas funções.
A fragata F100 com o sistema Aegis
A F100 é um navio feito ao redor de um grande radar, garantindo a máxima qualidade de detecção, sem interferências nem zonas cegas.
Na imagem abaixo é possível comparar a diferença entre os sistemas integrado e o segregado, no processo de busca, acompanhamento e disparo do míssil para defesa do navio.
Para o radar do navio, um avião de combate em voo normal tem uma RCS (radar cross section) do ordem dos 5 a 10 m², mas em rasante tem seu RCS muito reduzido, 1 a 5 m². Um míssil tem muito menor, da ordem de 0,1 m².
Para alvos com RCS pequenos, a potência de detecção do radar é determinante para garantir sua detecção na maior distância possível.
As condições meteorológicas podem condicionar também a distancia de detecção do alvo. Chuva forte, névoa ou neve podem afetar seriamente o radar, com um efeito equivalente a uma redução do RCS efetivo do alvo.
A atenuação da detecção radar por causa da meteorologia é maior quanto menor é o comprimento da onda emitida.
Assim, na Banda-X a atenuação é muito maior que na Banda-C, que tem o dobro de comprimento de onda, ou que na Banda S, que é ainda maior (a atenuação é 25 vezes maior na Banda X que na S).
A atenuação do sinal do radar por causa da meteorologia aumenta muito com a distância ao alvo, o que torna necessário o aumento da potencia de emissão do radar para manter as distâncias de detecção necessárias para a defesa do navio.
É importante ressaltar que o RCS não é um número fixo para cada objeto, mas variável, diminuindo com o tamanho do comprimento de onda de detecção.
Mas qual a melhor forma para o navio se defender? A utilização de sua maior capacidade de detecção e alcance de fogo, sem dúvidas. Destruir os inimigos antes de que eles possam detectar a presença do navio, é imperativo.
Os radares dos aviões de combate possuem alcances variados, então vamos considerar que entre 100 e 150 km atualmente é um valor de referencia médio adequado. Portanto, quanto maior for a distância de detecção do alvo pelo navio, maior a possibilidade de êxito em seu ataque.
Sabe-se que um caça percorre 100 km em três minutos. Se o avião é detectado a 450 km de distância do navio, o navio disporá de apenas 9 minutos para atacá-lo, antes que o caça descubra sua presença e o ataque, desça para um nível abaixo do alcance radar ou fuja.
Assim, se o navio lançar seus misseis quando o avião está a 450 km de distância, ele destruirá o avião 9 minutos depois a uma distância de 150 Km do navio, antes que o avião possa detectar o navio.
O que acontecerá se a distância de acompanhamento de alvos do navio é inferior aos 450 km? O caça irá detectar o navio antes de ser interceptado. O avião certamente descerá para baixo do lóbulo de transmissão do radar do navio, e prosseguirá seu ataque em voo rasante, desaparecendo da tela de acompanhamento do navio e o míssil interceptador lançado pelo navio será perdido.
Para manter a discrição do ataque ao caça, é importante que o míssil interceptador não tenha radar de busca ativo durante o voo da aproximação ao alvo. Desse modo se evita que possa ser detectado pelas RWR do avião.
A maior discrição é atingida quando o alvo é iluminado apenas no último segundo, desde um iluminador CWI (continous wave illuminator) do navio. Neste caso, quando o caça descobre o ataque, é tarde para reagir e só restará a opção de uma brusca manobra evasiva, que é precisamente a informação que o CWI transmite ao míssil no último momento. A vantagem adicional do sistema é que a iluminação do alvo fica em uma posição na qual o avião não tem otimizada a RCS.
Mas os escoltas não precisam apenas se proteger, a eles também,cabe a missão de proteger um objetivo estratégico ou “Alvo de maior valor”. (Porta aviões, Navios de Apoio Logístico, Plataformas de petróleo e etc..). A chances reais de proteção irão depender mais do nunca, das distâncias efetivas de detecção.
Se o navio estiver protegendo um objetivo estratégico a 350 km de distância, ao detectar um caça inimigo a 200 Km do objetivo, o navio terá apenas 5 minutos para interceptar o caça antes que ele dispare seus mísseis. Se o caça inimigo lançar os mísseis antes do navio interceptá-lo, o navio deverá poder alterar o alvo do seu míssil interceptador durante o voo.
Quanto mais distante está o alvo, mais importante o tipo de controle do míssil em voo para garantir o êxito da interceptação. A distancia e o tempo de interceptação do míssil dependem da velocidade do míssil em voo.
A velocidade do míssil é muito influenciada por sua trajetória durante o voo. Se o míssil troca constantemente e bruscamente sua trajetória, sua velocidade efetiva pode baixar pela metade e em consequência, errar o alvo ou não chegar a interceptá-lo.
Nos sistemas de defesa mais simples, o míssil sai do navio com uma trajetória fixa de voo para uma zona de busca prefixada, que indica-lhe o sistema de combate. Uma vez nela, inicia a busca ativa do alvo. Durante o voo, o mesmo é afetado pelo vento e pela mudança climatológica, que podem afetar seriamente a sua trajetória, desviando-o da rota calculada pelo sistema de combate.
Além disso, quanto mais distante estiver do alvo, mais variações ocorrerão em sua posição com o tempo. O mais importante será adotar o míssil que possua um sistema de controle de voo que permita reorientá-lo quanto a evolução da posição do alvo.
Nos casos em que se quer controlar com exatidão a trajetória do míssil em voo, a grande quantidade de informação a ser trocada entre o navio e o míssil, força a manter a comunicação em bandas de radio frequência baixas, sendo impossível a utilização da banda X para este propósito, já que a taxa de bits de informação é 200 vezes menor na Banda X que na Banda S.
A importância da diminuição da velocidade do míssil depende do teatro de combate em que move-se o navio. Assim, em autodefesa, tem menos importância que em defesa de área, onde temos que proteger outros navios ou instalações estratégicas.
Se o navio tem um sistema de acompanhamento de alvos ate 150 Km, o navio tem capacidade de defesa antiaérea, mas não tem vantagem sobre os aviões no combate antiaéreo.
Se o navio tem um sistema de acompanhamento de alvos ate 450 km, o navio tem vantagem sobre os aviões no combate antiaéreo. Se o navio tem um sistema de acompanhamento de alvos ate 600 km, o navio tem capacidade de ataque antiaéreo, de defesa de mísseis balísticos e de fazer ataques estratégicos.
Concluindo, os sistemas de detecção e acompanhamento de alvos podem ser considerados mais eficazes quanto mais integradas tenham as funções de detecção e acompanhamento, quanto mais baixa seja a banda de radio frequência de trabalho, e quanto maior seja o intercambio de informação com o míssil interceptador.
É muito importante, que os navios de escolta maiores (Fragatas e Destroyers), possuam sistemas de radar de busca e acompanhamento integrados, preferivelmente multifaces, em vez de rotatórios, de modo a se otimizar o tempo de reação ante uma ameaça.
Do mesmo modo, quanto maior é a distancia de combate do navio, maior é a exigência de um sistema de comunicação bidirecional, uplink/down link, com o míssil interceptador e maior também a exigência de potência para o radar, e isso as Fragatas F100 da Navantia tem de sobra.
Na época do governo Lula, o vencedor não declarado e comentado não oficialmente do PROSUPER era as fragatas FREMM italianas, pois possuíam o preço mais baixo e que parte de seus sistemas já e conhecido pela MB em versões mais antigas. O modelo F-100 “perdeu” em parte por ser um modelo caro e que a MB desconfiava na não liberação do sistema AEGIS para o Brasil, pois este não e considerado um aliado de primeira linha dos EUA, depois ofereceram um modelo com um radar europeu mais em conta e com menos restrições. A defesa de um navio leve em conta uma rede defensiva integrada contra os caças, que atuam como lobos e não como ursos. Detectar um avião e bem mais difícil que detectar um navio, por isso os EUA utilizam grupos de batalha de porta-aviões, utilizam aviões AEW integrados a ECM e ECCM para neutralizar um grupo de aeronaves atacantes. Tentar utilizar somente um navio como centro de defesa de um grupo naval (mesmo este sendo pequeno) contra aeronaves atacantes é uma situação perigosa. Na guerra das malvinas, os ingleses sofreram com isto. Descontando o nível de tecnologia da época comparado com o atual, a marinha inglesa possuía escoltas AA como os type 42 que na época eram considerados modernos e atualizados, ficaram em desvantagem contra atacantes argentinos tecnologicamente inferiores (os navios ingleses eram construídos na década de 70 contra caças construídos no final dos anos 50,A-4B,C e Q, e anos 60 como mirages IIIE e daggers) tendo perdas graves, mesmo conseguindo derrubar diversos atacantes, mas quem fez mesmo diferença foi o Sea Harrier MK1 em conjunto com os Sea King AEW Mk1 (convertidos de modelos ASW em regime de emergência com um radar Blue Fox adaptado a uma bolha externa inflável).
Só hoje pude ler esse artigo, Padilha muito bom parabéns, se pudessemos contar com cinco F-100 e mais um BAC Cantabria estaríamos bem servidos
Olá Padilha, desculpe pela minha palavras anterior, e gostaria de lhe dá os parabéns pelo seu site. O Brasil tem é que comprar umas 24 unidade novas: 4 Belém, 6 Recife, 4 Salvador, 6 Rio, 4 RS. isso são Fragatas, e 10 Type 45. 2 unidade para cada base. Ai sim vamos ter uma cobertura de respeito, isso sem falar nos submarinos. Sou Brasileiro e temos que pensar grande.
A justiça deveria era confiscar todos os bens desse ladrões, que estão roubando a Petrobras e com todo esse dinheiro comprava navios novos com entrega a curta prazo. E tava uma cadeia de 30 anos sem direito a nada, no regime fechado.
Obrigado Padilha.
Acho que com a atual situação político econômica do Brasil será difícil sair alguma definição do PROSUPER neste ano.
650 milhões de???? Euros ou reais????
Grande abraço
Euros, como todas as outras ofertas europeias.
Parabéns pela ótima matéria. E também ao Bosco pelos esclarecimentos adicionais.
Uma pergunta: qual o custo dessa fragata? Ela seria mais barata do que as alemãs?
O preço já com o custo Brasil girava em torno de 650 milhões. MADE IN BRAZIL
Ótima matéria.
Muito bom artigo, parabéns!
A F-100 é sem dúvida, minha preferida!
Seria interessante matérias com as capacidades das outras concorrentes. Parabéns ao DAN.
Parabens ao DAN por proporcionar tantas e boas informacoes q so acrescentam o esclarecimento e entendimento dos mais leigos….otimoas perguntas , opinioes…emfim….bom debate e de educado…..parabens a todos e hoje aprendi um pouco mais. sds
Excelente matéria!
Parabéns ao DAN!
Em tempo. O amigo acima, levantou a hipótese do desenvolvimento conjunto do Marlin com a Denel. Acho que seria muito bom isso para o domínio tecnológico. No caso, poderia ser aplicado tanto o sea ceptor como este marlin, cobrindo defesa de ponto e a média distância. Ficaria faltando só o vetor de longo alcance. No caso, qual poderia ser….teria que ser o sm2?
Outra dúvida….os sea ceptor e marlin possuem sistema de guia independente, bastando direcionamento inicial e correções de meio curso. Isto seria melhor ou pior para o sistema da F100 no que tange busca, aquisição e travamento de alvos?
Willhorv,
Sem dúvida mísseis com seeker autônomo (IR ou radar ativo) seriam mais indicados para se contrapor a ataques de saturação já q
Willhorv,
Sem dúvida mísseis com seeker autônomo (IR ou radar ativo) seriam mais efetivos para se contrapor a ataques de saturação já que não fazem uso de diretores de tiro ou de radares de iluminação.
Mesmo os mísseis da F-100 seriam guiados pelo sistema TSARH, onde o T, de “terminal”, faz toda a diferença, ainda assim ocupam canais de tiro que eventualmente podem ficar congestionados,já que os iluminadores são radares mecânicos.
O problema pode ser resolvido com a adoção de “iluminação” via radares de varredura eletrônica, como ocorre com o sistema APAR, SPY-3, AMDR, etc.
Esses radares por operarem na mesma frequência que os mísseis, conseguem também iluminar os alvos para os mísseis com orientação TSARH, usando o modo ICWI, onde é quase que impossível haver o congestionamento dos canais de tiro frente a um ataque de saturação.
Quanto ao míssil de defesa de defesa de área, se você estiver se referindo a F-100, em teoria ela poderia usar outro míssil, como o ASTER 30 ou o Barak 8, mas acho difícil haver essa integração com o SPY-1D. Uma opção ao SM-2 seria o SM-6, com radar ativo.
Um abraço.
Olha, um meio naval deste porte, na minha opinião, não deve ficar sem um sistema de defesa de ponto, assim como canhões automáticos em seus flancos (seja 20, 25 ou 30mm), para defesa aproximada. Ainda mais para o que se presta, que é efetuar a defesa de uma frota. É uma economia besta pelo valor da embarcação não instalá-los. Mesmo com eficiência de seus mísseis, um sea skiming pode passar e pronto…..fora de combate! Ou mesmo uma lancha rápida sai de uma posição de vantagem e também se vê a viola em cacos.
Will…
foi o que escrevi acima, canhões de 25 mm foram instalados
em cada bordo no alto do hangar e há também metralhadoras
que são instaladas quando necessário fora isso elas ficam
guardadas dentro do navio.
Quanto à instalação de CIWS todas as marinhas sofrem de
restrições orçamentárias e é difícil manter todas as unidades
adequadamente armadas.
Os muito maiores Arleigh Burkes sempre tiveram provisão para
2 CIWS mas a maioria está equipado com apenas um e durante
algum tempo muitos ficaram sem absolutamente nenhum.
Uma máxima naval é que “combate-se com o que se tem e não
com o que se quer”.
Padilha, na sua opinião, a F100 é o melhor navio do PROSUPER ?
Na minha opinião é um senhor escolta.
Pessoal pelo que vejo ainda está possível atacar uma escolta com um caça portando moderno RWR e um míssil tipo RB-15, navegando abaixo da cobertura do horizonte radar e fazendo um pop-Up para lançamento do míssil, rápido mergulho e fuga a baixa altitude em outra proa. Sem contar as iscas eletrônicas ativas no caso de interceptacao por míssil de radar ativo. Naturalmente isso só será possível com reabastecimento aéreo a baixa altitude e a grande distância da frota inimiga. Espero que nesse aspecto nosso novo KC não bata as asas como nosso velho 707 fazia a baixa altitude, já o Hércules não tem essa limitação.
Vou repetir o que já disse aqui: Por mim, o PROSUPER e o PRONAE, deveriam ser abdicado em favor da duplicação do PROSUB: Em vez doa atuais magros 15 Scorpenes Br e dos 6 nucleares, a Força de submarinos da MB deveria ter 30 Scórpenes BR que é um projeto 100% nacional assim como as tecnologias ( máquinas-ferramentas, acessórios e maquinaria em geral) e 12 submarinos com propulsão nuclear. Isso não é fantasia, e sim possibilidade de realidade. Com uma frota de 35 submarinos convencionais e 14 submarinos com propulsão nuclear, teríamos em média sempre 12 submarinos convencionais e 4 nucleares no mar. E a existência de uma força significativa e crível tão moderna e mortal dissuadiria qualquer Potência a enviar forças navais para tentar brincar com o nosso Pré-Sal.
Seria interessante se o Brasil desenvolvesse uma versão naval do Saber M200 mais com um alcance maior 400km e desenvolver o míssil Marlin com a Denel e integra-los a F-100 que espero que vença o PROSUPER. Assim o recheio eletrônico seria de total domínio nacional e livres de alguma restrição de uso.
Já está em curso no âmbito do Ministério Público Federal as ações que visam parar as negociações da compra dos GRIPEN NG. As ações já estão em andamento, por favor informem-se.
Porque ofertaram a F100 e não a F105?Preço? O radar CEAFAR é muito diferente do AEGIS?
Prezado, a a fragata 105 pertence a classe àlvaro de Bazan, que é uma F100. A F105 é o modelo mais novo, porém, da mesma classe. OK?
Brasil merecia 30 fragatas dessa e mais 2 porta avioes na minha opinião..
O importante e que as fragatas sejam construidas aqui no Brasil com o máximo de material nacional……quanto aos sistemas de armas é claro que se não os temos em versão nacional, a alternativa será, claro,comprar fora….CONSTRUIR no Brasil,,,,esse deve ser o primeiro passo…
Ãhh, este navio parece não dispor de um sistema de defesa de ponto, seja de cadência como os Phalanx americanos ou de proximidade como os usados nas nossas escoltas atualmente…será por falta de espaço ou não foram previstos mesmo? Acho que deveriam ter! Ou substituir o 5″ frontal por um 76mm de múltiplo emprego moderno da Oto Melara com aquelas maravilhosas ogivas guiadas…seria um disbundi hein !!
Will,
Ele leva um CIWS Meroka, que combina 12 canhões de 20 mm.
Will,
Corrigindo.
Há previsão para receberem um CIWS Meroka acima do hangar, mas isso ainda não foi feito e talvez nem seja, haja vista o sistema de míssil ser considerado mais que suficiente.
Perdão!
um” goalkeeper” seria sonhar demais?
Foram previstos sim,desde o início seria o “meroka” espanhol,
mas, a falta de recursos impediu a implantação, mas, há espaço
sim.
Ao menos no último navio da classe foram instalados 2 MK-38 de 25 mm
que equipa a maioria dos navios da US Navy incluindo os Arleigh Burkes
para combate à pequenas embarcações e com uma boa dose de sorte
helicópteros.
Não sou contra a incorporação do Aegis na MB, mas no caso dos mísseis acredito ser imperativo o domínio da tecnologia dos mesmos pelo Brasil.
Não há nada que impeça as F-100 de levarem e dispararem os mísseis pesados (e compridos) como o Tomahawk, o SM2 ER Block IV, o SM-6 e até os SM-3 (antibalístico/antissatélite). E nem o menor e mais curto VL-ASROC.
Salvo alguma adaptação que deva ser feita no sistema de combate.
O que dificulta isso é alguma restrição imposta pelos americanos e a reduzida quantidade de células lançadoras. Sendo só 48, no máximo algo como 16 células poderiam ser dedicadas a outros mísseis que não os que já estão em uso.
Vale salientar que além do radar SPY-1D, que faz o controle de tiro dos mísseis há 2 radares iluminadores SPG-62.
Como cada face do radar SPY-1D poder controlar até 4 mísseis em voo, dezesseis mísseis podem ser lançados contra dezesseis alvos, mas só 2 podem ser interceptados de cada vez. Os outros mísseis ficam na fila, esperando terem seus alvos iluminados.
Dizem que na distância do horizonte radar (até cerca de 25 km) a precisão é tão grande que um alvo pode ser interceptado sem necessidade do radar iluminador. Na medida que alvos mais distantes são engajados, os erros do “telecomando” aumentam e um radar iluminador é necessário na fase terminal, para “refinar” a precisão.
Esse tipo de míssil SM-2 e ESSM, guiados por sistema denominado TSARH (guia por radar semi-ativo na fase terminal) só precisa que seu alvo seja iluminado na fase terminal, pouco antes de ocorrer o “impacto”, diferente de mísseis guiados por radar semi-ativo convencionais (SARH), que precisam que o alvo seja iluminado durante todo o trajeto do míssil, do lançamento ao “impacto”. Exemplo desse último tipo é o Aspide, usado pela Marinha do Brasil.
Essa F1000 tbm possui lançamento de torpedos e qual o canhão empregado no mesmo, e possui metralhadora tbm em seu arcenal?
Não é F1000 e sim F100. Possui todos os armamentos citados por vc no paiol do navio.
Luiz,
Ele tem um canhão de Mk-45 de 127 mm, para apoio de fogo e função anti-superfície, capaz de lançar projéteis de uns 30 kg a cadência de 20 t/min a 25 km de distância.
Tem também dois lançadores triplos de torpedos Mk-32, armados com o torpedo leve Mk-46 mod 5. Esse torpedo pesa 230 kg, ogiva de 44 kg, é propulsado por um motor térmico que pode funcionar por cerca de 20 min, o que dá um alcance de uns 15 km. A velocidade máxima é de 50 nós.
Pelo menos a fragata Cristobol Colon tem dois canhões Mk-38 mod 2, de 25 mm. Não sei quanto as outras.
Quanto ao CIWS Meroka, há previsão das F-100 o receber, mas parece que ainda não houve verba e nem interesse, tendo em vista que o sistema de mísseis é considerado mais que suficiente para a defesa.
Ok. Obrigado pelos complementos. Seria um contra-torpedeiro de defesa aérea….com mísseis de sobra para a defesa de área até 170 km. Acredito que 16 silos poderão receber mísseis cruzadores em uma config AEW ou 8 mísseis asuw de melhores especificações e 8 foguetes porta torpedo asw em uma config ASW/ASUW. Seria um excelente meio moderno para nossa marinha. Mas com tantos mísseis faltaria dinheiro para eles….kkkkk. Será que o tio san liberaria os Standard?
Afirmativo.
No acordo que os americanos tem com a Espanha eles só podem disparar os misseis tomahawk dessas fragatas depois de 5 anos não sei isso procede.
Meus parabéns! Um belo artigo, bem esclarecedor.
E ela possui também o RGM-84 Harpoon (não encontrei referência sobre qual versão):
Peso: 690 kg (o booster descartável pesa cerca de 140 kg)
Ogiva: 227 kg, do tipo semi-perfurante com cerca de 80 kg de explosivo
alcance: de 180 a 270 km (depende da versão)
Obs: versões iniciais tinham 130 km de alcance, mas já não estão em uso.
velocidade: Mach 0.8
Altitude máxima: 1.500 m do nível do mar
altitude mínima: 2 m do nível do mar
RCS: 0,1 m²
motor: lançamento por um booster (motor foguete sólido) descartável e turbojato (querosene) na fase de cruzeiro
Orientação: inercial( e GPS ? depende da versão) no meio curso e terminal por radar ativo com capacidade HOJ (home on jam). A altitude é controlado por um radioaltímetro.
Data-link (?): se tem, depende da versão
As F-100 levam 8 Harpoons, lançados dos lançadores Mk-141, fixos, inclinados.
Complementando a informação do Padilha, as F-100 são armadas com o RIM-66 SM-2 MR Block III A e pelo RIM-162 ESSM.
As especificações do SM-2 são:
Peso: cerca de 700 kg
Ogiva: cerca de 65 kg
Motor: foguete sólido
alcance máximo: 170 km
alcance mínimo: 5 km
altitude máxima: 25 km
altitude mínima: nível do mar
Velocidade máxima: Mach 3.5
Orientação: Terminal por radar semi-ativo com navegação inercial de meio curso e atualização via data-link
ESSM:
Peso: 280 kg
Ogiva: 40 kg
Alcance máximo: 50 km
Alcance mínimo: 3 km
Altitude máxima: 15 km
Altitude mínima: nível do mar
Velocidade máxima: Mach 4
orientação: igual ao do SM-2
Vale salientar que a F-100 tem 48 células verticais Mk41, havendo 32 carregadas cada uma com um SM-2, e 16 células carregadas cada uma com 4 ESSMs, o que dá um total de 96 mísseis sup-ar, prontos para uso.
A pior proposta do Prosuper.
excedente material, parabéns .
gostaria apenas de perguntar se a Espanha ainda pensa em adquirir os tomahawk?
Voando sempre no máximo do alcance do radar tendo reduzido rcs contando também com o limite de horizonte e lançando seu míssil na faixa de 100 km e então subindo para o nível de cruzeiro em velocidade supersônica não seria um ataque eficaz e impune a esse vaso ?
Se vc imaginar que antes de lançar o navio já lhe viu e já te mandou um presentinho. ….As defesas do navio tentarão se safar mas o caça mesmo a velocidade supersônica não fugirá de um SM2. Se o navio travar nele as chances de se safar são pequenas.
Mas todos sabemos que um caça com RCS da ordem de 0.5 com um missel RBS 15 e somente um tanque externo reduz em 40 % o alcance desse sistema aegis na verdade de todo radar pois 450 km é o máximo contra um RCS geralmente da ordem de 3 metros quadrados,então talvez o caça fosse lockado a uns 200 km do navio e isso seria dentro do alcance cinético do missel que é de 180 km… Ai vai a minha pergunta para o senhor que é especialista no assunto por ter servido numa fragata moderna , disparando o SM 2 a 150 km do caça sendo que o alcance deste máximo é de 176 km vamos fazer de conta que todos os alcances são esses pois os reais são classificados e sofrem ação de diversas variáveis como tempo altitude manobras evasivas , voando a mach 4 ou 1,2 km por segundo ele percorreria os 176 km em 146 segundos porém o caça em vôo rasante se afastaria a uns 400 m/s dando uma vantagem de 0,8 m/s ao missel porém quando o missel chegasse ao seu alcance máximo o caça teria se afastado 58
km deste limite isso NÃO o tornaria IMPUNE as defesas do aegis ???.
Agradeço sua atenção sr Luiz eu sou um assíduo leitor do seu espaço e depois de varios anos venho a comentar com os senhores aqui.
Gabriel, como vc mencionou, existem muitas variáveis. O cenário que vc criou está um tanto 100% a favor do caça atacante. Os dados que apresentei são de pesquisas, o que não quer dizer que sejam 100% reais. Acredito que sejam muito melhores, uma vez que são classificados. O SM2 em sua trajetória, vai “conversando” com o navio que tem o inimigo travado. Não acredito que seja infalível, mas as chances do caça são muito menores.
Oi caro Luiz Padilha, como seria ou como ficaria a situação desse navio lidando com caças semi furtivos ou furtivos e misseis semi furtivos ou supersônicos ?
No cenário atual quem ver antes ataca antes e assim aumenta suas chances de sobrevivência. Estamos falando de guerra. Na guerra vence quem tem o melhor equipamento.
Alguns dados estimados do aegis note que RCS de 0,5 é o mesmo de um mono motor e 0,1 o do missel.
Boa matéria. Parabéns ao DAN !!
Quais sistemas de mísseis standard esta f100 possui? Essm também? Alcance?
SM2
As fragatas F100 carregam quais mísseis standard? Acho que o de interceptação de balísticos não esta no escopo, ou esta? Não estão armadas com essm e standard para 75-150km?
Ótima e matéria, não é sempre que se tem exposições bem detalhadas sobre os sistemas de detecção e interceptação.
“A geometria da terra, impede que radar detecte alvos em voo rasante no mar além de 25Km do horizonte”, então nossos AF-1 M ainda podem dar dor de cabeças para possiveis ameaças, no entanto necessita ser guiado por um AEW para saber a posição dos alvos!
um abraço.
Estão dizendo que os modelos com AEGIS foram rejeitados por possuírem muitos componentes americanos.
Alguém sabe se é verdade?
Sds.
Acho mais provavel os modelos AEGIS serem rejeitados pelo custo mais elevado em relacao aos outros concorrentes
Não. Isso não é verdade.
Aposto quem vai levar o PROSUPER vai ser a F-100