O que os EUA devem aprender com a morte da Marinha da Grã-Bretanha

Por David Machado

REUTERS – A Grã-Bretanha costumava se gabar como sendo a marinha mais poderosa do mundo. Não mais. E isso é um problema sério para aliados como os Estados Unidos.

Tradicionalmente, a Marinha Real da Grã-Bretanha tem sido a parceira mais próxima da marinha de os EUA. As duas lutaram juntas contra praticamente todos os seus adversários. Assim, qualquer enfraquecimento da Marinha Real também corrói o poder naval de Washington.

Hoje, no entanto, a Marinha Real é uma sombra de seu passado. Burocratas do governo têm repetidamente e excessivamente, reduzido o número de seus navios, aviões e pessoal. Ela mal consegue patrulhar as águas do Reino Unido, muito menos projetar a influência britânica no exterior.

Embora as autoridades de Londres estejam prometendo reverter esse declínio, pode ser que seja tarde demais. Com o moral em queda livre, e seus poucos navios restantes sofrendo frequentes avarias no mar, o sofrimento da Marinha Real pode ser terminal.

HMS Dragon (D 35) em Gibraltar

O momento não poderia ser pior. O Ocidente está se mobilizando para derrotar o Estado Islâmico, impedir uma Rússia cada vez mais agressiva e gerenciar a meteórica ascensão da China como uma potência mundial. O colapso da frota britânica é uma lição para os governos que precisam de dinheiro e que lutam para equilibrar as suas necessidades orçamentais em um mundo aparentemente cada vez mais volátil.

Sim, Marinhas são caras. Elas exigem planejamento de longo prazo, trabalho e financiamento. Em tempos de paz, o benefício de uma frota é muitas vezes invisível, marcado pela ausência de conflito aberto.

No entanto, marinhas continuam a ser cruciais para a defesa nacional. Patrulhando águas internacionais com sensores sofisticados e poderosos, possuir armamento de longo alcance, eles podem responder mais rapidamente às crises e trazer mais poder de fogo para prover suporte às forças aéreas (que precisam de pistas próximas a área de operação) e exércitos (que se movem lentamente).

Marinhas que morrem por negligência deixam um vazio que Estados delinqüentes, terroristas e criminosos podem preencher rapidamente. É preciso que a Marinha mantenha um olho em regiões oceânicas vastas. Reduzir o que antes era a frota líder mundial, cria um vácuo na segurança mundial.

TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Carlos Lima

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