Rússia acusa EUA de matar soldados sírios; Conselho de Segurança se reúne

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As aliadas Rússia e a Síria acusaram neste sábado (17) a coalizão liderada pelos Estados Unidos de matar pelo menos 62 soldados sírios em ataques aéreos a uma base militar no nordeste do país, em meio ao cessar fogo acordado entre Moscou e Washington, em vigor desde a última segunda (12).

Em nota, o Departamento de Defesa americano disse ter interrompido o bombardeio ao que acreditava ser um reduto do Estado Islâmico após ser avisado pela Rússia de que atingira forças do governo de Bashar al Assad.

“As forças de coalizão não atacariam de forma intencional uma unidade militar síria”, diz o comunicado do Comando Central dos EUA.

A explicação não foi suficiente para Moscou, que pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir o ataque. O organismo se encontraria ainda na noite deste sábado.

O local atingido é uma base militar síria em Deir elZour–atualmente cercada por militantes do EI. Os ataques teriam ajudado membros da facção terrorista a tomar uma posição antes ocupada pelo Exército sírio próximo ao aeroporto da cidade.

“Estamos chegando a uma conclusão muito aterrorizante: de que a Casa Branca está defendendo o EI. Agora não não há dúvidas disso”, disse a porta voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, segundo a agência RIA Novosti.

O regime de Assad também afirmou, em nota, que o bombardeio é “prova conclusiva” de que os EUA e seus aliados apoiam a facção terrorista, e que o ataque é uma “perigosa e flagrante agressão”.

Segundo o governo russo, além dos 62 soldados mortos, mais de cem teriam ficado feridos, e os quatro caças envolvidos no ataque teriam vindo a partir do Iraque. Não está claro a que país pertenciam as aeronaves.

Essa seria a primeira vez que a coalizão liderada pelos Estados Unidos ataca diretamente militares de Assad.

TRÉGUA

Implementado na segunda (12), o cessarfogo diminuiu a violência no país desde então. Entretanto, combates e bombardeios localizados foram registrados em partes da Síria durante a semana e a ajuda humanitária prometida não consegue chegar às áreas necessitadas.

Mais cedo no sábado, o ministério da Defesa russo havia declarado que as condições no país estavam se deteriorando, com a trégua tendo sido violada quase 200 vezes pelos rebeldes –e que os EUA seriam responsáveis caso o acordo entrasse em colapso.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), vários enfrentamentos ocorreram na madrugada de sexta feira e manhã de sábado (17) em áreas próximas à capital, Damasco.

FONTE:Folha de São Paulo

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