Suspenso o fornecimento de aeronaves Do 228NG da empresa suíça RUAG para a Venezuela

Dornier do 228-212
O primeiro Dornier Do 228-212 (número de cauda YV2980) recebido pela Força Aérea da Venezuela sob um contrato com a empresa suíça RUAG para guarnecer o 9º grupo de transporte aéreo. Foto dez 2015 (c) Carlos Oviedo.

De acordo com a matéria “Ruag zieht die Notbremse” do jornal suíço “Tages-Anzeiger”, datada de 31 de março de 2016, a empresa suíça RUAG suspendeu os fornecimentos do contrato de 2013 para aeronaves de transporte de passageiros turboprop Dornier Do 228NG para a Força Aérea da Venezuela, por causa da falta de pagamentos do lado venezuelano.

A RUAG adquiriu os direitos para a produção em série dos aviões Do 228 após a falência e liquidação da sociedade germano-estadunidense Fairchild-Dornier em 2003, e lançou uma versão nova. A manufatura do Do 228 continua, desde sua aquisição pelo grupo RUAG, na antiga sede da Dornier, na cidade alemã de Oberpfaffenhofen, perto de Munique. Desde 2010, a variante modificada pela RUAG sob a designação Do 228NG, tem a fuselagem e grandes partes da estrutura feitas na Índia, pelos grupos de empresas HAL e Tata.

Em outubro de 2013, a RUAG assinou um contrato para o fornecimento de dez aeronaves Do 228 para a Força Aérea da Venezuela, dois dos quais foram reformados a partir de velhos Do 228-212 provenientes do mercado comercial, enquanto os restantes oito, Do 228NG de nova construção. Era o maior contrato da RUAG para aeronaves Do 228NG. Na Força Aérea Venezuelana, essas aeronaves iriam ser utilizadas na “base social”, para o transporte de passageiros em áreas remotas do país, na Amazônia, e fariam parte do 9º grupo de transporte aéreo, baseado no aeródromo de Puerto Ayacucho.

Os dois Do 228-212 “de segunda mão” foram entregues à Venezuela no início de 2014, mas em 2015 o lado venezuelano praticamente parou os pagamentos do contrato. Na Venezuela, o primeiro Do 228NG construído foi entregue, mas ele não foi totalmente pago, e agora a RUAG parou o fornecimento das sete aeronaves restantes já prontas. Apesar de a Venezuela ter feito um adiantamento para todos os 10 aviões, no caso de rescisão do contrato, a RUAG ainda perderia “dezenas de milhões de dólares”.

Aparentemente, a RUAG se refere ao contrato como quase impossível de ser pago por causa da difícil situação financeira e econômica na Venezuela, “à beira da falência”, e a empresa já iniciou negociações com várias companhias aéreas sobre a possibilidade de vender as sete aeronaves venezuelanas já construídas. Em particular, estão em curso negociações com as aéreas regionais Aurigny Air Services, da ilha britânica de Guernsey, que já havia recebido anteriormente uma aeronave Do 228NG em 2015 e ordenou outra.

TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Junker

FONTE: BMPD

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