Por João Fellet
Após ocupar o Leste Europeu, os soviéticos agora avançam pelo Hemisfério Sul. As tropas comunistas invadem a Austrália, ocupam a África e de lá partem para a conquista do território de onde lançarão a ofensiva final contra os Estados Unidos: o Nordeste do Brasil.
O cenário hipotético é narrado em um relatório da CIA (agência de inteligência dos EUA) divulgado nesta semana, entre cerca de 800 mil documentos que vieram à tona após uma longo processo movido por defensores do livre acesso à informação.
Intitulado “O fortalecimento econômico-militar do Brasil: fator de importância central para a segurança dos EUA e do mundo democrático”, o documento de 33 páginas destaca o papel que o Nordeste poderia ter em um eventual confronto entre os Estados Unidos e a União Soviética na Guerra Fria.
Separada da costa africana por apenas 3 mil quilômetros, a região é descrita no relatório como sujeita a conflitos sociais e um “potencial centro de agitação e disseminação de ideais comunistas”, mas considerada crucial para a defesa do Atlântico-Sul e dos Estados Unidos em caso de um ataque russo a partir da África.
Segundo a CIA, o Nordeste era tão importante para a segurança dos EUA quanto o Canadá e o Canal do Panamá, a conexão marítima entre o Atlântico e o Pacífico. A agência cita o general francês Lionel Max-Chassin, para quem uma hipotética ofensiva soviética contra os EUA incluiria ataques a partir do Ártico e da “faixa costeira entre Natal e a Bahia”.
“Um segundo movimento, precedendo a invasão final, pode se voltar à conquista da zona de Cuba e do México, no sul, e da Terra Nova e Labrador, no norte. Só na última etapa uma ofensiva generalizada seria lançada contra o coração da força naval”, diz o general.
Não é possível identificar a data do relatório, divulgado apenas parcialmente. Porém, eventos citados no texto indicam que ele foi elaborado na década de 1950, quando as duas potências se armavam para um possível conflito.
A Guerra Fria, como o período ficou conhecido, só se encerrou com o colapso da União Soviética, nos anos 1990.
Contrapropaganda e modernização
O documento defendia duas linhas de ação para aproximar Brasil e Estados Unidos e impedir a infiltração comunista em terras brasileiras.
No campo ideológico, a CIA sugeria a criação de um órgão de contrapropaganda para combater a influência soviética e a “eliminação ou neutralização” de grupos comunistas presentes em “todo o país e em diferentes esferas do governo”.
Na economia, defendia sanar os problemas que impediam o desenvolvimento do Brasil e que poderiam facilitar a disseminação do comunismo no país, como o “atraso cultural”, a pobreza e a “politização das massas por agentes comunistas”.
Entre as ações que a agência considerava essenciais estavam modernizar a agricultura brasileira, difundir a energia hidrelétrica e ampliar a produção de combustíveis fósseis.
Se recebesse o apoio militar devido, diz a CIA, o Brasil poderia assumir integralmente a defesa do Nordeste, do Atlântico-Sul e até participar de batalhas contra os soviéticos na Europa.
“Com uma população de cerca de 53 milhões de habitantes, o Brasil está em posição de mobilizar, num tempo razoável, entre 20 e 25 divisões de infantaria (de 400 e 500 mil homens), sem afetar muito sua economia interna”, calculava o órgão.
Se, porém, os dois países não se aproximassem voluntariamente, o relatório diz que “isso obviamente levaria a uma intervenção dos EUA no território brasileiro em caso de um conflito com a Rússia”.
Intervenções e Segunda Guerra
Os Estados Unidos passam a considerar o Brasil e a América Latina como parte de sua zona de segurança com a Doutrina Monroe, de 1823, que buscava restringir a ação de potências europeias nas Américas.
Outro passo foi dado em 1904 com o Corolário Roosevelt e a política do “Big Stick” (grande porrete, em português), com os quais os EUA passaram a justificar intervenções militares para preservar seus interesses na região.
Poupado de interferências mais agudas como as experimentadas por alguns vizinhos, o Brasil estreitou os laços com os Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) ao se unir aos Aliados contra Alemanha, Itália e Japão.
Soldados brasileiros são enviados à Itália, e o Brasil passa a abastecer a indústria bélica dos EUA com borracha e outras matérias-primas.
No início dos anos 1940, Natal se torna a mais movimentada base aérea dos EUA no exterior, ponto de apoio para operações na Ásia, África e Europa.
A parceria deixou uma impressão tão boa nos EUA que, anos após o fim da guerra, a CIA defendeu repeti-la diante da ameaça soviética.
No fim do relatório, a agência afirma que Brasil e EUA “devem representar os últimos bastiões da liberdade, reafirmando a tradição histórica de aliados leais e sinceros”.
“Acreditamos na sobrevivência das forças espirituais, do poder da fé e da doutrina cristã, e é por essa razão que nos devotamos a esta nova cruzada, que irá, certamente, confirmar uma vez mais o triunfo das forças da cultura e da civilização sobre as forças materialistas [soviéticas]”, conclui o documento.
FONTE: BBC Brasil
FOTOS:IVAN DMITRI/MICHAEL OCHS ARCHIVES / GETTY IMAGES
André…
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sem dúvida a Royal Navy era muito superior a Kriegsmarine, só que a Royal Navy tinha muitos compromissos em vários oceanos e mares e portanto em certas áreas encontrava-se enfraquecida e a necessidade de ter que caçar navios alemães tornava-se um fardo ainda maior e poderia enfraquecer ainda mais outras áreas…o encouraçado Bismarck que você citou é outro exemplo da
tática alemã, atrair os navios de guerra, causar confusão e desgaste…felizmente para a Royal Navy o Bismarck foi rapidamente localizado e neutralizado e não teve a oportunidade que o “Scharnhorst e o Gneisenau” tiveram no ano anterior.
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Quanto aos 3 cruzadores britânicos, o Exeter era um pequeno cruzador pesado com apenas 6 canhões de 8 polegadas e os
outros 2 eram cruzadores leves com 8 canhões de 6 polegadas…o principal navio do grupo o cruzador pesado Cumberland
estava em reparos na ocasião e assim os 3 navios britânicos tiveram que enfrentar o “Spee” muito superior que nocauteou
o Exeter e o Ajax e incapaz de retornar à Alemanha abrigou-se no Uruguai e eventualmente foi afundado pela própria tripulação
para não ser confiscado pelas autoridades uruguaias após vencer o prazo de permanência no porto.
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Quanto à FEB, não foi apenas a farda americana que foi usada, armamento, e mesmo comida, pois a comida que o Brasil enviou
à FEB era de baixa qualidade e o baixo grau de desenvolvimento do Brasil na época não tem nada a ver com o não aproveitamento ou não ser dada importância para o Atlântico , as causas são outras uma delas o atraso industrial que foi em parte compensado com a usina de Volta Redonda conseguida através de acordo com os EUA pela participação do Brasil ao lado dos EUA.
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Não estou dizendo que o Atlântico Sul não foi e/ou não é importante e sim que há um certo exagero e também incompreensão quanto à reativação da IV Frota…basta acompanhar para onde os navios da US Navy estão sendo enviados e eles não estão sendo enviados para o Atlântico Sul.
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abs
Minha nossa quanta opinião superficial, não consegui ler todos os comentários e peço desculpas a todos por isso mas o que a grande maioria sabe mas não assume e não dá o devido valor ao fato pois se não fosse assim não escreviam o que escreveram.
Gente não existe aliado/parceiro o que existe são objetivos comuns e quando eles divergem os aliados mudam, nenhuma nação é o mostro que todos falam eles são ótimos para o Brasil tanto os EUA como a Rússia ou China e digo mais se tivéssemos uma Argentina, Paraguai ou qualquer outro país querendo nos invadir seria muito bom pra nós pois não descuidaríamos de nossas F.A. como descuidamos.
Outra coisa este bando de corruptos e ladrões que estão no poder estão lá por culpa nossa e não adianta dizer “eu não votei nele” pois se não votou poderia fazer muito mais para este bando não chegar onde esta e a elite que dizem que manda no país são perto de 1% vocês realmente acham que eles mandariam no país sem nós o povo permitir?
Vamos criar vergonha e assumir os nossos erros participar mais da educação de nossos filhos e não falo de escola não falo de valores morais e capacidade de reconhecer esta cambada, vamos colocar bons vereadores e prefeitos para governar nossas cidades pois um dia eles chegarão a disputar a presidência, vamos dar o exemplo não passando no sinal vermelho, atravessando na faixa, exigindo e seguindo as leis, enfim temos muito o que fazer para ficar perdendo tempo em culpar os outros países e pessoas pelos nossos erros.
Peço desculpas a todos pois sei que devo ter cutucado a todos, inclusive a mim mesmo, mas quando estamos com problemas ou dificuldades é a melhor hora de separar o joio do trigo e esta na hora de retomarmos as rédias da nação e começar a fazer o que é certo e perder esta mania de culpar os outros (países e pessoas) pelos nossos erros.
A marinha inglesa era muito superior á alemã Dalton, o próprio Graff Spee enfrentou três cruzadores ingleses no Uruguai (Exceter, Ajax e Aquiles). Por isso que Hitler teve que se empenhar nos submarinos para enfrentar essa superioridade naval, tanto que o próprio couraçado Bismarck foi destruído por uma concentração de navios – incluindo dois couraçados. A função dos cruzadores e couraçados alemães era destruir a marinha mercante aliada.
O Atlântico Sul é imenso e rico em biodiversidade e trata-se de uma zona de trafego mercante vital para o Brasil e outros países da região. É por não darmos a devida importância a esta gigantesca massa liquida que o Brasil não se desenvolve como deveria. Curiosamente os soldados FEB usaram uniformes dos norte-americanos ja que a vestimenta dos brasileiros era igual a dos alemães.
Meu caro RR quando eu me refiro a “elite “” eu estou falando das inúmeras família que dominam esse país a séculos, os Sarneis , os Neves,Marinhos e tantos outros cujo único compromisso consiste em atrasar o país de modo a enriquecerem negando ao povo o básica à dignidade humana ou seja saúde, educação, segurança etc! Grande abraço!
Leonardo Rodrigues,
A ideia nunca foi necessariamente dominar através de cultura ( até porque, uma coisa assim tem tudo pra dar errado, visto que, para se impor uma cultura, deve-se obrigatoriamente destruir a que já existe ), mas tornar o País um aliado mantendo-o dentro do circulo de influência política, ganhando respeito através de um “jogo moral”… Para tanto, era lógico transformar o Brasil num exemplo de economia capitalista pujante; um exemplo para o mundo de como uma parceria com os EUA seria boa e lucrativa, e de como seria ruim associar-se a URSS e tal… E um dos parâmetros para se conseguir isso é justamente reforçar a cultura local, dando um senso de identidade e da necessidade de se preserva-la.
Tanto americanos quanto soviéticos fizeram isso em alguma instância nos países sob sua influência. Ambos tentaram desenvolve-los de alguma forma, financiando seus sistemas econômicos e suas defesas…
André…
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você está dando importância exagerada ao Atlântico Sul…o fato do primeiro combate naval da II Guerra ter sido travado no
Atlântico Sul é justamente por que a Royal Navy tinha poucas unidades navais nele e uma das missões de um “raider” no caso o ” Graf Spee ” era atrair navios de guerra inimigos e obriga-los a uma caçada longa enfraquecendo outros teatros mais
importantes…outro navio da mesma classe encontrava-se no Atlântico Norte no início da guerra e teve menos sucesso e o
próprio “Garf Spee” não durou mais do que 3 meses.
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Depois disso quando os submarinos do eixo passaram a ser alvos fáceis no norte, alguns deles foram enviados para o Atlântico Sul, mas, não tiveram grandes sucessos e de qualquer forma a guerra já estava perdida para à Alemanha.
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A IV Frota foi criada em 1943 para atuar no Caribe e nos oceanos Atlântico e Pacífico ao redor da América do Sul, mas, foi extinta
em 1950 e a missão redistribuída entre a então II Frota no Atlântico e III Frota no Pacífico, ou seja, o Caribe continuou sendo
monitorado como por exemplo no caso durante a crise dos mísseis em Cuba em 1962 e mesmo durante a guerra fria não
houve uma reativação da IV Frota !
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Em 2008 a IV Frota foi reativada e houve um motivo bastante lógico para isso. A então II Frota estava sobrecarregada enquanto
que Mayport estava perdendo navios, inclusive o único NAe baseado lá, o então USS John Kennedy de propulsão convencional
e com isso milhares de marinheiros e seus familiares deixaram a área afetando a economia local…e NAes de propulsão
nuclear exigiriam investimentos muito altos e não disponíveis.
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Assim o envio de almirantes e seus staffs foram a primeira medida para reerguer a importante base de Mayport que recebeu
subsequentemente um grupo de 3 navios anfíbios, compensando em parte a perda de um NAe e receberá um bom número de
LCSs para compensar em parte a perda das fragatas classe “Oliver Perry”.
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Não há navios permanentemente designados à IV Frota…só para você ter uma ideia, amanhã partira de Norfolk o NAe USS
George Bush que tem como destino final o Golfo Pérsico e os 2 cruzadores que se encontram em Mayport irão com ele.
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abs
Cesar Pereira,
Em 1942, o Brasil já estava inserido no esquema aliado… Era inevitável, após Pearl Harbour…
Elite…? Caro, o Brasil não tem nada hoje que se possa considerar uma “elite”… E assim o é porque aqueles que de fato o são sequer se reconhecem como tal…
Principalmente os EUA sabem que o Brasil é um país geopolítica e geograficamente estratégico – Alcântara é um exemplo formidável! Só que nunca nos apoiou na fabricação do submarino nuclear, o que é um contra-senso desse relatório. Do lado de cá temos que ler opiniões como o dinheiro deveria ser investido em…, o que o Brasil precisa é de guarda costeira… etc. O brasileiro tem o direito de ser ingênuo, mas não precisa ser tapado. A esquerda socialista tratou de qualificar o riqueza como algo ruim, daí o bolsa-familia, associando os EUA como um imperialista para país. É por isso que o Hugo Chaves enterrou a Venezuela nesse caus ideológico, econômico e social. Recentemente o exército até recebeu blindados dos Estados Unidos, incluindo quatro de manutenção.
Se levarmos esse relatório em consideração e lembrando a situação do nordeste durante a Segunda Guerra, talvez a quarta frota tenha sido criada justamente para por em prática essa zona de interesse (ou segurança segundo o texto) dos EUA. Os alemães e britânicos travaram o primeiro combate da Segunda Guerra aqui no Atlântico Sul. Então devemos ter consciência da importância que o Brasil tem perante os interesses externos. Nós que estamos sempre lhe dando com esse tema sabemos, mas nossa sociedade se faz de cega (o pior cego é aquele que não quer ver: a importância do Brasil no tabuleiro internacional).
Meu caro Patetriota os verdadeiros parceiros de todas nações são seu povo,o BRASIL só não quebrou ainda porque tem um povo trabalhador, oque atrapalha é a elite corrupta que suga o povo ! Grande abraço!
O Brasil e uma nação estratégica em relação ao Atlântico como para a África, os EUA iriam nos invadir com a “”Operação Pote de Ouro “”caso Vargas não colaborasse, inclusive Vargas em seu diário dizia que aquilo não era uma uma colaboração mas sim uma violência! Como falamos nada de amizade apenas interessese.
Pra.que criar uma potência se podemos domina-la culturalmente. Certeza que ao ler o relatório algum assessor presidencial e com o pragmatismo capitalista que lhe cabe deve ter dito:
Temos meios mais eficazes. Vamos ajudar a eleger seus governantes.
Fala aí quem são os parceiros do Brasil César Pereira… kkkkk
Parceiros? Os EUA poderiam ter feito muitas coisas pelo BRASIL, nosso país está sempre levando uma bola nas costas com essa pseudo parceria ,a elite brasileira nos transformou numa copia grotesca dos EUA matando nossa cultura! Nunca houve parceria mas sim uma imposição do querer dos EUA, muitas vezes atravancando o nosso desenvolvimento vide o nosso programa espacial!
E tem gente que ainda diz que os EUA sempre quiseram enfraquecer o Brasil,principalmente na questão militar…