Presidente da Compagnie Générale Aéropostale, será homenageado no dia 7 de dezembro no Rio.

Uma placa em homenagem ao francês, Marcel Bouilloux-Lafont, será inaugurada na próxima sexta, dia 7/12, às 10hs, no antigo Hotel Natal, na Cinelândia (Rua Álvaro Alvim, 48), local onde morou e morreu praticamente esquecido em fevereiro de 1944, aos 73 anos.

Bouilloux-Lafont, humanista e empreendedor, mudou-se para o Rio de Janeiro ainda jovem, em 1909. Aqui fundou o bairro do Grajaú, construiu casas e prédios, além dos portos do Rio, Niterói, Bahia e Vitória e dos onze primeiros campos de pouso do Brasil. Amigo de personalidades da época como Assis Chateaubriand, adquiriu em 1927 a linha aérea de Pierre-Georges Latécoère, um dos pioneiros da aeronáutica e construtor de aviões, criador da linha postal entre a França (Toulouse) e o Senegal (Dacar) a partir de 1919.

Fundou-se então, a Compagnie Générale Aéropostale (CGA). A primeira ligação postal entre França e América do Sul foi inaugurada em 1928. E em 1930, o primeiro correio 100% aéreo entre França e América do Sul foi realizado por Jean Mermoz a bordo do avião Laté 28-3 “Comte-de-La Vaulx”, entre Saint-Louis (Senegal) e Natal (Brasil). A linha comercial Argentina-Chile foi aberta em 1929 por Guillaumet e Mermoz. A Compagnie Generale Aéropostale explorou a maior rede do mundo com mais de 17 mil quilômetros, reunindo 80 pilotos, 250 mecânicos, 50 radios, 218 aviões e oito navios.Entretanto, após a grande crise financeira e econômica mundial e o contexto geopolítico a partir de 1931, a CGA foi à falência. As atividades foram reativadas pela Air France em 1933.

As aventuras de pilotos do correio postal aéreo, a Aéropostale, como Saint-Exupéry, Mermoz e Guillaumet, entre outros, são retratadas em diversas exposições ao redor do mundo. Em 2009, durante o Ano da França no Brasil, a exposição Mémoire d´Aeropostale’ encheu as salas do Centro Cultural dos Correios, no centro do Rio, de cartas, objetos, mapas e muitas histórias. O que muitos desconhecem é o papel e a importância de personagens que fizeram essa história acontecer.

A luta pelo reconhecimento de Marcel Bouilloux-Lafont, sobretudo na França é a bandeira de sua neta, Guillemette de Bure, autora do livro “Les secrets de l’aéropostale 1926-1944”, que está no Brasil especialmente para participar da cerimônia no dia 7/12, promovida pela Associação Normandie-Niemen do Brasil representada por Romeo Barchi e que conta com o apoio do Consulado Geral da França.

O dia 7 de dezembro não foi escolhido ao acaso. Neste dia, completam-se 76 anos do desaparecimento acidental de Jean Mermoz no Atlântico.
“Eu acredito e tenho certeza que justiça será feita e que um dia todos compreenderão tudo o que Marcel Bouilloux-Lafont realizou e tentou realizar para que a França pudesse ser grande na América do Sul”,  afirmou Mermoz de quem Bouilloux-Lafont era grande amigo e padrinho de casamento.

FONTE: Service de Communication – Consulat Général de France à Rio de Janeiro

 

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