Mais de 200 guardas-marinha se formam na Escola Naval

“Adeus minha escola querida! (…) Eu vou partir, eu vou partir!” Com esse brado, 204 alunos da Turma “Almirante Graça Aranha” despediram-se da fase escolar para se tornar guardas-marinha. A cerimônia aconteceu no último sábado (8), no Rio de Janeiro.

Numa manhã ensolarada, os aspirantes da Escola Naval entraram no pátio da instituição em fila indiana e depositaram, um a um, seus espadins sobre a mesa, simbolizando o término dos quatro anos de estudos e o início de uma nova etapa em suas carreiras.

Trinta e seis almirantes estiveram presentes na solenidade, para entregar as espadas aos oficiais. O comandante da Escola, contra-almirante Antonio Carlos Soares Guerreiro, expressou seu orgulho em chamar os ex-alunos, pela primeira vez, de guardas-marinha. “As experiências aqui vividas serão levadas para a vida toda”, declarou.

Em um momento de emoção, familiares abraçaram os formandos e entregaram as platinas aos novos oficiais. No céu, um sobrevoo de dois caças AF-1 saudou os participantes da Turma, arrancando aplausos da plateia.

Coube ao ministro da Defesa, Celso Amorim, condecorar os primeiros colocados da escola: os aspirantes do corpo da armada Guilherme Trindade Vilela (1º lugar geral); o fuzileiro naval Franco de Marquet Freitas; e o intendente Leandro Ribeiro dos Santos Montenegro.

Durante seu discurso, Amorim reiterou que o pacifismo característico do Brasil não é sinônimo de um país despreparado. E lembrou aos formandos o dever de honrar a tradição de Tamandaré, Barroso e Graça Aranha. “Os militares aprendem uma profissão de fé no país”, professou.

Celso Amorim assistiu a formatura ao lado dos comandantes da Marinha, Almirante-de Esquadra Julio Soares de Moura Neto; do Exército, General Enzo Martins Peri; e da Força Aérea, Brigadeiro Juniti Saito. A contra-almirante Dalva Maria Carvalho Mendes, primeira mulher brasileira elevada ao posto de oficial general das Forças Armadas, também esteve presente.

Espírito de sacrifício, ordem, coragem, fé, abnegação, disciplina, entre outros aspectos, foram enfatizados pelo comandante da Força Naval como ingredientes que “fortalecem a consciência da importância dos mares e dos rios para o país”. Para ele, os aspirantes representam “o futuro e a renovação da Marinha”.

A partir do ano que vem, os novos oficiais realizarão um ciclo pós-escolar que será encerrado com a viagem de instrução a bordo do navio-escola Brasil. Após esse período, eles completarão a formação profissional-naval e estarão aptos para operar no território brasileiro de acordo com suas aptidões.

Importância do mar

Em nota alusiva à data, lida durante a solenidade, a presidente da República, Dilma Rousseff, destacou a importância das águas para o desenvolvimento do país. “O mar sempre esteve vinculado ao nosso progresso. Por ele flui 95% do comércio exterior; dele, são extraídos 90% do petróleo que produzimos.” A presidente citou, ainda, os 40 mil quilômetros de rios navegáveis brasileiros.

Segundo ela, os guarda-marinhas passam, a partir de agora, a ter uma parcela de responsabilidade na proteção desse grande patrimônio. Dilma Rousseff não deixou de falar que os marinheiros atuarão “em distintos recantos, desde os menores rios à imensidão da Amazônia Azul” e “diuturnamente” estarão empenhados, também, em ações de patrulha e inspeção naval, de salvaguarda da vida humana no mar e de assistência médica e social, nas bacias Amazônica e do Pantanal, em prol das populações ribeirinhas.

“Cumpram o seu dever de bons e honrados cidadãos e, dessa forma, estarão contribuindo para que o Brasil se transforme em um País cada vez melhor.”

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