Mostra de Desarmamento do Navio de Socorro Submarino ‘Felinto Perry’ (K 11)

ESTADO-MAIOR DA ARMADA

Brasília, DF, 14 de dezembro de 2020.

ORDEM DO DIA Nº 01-5/2020

Assunto: Mostra de Desarmamento do Navio de Socorro Submarino “Felinto Perry”

Em cumprimento ao disposto na Portaria nº 353, de 1º de dezembro de 2020, do Comandante da Marinha, realiza-se, na presente data, a Mostra de Desarmamento do Navio de Socorro Submarino (NSS) “Felinto Perry”, após 32 anos de relevantes serviços prestados à Marinha.

Primeiro navio a ostentar este nome, ele homenageia o Chefe da Subcomissão Naval na Europa, criada para fiscalizar a construção de três submersíveis encomendados ao Governo italiano, e primeiro Comandante da Flotilha de Submersíveis, tornando-se, posteriormente, o Patrono da Força de Submarinos.

Construído entre 1978 e 1979 como Navio de Apoio ao Mergulho pelo estaleiro Smedvik Mekaniske Verkstedt, na Noruega, o M/S Wildrake foi vendido, em outubro de 1986, para empresa dinamarquesa Henning H. Faddersbol, quando recebeu o nome de M/S Holger Dane e foi empregado como Navio de Salvamento em campos de petróleo no Mar do Norte. Foi adquirido em 1988 pela Marinha do Brasil para substituir o NSS “Gastão Moutinho”, sendo submetido à Mostra de Armamento em 19 de outubro, na Dinamarca, em cumprimento ao Aviso nº 849 do Ministro da Marinha, de 3 de outubro daquele ano e foi incorporado em 28 de dezembro.

O NSS “Felinto Perry” foi concebido para operações de apoio a mergulho, inclusive saturado, reboque, abastecimento, combate a incêndio e recuperação de óleo. Suas capacidades foram aperfeiçoadas com os anos e a atividade de socorro ampliada com a instalação do Sino de Resgate Submarino (SRS). Em 2002 acoplou, pela primeira vez, na escotilha do Submarino “Timbira”. Dois anos mais tarde, fez a transferência de um tripulante do Submarino “Tapajó” para a superfície. Em 2009 todos os submarinos brasileiros estavam qualificados para o socorro pelo SRS. Essa capacidade possibilitou aos nossos submarinistas mergulharem tranquilos, pois havia alguém pronto para eventuais necessidades de resgate.

Suas capacidades contribuíram, ainda, para a permanente presença do Brasil nos fóruns de debate da OTAN relacionados ao International Submarine Escape and Rescue Office (ISMERLO), criado após o acidente com o submarino russo “Kursk”, com a finalidade de desenvolver uma doutrina que promovesse a interoperabilidade.

A versatilidade do Navio fez com que fosse empregado, também, em comissões de adestramento da Esquadra, como ADEREX e TROPICALEX, além de apoio ao Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade e em duas OPERANTAR, em 2010 e 2012. Em 2017 participou das buscas aos nossos irmãos do ARA “San Juan”.

Ao longo de sua singradura, recebeu o “Prêmio Contato”, concedido pelo então Comando do Controle Naval do Tráfego Marítimo e foi condecorado com a Medalha Mérito Tamandaré.

Ao presenciarmos o último Cerimonial à Bandeira a bordo do “Ás de Copas”, ato solene que marca o encerramento de sua vida operativa, exaltamos os nobres homens do mar que, com seu sacrifício e profissionalismo, forjaram a alma aguerrida e persistente deste Navio. Seus feitos e conquistas serão eternamente lembrados pelas tripulações que guarneceram estes conveses e motivo de orgulho para a nossa Instituição.

“MERGULHE TRANQUILO, ESTAMOS ATENTOS!”
BRAVO ZULU!
VIVA A MARINHA!

CLÁUDIO PORTUGAL DE VIVEIROS
Almirante de Esquadra
Chefe do Estado-Maior da Armada

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