Por Renata Agostini e Herton Escobar
Assessores de Jair Bolsonaro propõem um rearranjo na distribuição de recursos para ciência, tecnologia e inovação (CTI) entre os órgãos do governo, reforçando o porcentual destinado à área militar. Segundo o texto da proposta, 60% dos investimentos em CTI hoje são executados pelo Ministério da Educação (MEC), enquanto somente 1,5% vai para o Ministério da Defesa.
Os recursos executados pelo MEC referem-se principalmente ao pagamento de bolsas e outros mecanismos de apoio à pós-graduação nas universidades públicas, responsáveis pela maior parte da produção científica nacional. Outros 20,6% são executados pelo MCTIC, 10,6% pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e 6,1% pela pasta da Saúde, segundo o diagnóstico do documento.
“Isso precisa ser totalmente reorganizado. É algo que Jair Bolsonaro tem perfeita visão”, diz Marcos Cintra, da Finep. “Não se trata de beligerância ou militarismo. As grandes descobertas tecnológicas vieram com pesquisas oriundas de interesses militares: a internet, o GPS, a ultrassonografia, para ficar em alguns exemplos.” Em países de referência, segundo ele, o investimento em inovação na área militar chega a 20%.
O plano prevê a “priorização” de tecnologias vistas como “portadoras do futuro”, como nanotecnologia, robótica, pesquisas agropecuárias e espaciais. Propõe a identificação dos setores para os quais cada universidade e centro tecnológico apresenta vocação, e o planejamento de recursos para pesquisa “de acordo com os setores mapeados”.
“A política de fomento precisa ter foco”, afirma Cintra. O plano propõe a criação de um Conselho de Inovação, ligado à Presidência da República e “com peso majoritário do setor empresarial”.
Contrariando uma das principais demandas da comunidade científica, o documento não prevê a recriação de um ministério exclusivo para o setor (o MCTI foi fundido com a pasta de Comunicações em 2016). Em vez disso, ele ganharia mais um adendo ao nome: Empreendedorismo.
FONTE: Terra
NOTA DO EDITOR: Apesar do tema ser político, pedimos aos leitores que se abstenham de comentários partidários. Caso desejem comentar que se atenham ao tema da reportagem, que trata de investimentos na área científica com benefícios no segmento Militar. Desde já o DAN agradece a compreensão.
Da onde França e Alemanha são socialistas,vcs tão ficando loucos
Ao invés de tirar dinheiro de uma pasta e passar a outra.
Porque não destinar cada imposto apenas ao propósito o qual foi criado.
Isso acabaria com os problemas do Brasil
Sabemos que o candidato que está na frente nas pesquisas tem afinidades com Israel, então podemos esperar uma aproximação maior entre a indústria de defesa do Brasil e Israel. Agora podemos também esperar um distanciamento entre governos socialistas europeus e o Brasil, digo França e Alemanha, mas aproximação entre Estados Unidos, Itália e Inglaterra. EDITADO
Wolf, a parte editada vai justamente no que pedi para não abordar. Vamos deixar a disputa lá entre eles. O assunto aqui é sobre verbas para CT&I. Ok? Obrigado.
Pra quem já fez algumbtrabalho na atea de C&T sabe que nafa começa do zero. Não é colocar dimheiro neste ou naquele setor. Tem é que haver investimento em ciência básica, o que infelizmente não acontece de forma satisfatoria a tempos no Brasil.. O resto vem a reboque. Aliás de boas intenções o inferno esta cheio. Tem que saber fazer… O que duvido muito nesse caso.
A sua falta de fé é perturbadora. Darth Vader
Ciência básica é tudo o que se faz na academia. O percentual de ciência aplicada na academia é risível. Simplesmente porque o acadêmico brasileiro tem aversão à iniciativa privada.
Excelente ,será o comando da nação na mão de alguém com visão política e militar. Creio que anos dourados virão para nossas forças armadas no desenvolvimento tecnológico e reequipamento em todos os sentidos.
A idéia parece promissora. É isso ou Fuerzas Armadas Populares Democraticas Anti-imperialistas del Brasil.
É um proposta que além de depender de um Congresso ainda mais fragmentado não resiste muito tempo com uma economia estagnada que não acredito que vai melhorar nos próximos quatro anos. Ainda mais com a guerra protecionista entre EUA e China e o risco de estourar outra bolha inflacionaria em algum momento.
A existência do MCT é uma questão impositiva para a boa gestão da pesquisa científica no Brasil. Uma visão meramente empresarial e/ou financeira do tema ciência e tecnologia é não apenas preocupante, quanto prejudicial.
O MD precisa de fontes regulares, perenes e de preferência não contingênciaveis. Isso inclui capacidade de investimento em P&D.
Lançar mão de velhas fórmulas de tirar daqui pra colocar ali já provaram que não funcionam no planejamento orçamentário brasileiro. No final, todos perdem.
A notícia é um factóide terrível. Não fala em aportar dinheiro novo e sim de redistribuir o pouco que já se tem. Não se propõe nada prático além de um show de idéias voltadas a um voluntarismo tolo. A visão de Fcarvalho é perfeita ! Implementar as C&T sem uma estrutura mínima para análise da relevância dos projetos é uma tolice. Abre margem para coisas pouco inteligentes como cortes lineares em linhas de pesquisa. Quais das três áreas citadas vai pagar o investimento ? A da formação de pesquisadores ou a da Saude ? Por que é bem Improvável que seja a gerida MAPA !
Collor também prometeu reforçar os repasses para a área militar e, no entanto, foi o pior presidente para as forças armadas. Em um dia ele vou em caça F5 e no dia seguinte cortou o orçamento dos ministérios militares.
Você Bauer mesmo comparar um forasteiro e imaturo na política com o capitão do exército que já está na vida pública a quase 30 anos????
Tá de brincadeira né!
Tenho certeza que dias melhores virão para as nossas FFAA’s, que venha o novo presidente!
A raiz deste artigo vem de declarações não do próprio presidente, mas de um assessor que inclusive pode não estar num eventual governo futuro. A gestão de C&T não é para amadores interessados ou bem intencionados. Além disto, ao que me consta, não faz parte do currículo de um oficial de corpo de tropa ou mesmo de um político, mesmo que bem intencionado, este metier, . Não é brincadeira, não dá para errar pois, no passado FHC provou isso, as consequências são muito danosas!