Parceiro da multinacional Saab na construção de fábrica em São Bernardo para montagem de estruturas do caça Gripen NG, encomendado pela FAB (Força Aérea Brasileira), o grupo Inbra vem discutindo com a companhia sueca os detalhes do que sairá dessa unidade fabril a partir de 2017, e há perspectiva de incorporar produção nacional de parte significativa desses itens. Entre as peças que devem ser fabricadas na região com ajuda de fornecedores brasileiros, estão a tampa do trem de pouso e parte traseira, mas há chances de se fazer também as partes central e intermediária da fuselagem, incluindo as asas.
Segundo o presidente da Inbra, Jairo Candido, as discussões estão caminhando bem, dentro de target (meta) preestabelecido de ter até 80% da estrutura (de fuselagem e materiais compostos) produzida na unidade fabril. Já o restante, incluindo sistemas elétricos, hidráulicos, armamentos, motor, comunicação, radar, tudo isso será montado pela Embraer, na unidade de Gavião Peixoto (interior de São Paulo).
Candido assinala que, nas conversas para agregar novos itens à fábrica de São Bernardo, pesam a favor a rede de suprimentos nacional. Ele destaca que, ao tomarem conhecimento da cadeia de fornecimento existente no País, os executivos da Saab ficaram favoravelmente surpresos, pela competência existente no desenvolvimento dos componentes para a integração com a aeroestrutura. Ele destaca que se começou a perceber oportunidades de fabricação local. Segundo ele, não faria sentido importar peça de usinagem já que o País tem fornecedores habilitados nessa área.
Fator decisivo para a decisão do governo federal de fechar contrato com a Saab, para a aquisição de 36 aeronaves, por cerca de US$ 4,5 bilhões, a transferência de tecnologia, com a possibilidade de se produzir caça supersônico no País deve beneficiar, dessa forma, as indústrias nacionais. “Acho que ficará aqui no Brasil, com produção e mão de obra brasileira, parte bastante significativa desses US$ 4,5 bilhões”, diz Candido.
O benefício não ficará apenas na compra da FAB. Isso porque há o compromisso de que, em qualquer outro contrato de aquisições do Gripen NG pelo mundo, a fábrica da Inbra em conjunto com a Saab – que terá aporte de US$ 150 milhões da companhia sueca, receberá o nome de SBTA e contará com 60% de participação da mauaense e 40% da sueca – será a única fornecedora da estrutura para esse modelo.
EMPREGOS – A nova unidade fabril deverá abrigar as atuais operações da Inbra Aerospace, braço do grupo que existe há 14 anos, conta hoje com 150 funcionários, e que tem know how na produção de peças (por exemplo, portas de aeronaves) para a Embraer. E a nova fábrica, cujas obras devem começar em 2015, iniciar fase de testes, com 500 funcionários em 2016, e chegar à plena carga, em 2017, com 1.000 empregos.
SELEÇÃO – A Inbra fará, a partir de outubro, processo seletivo para a contratação de profissionais para diversas funções, desde montadores, operadores até engenheiros. Segundo o presidente da empresa, Jairo Cândido, o alvo serão pessoas com potencial de aprendizado, com qualificação e que falem inglês.
Segundo o executivo, a empresa se prepara para dar um salto tecnológico, com a produção para a indústria aeronáutica. De fornecedor de níveis 2 e 3 (provedores de insumos e pequenas partes), passará a nível 1 (suprindo com peças estruturais da aeronave), destaca.
Cândido assinala ainda que, apesar da experiência de muitas empresas no ramo, “ninguém no Brasil faz nada para supersônico. Esse salto é gigantesco”, diz. Para conseguir isso, a companhia já está fazendo intercâmbio, com o treinamento de funcinários na Suécia e a visita de técnicos de lá para conhecer o parque fabril brasileiro.
Atualmente, há cerca de 18 pessoas nessa “ponte aérea” entre o Brasil e a cidade de Linköping, onde fica a fábrica da Saab na Suécia.
FONTE: Diário do Grande ABC
É disso que precisamos, maturidade política para visualizar as oportunidades de desenvolvimento tecnológico que a indústria bélica proporciona sem esquecermos juntamente com as universidades produzindo conhecimento poderemos projetar um país com VOZ INTERNACIONAL.
Willian, ” até 2025 todos os F-5 originais (não modernizados)???” Até onde eu sei todos os F-5 do acervo da FAB serão ou foram modernizados para o padrão M, inclusive os adquiridos recentemente da Jordânia tbém serão.
“Acho que ficará aqui no Brasil, com produção e mão de obra brasileira, parte bastante significativa desses US$ 4,5 bilhões”
Uma parte significativa dos 4,5 bilhões mais o know-how de fabricação do caça além é claro do produto final acabado, sim foi uma excelente escolha.
Espero que o governo assine logo e ja sinalize com uma parte do valor do contrato, sem essa história de carência, assim ganhamos mais poder de barganha e mais peso nas decisões.
Notícia muito boa! Parabéns a Inbra!
Excelente noticia mas para fábrica vingar não pode ficar somente nesses meros 36 GRIPENS vai ficar dependendo somente da exportação de alguns itens do GRIPENS. Eu só quero ver se depois dos 36 serem entregues se a FAB vai comprar outro lote.
Na verdade se ‘pretendemos’ substituir nossa espinha dorsal atual não poderemos parar nos 36 pois temos a opção para 120 aeronaves no total. Tendo em vista também a aposentadoria dos nossos F-5 daqui a pouco tempo e dos nossos Mirage recentemente aposentados… são então 12 Mirage em 2013 + 22 F-5 a partir de 2017 desativados… até 2025 todos os F-5 originais (não modernizados) darão baixa, sendo assim o FX-2 mal cobre as desativações… vamos ver se em 2015 os C/D começam a chegar aí pra dar uma ajuda nesta lacuna…. Se pararmos nas 36 a FAB com certeza diminuirá de tamanho.
Ótima noticia!! E o Brasil vai aprendendo a fazer as coisas aqui mesmo, ao invés de ser um mero importador de material de defesa.