Por Sergio Barreto Motta
Não se sussurra outra coisa na fechada área de segurança. Após dez anos de negociações, o Brasil estaria prestes a comprar, por US$ 4 bilhões, 36 caças F/A-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing. Há alguns anos, o então presidente Lula chegou a dizer que estava quase certa a importação dos franceses Rafale, da Dassault . Em seguida, veio a público a informação de que relatório da Força Aérea Brasileira (FAB) indicava como melhor opção o modelo sueco Gripen NG.
Certos personagens dizem que o lobby norte-americano é irresistível. Obama esteve aqui, mais recentemente o vice-presidente Joe Biden, e em outubro Dilma Rousseff será recebida com tapete vermelho na Casa Branca. A compra de Super Tucanos pelos Estados Unidos, para equipar o Afeganistão, pesa a favor do lobby norte-americano. Mas outras fontes garantem que há mais notícias plantadas a favor do modelo norte-americano do que fatos reais.
Todos sabem que, como potência nuclear e líder da corrida espacial, os norte-americanos dispõem de alta tecnologia, mas não costumam liberá-la para outros países. Segundo se comenta, Washington exigiria o anúncio a favor da Boeing, para só então submeter a transferência de tecnologia ao Congresso – sujeita a chuvas e trovoadas, pois, lá, a base aliada não é tão forte nem cumpre ordens do Poder Executivo.
Alguns analistas destacam que, do fim da II Guerra Mundial até o Governo Geisel, o Brasil recebia equipamento norte-americano, muitas vezes usado e, na prática, sequer podia conversar com outros fornecedores. Desde essa liberação, tudo mudou. O país comprou submarinos alemães, corvetas inglesas e, no momento, está construindo, com tecnologia francesa, cinco submarinos; um deles será de propulsão nuclear. Essa abertura também propiciou expansão da indústria nacional, pois duas fragatas e diversos navios-patrulha foram aqui construídos, além de submarinos com apoio inglês e agora submarinos com DNA francês.
Já a relação com os Estados Unidos é mais tensa, pois, por conterem itens norte-americanos, Washington vetou a venda de Super Tucanos da Embraer para a Venezuela. Lembram essas fontes que, com o fim do monofornecimento norte-americano, surgiram os veículos Cascavel e Urutu, os sistemas Fila e Astro e o excelente tanque de guerra Osório, que chegou a vencer concorrência na Arábia Saudita e irritou os norte-americanos; pouco depois, não se sabe bem porque, viria a falência da Engesa, produtora do Osório. Um ponto especial foi o acordo com os italianos, para produção do caça AMX da Embraer. O Brasil também evoluiu sistemas de defesa, como o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), o que antes seria impensável, devido à dependência dos norte-americanos.
Mas se o jogo diplomático é sofisticado, a área bélica torna esse xadrez mais complexo. Em Brasília, comenta-se que Dilma Rousseff não gostou do voto do francês François Hollande no candidato mexicano à Organização Mundial do Comércio (OMC). A Suécia é muito simpática, mas não dispõe de lobby no cenário internacional. Todos sabem do profissionalismo dos norte-americanos e das boas relações entre governo e super-empresas de lá.
Por isso, alguns citam que, se a decisão brasileira for desagradável, a Casa Branca poderia dificultar a venda de peças norte-americanas para os Super Tucanos, o que praticamente inviabilizaria qualquer nova exportação da Embraer, já que as peças “Made in USA” representam mais de metade desse modelo da Embraer. De lá, surgem notícias de que o F-18 estaria em fim de carreira e, se não houver a venda para o Brasil, essa linha acabará, com a entrada de um novo e mais moderno caça norte-americano – que já está em operação.
Diversos
Há muita coisa em jogo e ninguém sabe com exatidão qual será a decisão do governo brasileiro e os reflexos junto a vencedor e perdedores, nessa concorrência que envolve Estados Unidos, França e Suécia. Setores militares destacam a evolução que houve no Brasil desde que passou a se relacionar com diversos fornecedores de material bélico. Para muitos, o melhor caminho está em transformar o país em uma nação realmente desenvolvida, com infra-estrutura adequada, com diminutos problemas de educação, de pobreza e de moradia e com um poder militar dissuasório inconteste, majoritariamente nacional e realmente capaz de impor vontades.
FONTE: Monitor Mercantil
Acho que todo país almeja a independência tecnológica, mormente na área militar, mas como alcançar essa meta sem investir em educação e pesquisa? É muito fácil criticar o Congresso americano, mas eles não estão só defendendo os seus interesses? Não deveríamos fazer o mesmo? Chegar ao nível dos americanos (do norte) precisa gastar muitos bilhões de dólares e investir em universidades capazes, mas o que nós vemos de verdade acontecendo? Gastos bilionários em estádios de futebol. Obras e obras infindáveis que nunca acabam e nunca resolvem o problema, o Brasil é o país das obras. Essa conversa de independência tecnológica é para boi dormir, é pra comprar ou roubar? O Brasil é conhecido internacionalmente como pirata de teclonogia, compra poucas unidades, faz engenharia revesa e voilá. Depois perguntam porque os EUA não confiam em nós? Além disso ninguém (do ocidente) detém 100% de tecnologia própria, sempre tem uma coisa ou outra de algum país amigo, nem o Japão em sua grande frota naval exige ToT irrestrita dos americamos, eles compram o pacote fechado, só o Brasil fica com esse medo de comprar, então, se não quer comprar por um alto preço, que invista bilhões em educação!!!!
Por favor acorda Brasil que tudo depende ou vem do exterior Usa e Europa e o grande erro sao as diárias poupadas que incentivam acabar com tudo aqui no Brasil , meu filho acaba de perder o emprego em uma firma de revisões foi tudo para o estrangeiro , as Malvinas mostraram a Argentina sua fragilidade externa ,pelo estudo agüentaríamos menos que a Argentina .e vergonhoso ,ver este entreguismo ,trabalhei 33 anos na Embraer e sei oque estou falando , trabalhei em 16 países e sempre me interessei por independência tecnológica principalmente militar .
Prezados, se a lógica de restrição valesse ao pé da letra, nossos fossilizados F5 não estariam mais voando. Estamos no século XXI e o Brasil, caso feche com Washington, deve valer-se de instrumentos contratuais para resguardar a transferência tecnológica exigida. Se fosse para vetar, teria acontecido o mesmo que ocorreu com o F35, o qual a LM retirou a oferta do páreo justamente pela restrição à ToT. Paremos com achismos e complexo de vira-lata, por favor. E parem de confundir o SH com o Legacy Hornet, já está ficando clichê esse tipo de abordagem.
Sds.
O F18 E/F SuperHornet em fim de carreira? Que absurdo! Devem estar confundindo com o F18 C/D Hornet, bem mais antigo!
Se for feita a escolha pelo f18 é um tiro no escuro nós vamos ficar refém do congresso americano o governo americano que o nosso governo baixe as calças para eles.
“Washington exigiria o anúncio a favor da Boeing, para só então submeter a transferência de tecnologia ao Congresso – sujeita a chuvas e trovoadas…”
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Parece que a compra do F-18 SH, se for concretizada, será feita com a “faca no pescoço” do governo brasileiro, a “faca” do poderoso lóbi empresarial e político/governamental estadunidense.
Negócios feitas desta maneira, inclusive com ameaças de, se não comprar o F-18, boicotar a Embraer… No longo prazo não costumam resultar em coisa boa para o Brasil.
Negociar de joelhos nunca é bom!