Por Leda Lucia Camargo – Embaixadora do Brasil junto ao Reino da Suécia
O lendário Gripen ou Grifo , com corpo de leão, cabeça e asas de águia, representa liderança, força e coragem militar e figura em brasões por possuir muitas virtudes e nenhum vício: utilizado na literatura de Dante Alighieri e Voltaire até Harry Potter, hoje é símbolo que marca a união histórica que beneficiará o Brasil e a Suécia pelas próximas décadas, com vantagens incontestáveis.
O Projeto FX-2 prevê transferência de tecnologia à indústria brasileira de 40% do trabalho de desenvolvimento e produção mundial do Gripen NG, além de linha de montagem no Brasil, alternativa à Suécia, e a realização do projeto e fabricação de 80% da estrutura da frota mundial desse caça supersônico.
A empresa Saab, na cooperação, terá o compromisso de criar, no Brasil, em aeronáutica e indústria civil, 177% do valor do contrato (177% offset), cuja base é a aliança estratégica com a indústria brasileira, geradora de empregos de diferentes níveis.
A linha de crédito total e de longo prazo é garantida pelo governo da Suécia. O primeiro pagamento, seis meses depois de a última aeronave ser entregue e alongado por 15 anos. Entre as vantagens técnicas dos caças de um motor, como o Gripen, está sua facilidade de aterrissar em pistas curtas como as nossas. Isso reduz custo de hora-voo e de manutenção.
A Suécia é exportadora mundial de produtos de defesa, e a Saab, principal indústria do país na área, assina seu maior contrato: criada antes da II Guerra, forneceu à Sué-cia, desde então, mais de 400 aviões. O primeiro Gripen entrou em operação em 1997 e seu protótipo é de 1988.
A encomenda, pela Suíça, de 22 Gripen New Generation, que depende de referendo, e a de mais 60 pela força aérea sueca, garantem a produção do caça. A escolha, pelo Brasil, projeta-o a outro patamar. Seu protótipo já voa com sucesso desde 2013 e os que veremos em 2018 nos nossos céus serão sueco-brasileiros.
Os Gripen venceram concorrências em três continentes, em compras e leasings. A procura dos caças é crescente. Os elementos básicos de fabricação são suecos e a propriedade intelectual dessa tecnologia será transferida, com a participação real, em trabalho em áreas como desenho estrutural, integração de sistemas e manutenção.
Para o Brasil trata-se de cooperação estratégica igualitária centrada no programa Gripen NG, que inclui avanços tecnológicos relevantes. Recebi, em Estocolmo, desde autoridades da aeronáutica a legisladores e empresários do Brasil, avaliando o impacto positivo resultante das vantagens da proposta Gripen. Participei de ensaios do que será o treinamento de pilotos brasileiros, com simuladores de combate aéreo: o que hoje começa é todo um sistema Gripen de operação, de novas capacidades e estudos tecnológicos conjuntos.
A Saab já colabora com empresas em São Paulo e no Rio Grande do Sul, com o Centro Inovação Sueco-Brasileiro, concede bolsas a brasileiros desde que a Sué-cia entrou, em 2012, como parceira no programa Ciência sem Fronteiras. Investirá em centro aeronáutico em São Bernardo do Campo, cidade-irmã da Linköping, onde os Gripen são fabricados.
Neste 2014, em setembro, quando a Feira do Livro de Gotemburgo será dedicada ao Brasil, os dois países poderão festejar a finalização das negociações do contrato Gripen, que representa um ambicioso programa de desenvolvimento tecnológico conjunto com enorme impacto nas próximas sete décadas, as mesmas que a Rainha Silvia, de ascendência e coração brasileiros, acaba de comemorar.
FONTE: ZERO Hora
Penguim,
O caso, em particular, do Tisa; Acordo sobre Comércio de Serviços, mostra que a China se preocupa com seus próprios interesses comerciais e se Brasil, Índia e África do Sul estão isolados neste tema não é culpa da China não, uma vez que várias vezes estes países poderiam ter ajudado a China na OMC e não o fizeram por vários motivos. Nosso alinhamento não é automático,isso é normal, agora a China continua a ter mais interesses em comum (militar, político e comercial) com o Brasil que com a UE ou os EUA.. A China continua a ser nossa aliada neste ringue em vários outros temas. Quanto ao CS, se precisa de consenso dos 5 membros isso nunca vai ocorrer e não por causa da Rússia. Como o Brasil com o investimento que faz em Defesa vai ser membro do CS, a Rússia tem ajudado no que pode, apoio político a reforma do CS, o resto é com o Brasil. Nosso País não investe em Defesa e quando investe (FX – 2) parece sempre optar pelo mais “barato” ou “alternativo”, parece não querer ser um “global player”, mas sim ter condições mínimas de Defesa e esta bom.
Declarar ser a favor não vale muito na prática. Sem consenso dos 5 membros do CS e concordância dos demais membros não há reforma.
Quanto aos posicionamentos recentes da China na OMC:
CHINA RENEGA EMERGENTES EM ACORDO COMERCIAL
Data: 18/10/2013
Autor: ASSIS MOREIRA
Fonte: VALOR ECONOMICO
O pedido de adesão da China a uma negociação liderada pelos Estados Unidos para acelerar a liberalização no comércio internacional de serviços provocou reação conjunta de Brasil, Índia e África do Sul junto aos chineses para tentar preservar uma coordenação entre os grandes emergentes, conforme o Valor apurou. Esses quatro países formam informalmente o chamado Bics na Organização Mundial do Comércio (OMC). Juntos, podem ter mais peso nas negociações multilaterais de comércio e por tabela na governança global, ante certas posições de nações desenvolvidas. Mas a decisão chinesa de pedir para entrar na negociação plurilateral (de adesão opcional) do chamado Trade In Services Agreement (Tisa; Acordo sobre Comércio de Serviços) enfraquece os que estão fora da negociação, caso de Brasil, Índia e vários outros emergentes. Essa negociação do Tisa foi lançada em 2012 pelos EUA em resposta ao impasse nas negociações multilaterais (com participação de todos os membros da OMC) da Rodada Doha. Na ocasião, Pequim e outros grandes emergentes denunciaram que a iniciativa comandada pelos Estados Unidos diminuiria as chances para um acordo na Rodada Doha e afetaria o próprio sistema multilateral. Daí a surpresa dos parceiros quando, neste mês, Pequim pediu para entrar na negociação limitada nesse segmento do comércio global que somou US$ 4 trilhões no ano passado, e que antes rejeitava firmemente. A ideia é os participantes do Tisa se comprometerem já de entrada com a melhor abertura que ofereceram até agora em qualquer outro acordo. A partir daí, eventualmente ampliar as ofertas de acesso ao mercado entre seus participantes no setor que inclui serviços financeiros, de telecomunicações, transportes, construção, turismo, distribuição, movimento de profissionais e outros. Nesse cenário, os Bics fizeram uma reunião discreta nesta semana em Genebra para entender porque os chineses mudaram repentinamente de posição. Normalmente o grupo dos grandes emergentes é o Brics, que inclui a Rússia. Só que Moscou entrou recentemente na OMC, tem tido participação pouco expressiva e não demonstrou maior interesse em ações em grupo na entidade global de comércio, até agora. Conforme diferentes fontes, na reunião dos Bics no nível de embaixadores, os parceiros lamentaram que os chineses não tenham informado antes a seus parceiros do movimento em direção à negociação de serviços. Sobretudo os indianos disseram aos chineses que será muito difícil que os EUA deixem Pequim entrar no Tisa. A decisão será essencialmente do Congresso americano, num prazo de 90 dias, e deve vir com muitas condições. Os americanos querem evitar que Pequim repita o que fez ao entrar no Acordo de Tecnologia de Informação (ITA, na sigla em inglês). Ao invés de liberalizar, no ritmo esperado por americanos e europeus, os chineses apareceram com uma lista grande de produtos considerados sensíveis que precisavam de proteção. Os parceiros manifestaram o interesse de continuar a coordenação que vinham tendo até agora nas negociações na OMC. Pediram para Pequim manter-se com eles pelo fortalecimento do sistema multilateral, ao invés de iniciativas plurilaterais (de adesão opcional), onde a margem de barganhas é bem mais limitada. No entanto, o representante chinês não abriu a boca no encontro dos Bics. Se a tentativa era de convencer Pequim a desistir de sua adesão, não funcionou, nota um observador na cena comercial. Isso significa também que a China não vai sair de nenhum grupo – nem do G-20 agrícola, nem dos Bics nem de qualquer outro. Joga em todos os tabuleiros onde pode alavancar suas posições. Pequim tem planos de aumentar suas exportações de serviços. O país foi o quinto maior exportador no setor em 2012, com US$ 190 bilhões, e o terceiro maior importador, com US$ 281 bilhões. A Índia foi o sexto maior exportador, com US$ 149 bilhões, e o sétimo maior importador, com US$ 125 bilhões. O Brasil exportou US$ 38 bilhões e importou quase o dobro. Sem a China ao lado deles, aumentou o risco de isolamento de Brasil, Índia e África do Sul na área de serviços. Podem ficar de fora do desenho inclusive das regras num dos setores mais dinâmicos da economia mundial. A negociação do Tisa terá impacto inevitável mais tarde em qualquer acordo global de serviços com todos os membros da OMC.
A Rússia já declarou várias vezes ser a favor do Brasil no CS da ONU e a China tem posições muito próximas do Brasil na OMC. Porém a decisão já foi tomada. Quanto aos motores (agradeço pela informação), alguns defensores do Gripen citaram a possibilidade de se trocar os motores, sempre achei isso muito estranho e difícil de acontecer e você esclareceu ainda mais. O que discuto (de forma insistente) é que, as vezes eu vejo defesas do Gripen um pouco exageradas e me preocupo com algumas declarações do Comandante a FAB como ” não é um caça que dá medo” ou ” não existe possibilidade de conflitos com o Brasil”, etc. Mas repito torço pra que tenha sido o melhor opção para o Brasil.
@Flávio
Vc colocou muitas questões. Vou comentar algumas.
Diversificação: O Brasil preferiu diversificar suas aquisições militares no exterior. Acho isso salutar: submarinos-França; helicópteros-França. Rússia e EUA, caças-Suécia, tanques e veículos blindados-Alemanha e Itália, misseis anti-aéreos-Rússia e Suécia etc.
Quanto ao BRICS, quais são as nossas demandas especificas comuns?
A reforma do CS da ONU é bastante controversa. A China não quer saber desse tema, pois é contra a entrada do Japão e da Índia. Tem um grupo grande de países, além do Brasil, que tb quer fazer parte. Compra de caças ou de armamento terá nenhum efeito sobre isso.
Nossos interesse na OMC são nossos. Algumas vezes coincide com o de outros países, outras vezes não. Seja China, EU, EUA, Índia etc. Não existe nenhum alinhamento automático, nem entre os emergentes.
No que diz respeito a turbinas, a coisa é complicada. Atualmente no Ocidente existem apenas 4 empresas que fabricam turbofans avançados para caças: PW e GE com diversos modelos (americana), Rolls Royce (Inglesa) e a SNECMA (Francesa) com um modelo cada um. As demais (em diversos países da Europa, Japão e Canadá basicamente) fabricam outros tipos de turbinas ou fabricam partes e peças inclusive para os 4 fabricantes citados. Hoje apenas o Rafale usa a turbina da SNECMA e o Eurofighter a turbina da Rolls Royce. O resto dos caças desenvolvidos fora da Russia e China usam turbinas americanas. Há diversas razões para isso: compatibilidade da turbina ao projeto, desempenho, custos, etc. A propósito, trocar a turbina de um caça, quando viável, requer um reprojeto e investimentos pesados.
Para que vc perceba as dificuldades desse tema, há mais países que fabricam armas atômicas do que turbinas avançadas para caças.
Pois é, eu sei que a maior parte dos motores das FA do Brasil são de origem americana, só acho que deveríamos diversificar um pouco nossos fornecedores da área de Defesa. Já disse anteriormente que, apesar de interessado, não sou um grande conhecedor sobre Defesa, porém pelo que leio, a Índia por exemplo, tem parcerias mais diversas que as nossas. Os indianos contam com equipamentos militares de origens diversas(porta aviões russo, por exemplo), já o Brasil irá contar (ao longo do tempo, com a desativação dos F-5, A1, etc) com apenas um modelo de avião a jato e este terá a motorização e a maior parte de seus componentes, como todos os demais vetores das FA, da mesma origem (UE / EUA) ? Sei da importância econômica do Brasil para a Suécia, o problema é que não consigo desvincular uma compra deste tipo de algumas questões políticas como as demandas do Brasil para fazer parte do Conselho de Segurança da ONU ou nossos interesses na OMC, nestes casos a Suécia sempre seguiu o que a UE defendeu, quem compra as nossas demandas geralmente são os BRICS. Não acredito que “estão todos loucos”, é que parece, para alguns, que a escolha do Gripen é perfeita, sem nenhuma contradição, isso não existe, o Gripen tem suas vantagens e tem suas desvantagens, como qualquer um outro. Mas repito, espero que tudo dê certo e que a decisão tenha sido a mais acertada. Ninguém me respondeu sobre as reais capacidades do Gripen ter motores cambiáveis, é isso mesmo?
As corvetas e fragatas da MB são movidas a turbinas americanas da GE, assim como as novas fragatas indianas (Shivalik class).
Boa parte da frota da FAB está equipada com turbinas americanas.
O novo caça indiano, HAL Tejas está equipado com turbina americana da GE (F404). A nova versão desse caça, atualmente em desenvolvimento, o Tejas MK2, também será equipado com turbina americana da GE. Aliás a mesma que equipará o Gripen NG (F414).
Sei lá, me parece que vc está com implicância infundada ou será que estão todos loucos?!
E nao sou pro-EUA….
Mais uma coisa, as chances de os EUA embargarem o motor é de ” 1 em 1000000″ , não sei não viu, isso sim me parece um argumento ideológico “Ave EUA” . Mas esta é uma dúvida que tenho, este motor pode mesmo ser simplesmente substituído? isso é tão simples assim?
1 motivo “justo” para embargo e saio da conversa.
Pois é, eu poderia citar 1000 empresas americanas que estão no Brasil, nem por isso os interesses americanos são próximos aos do Brasil. Ainda assim, não estou falando que o Brasil e a Suécia não devam ter relações comerciais ou militares, só acredito que o Brasil pode construir parcerias diversas com países fora do eixo UE / EUA, como a Índia faz. Quanto a questão do Irã e da Síria, é diferente, eles não entregaram armamentos para estes países em momentos de negociações complicadas, onde a entrega destes equipamentos poderiam resultar em ataques ou na piora da situação política. Estes dois países são aliados estratégicos da Rússia (situação diferente do Brasil, que pode construir outro tipo de relação com a Rússia), se assim não fosse a Síria já tinha sido atacada pelos EUA e o Irã por Israel. Não é segredo que a Rússia tem fornecido armas pro Governo Sírio, assim como pro Irã. Nossa situação, neste caso, é diferente. Mas torço pra que a decisão do Governo tenha sido acertada, mas não ignoro algumas preocupações que acho legitimas. E se a Suécia conta com um know how militar amplo, acredito que seja fruto de muito investimento e pensamento estratégico, coisa que infelizmente o setor de defesa do Brasil não conta.
Vc havia dito que entre o Brasil e a Suécia havia poucos interesses comuns.
Digo o seguinte: há imensos interesses econômicos mútuos. No final, somos mais importantes economicamente para a Suécia do que somos para os EUA, França, Rússia ou China.
Com relação aos demais temas, a probabilidade de nos chocarmos com os suecos é minima. Isso me parece ser uma vantagem.
Motor americano, blá blá blá. Teremos um ótimo caça com 80% da estrutura e 40% dos componentes fabricados aqui e 100% do caça montados na Embraer, uma gigante da aviação civil. Russos? São bons sim. Se os EUA embargar o motor(1 chance em 1000000) teremos 30% do caça embargado. Se a RU embargar, 100% do caça é embargado. Sem contar ainda a compatibilidade do Gripen com a maioria das armas ocidentais(Add armas russas se nec…)
Poucos interesses comuns…será?!
O maior polo industrial da Suécia depois de Gotenburgo (na Suécia) é São Paulo.
Desde o século XIX, mais de 200 empresas suecas se instalaram no Brasil.
Proporcionalmente, o peso do Brasil para a econômica da Suécia é grande.
Além de São Paulo – maior polo industrial sueco fora da Suécia -, Curitiba é também considerado um dos dez maiores mercados para a indústria sueca.
Alguns exemplos de empresas suecas operando no Brasil:
ABB Equipamentos elétricos
Alfa Laval Equipamentos mecânicos
Arla Food Laticínios
Astra Zeneca Farmacêuticos
Atlas Copco Equipamento mecânico
Electrolux Bens de consumo
Ericsson Telecomunicações
Interprint Formulário de negócios, impressão de segurança
Relacom Telecom
Sandvik Ferramentas de corte
Scania Indústria automotiva
SKF Rolamentos
Swedish Match Produtos para o consumidor
Tetra Pak Embalagens
Trelleborg Produtos de borracha
Veracel (Stora) Papel e celulose
Volvo Indústria automotiva
Além disso, a Suécia possui know how militar amplo e sofisticado que vai desde o desenvolvimento e fabricação de submarinos, aeronaves, navios, tanques, torpedos, mísseis, canhões, radares, sistemas eletrônicos, aviônicos etc.
Tudo isso me parece impressionante para um país com apenas 9,5 milhões. habitantes.
É mesmo. Realmente a Suécia não é da OTAN, me confundi, obrigado pela informação, porém mantenho a análise, visto que como membro da UE a Suécia tem poucos interesses em comum com o Brasil. Quanto a Rússia embargar o Brasil por motivos políticos ou comerciais, só posso me basear na realidade, visto que a Índia, grande compradora de material bélico da Rússia, nunca teve posições políticas ou comerciais vinculadas à Rússia e esta, pelo que se sabe, nunca pressionou a Índia neste sentido. O mesmo digo sobre a Malásia, Indonésia, Argélia e outros operadores de aviões russos, nenhum dos países citados tem suas posições na arena internacional vinculadas a Rússia, em alguns casos, muito pelo contrário. Países como Malásia e Indonésia são bastante próximos do Ocidente (EUA/ UE). Quanto aos americanos, pelo que leio nos sites de Defesa, a conversa não é bem essa, ou estou enganado? Portanto não estou expressando minha ideologia, mas sim fazendo um questionamento geopolítico baseado no que já ocorre no mundo.
Pergunte então para o Irã que pagou e está esperando suas baterias de S-300 até hoje, pergunte para a Síria que encomendou seus yak 130 e a Rússia cancelou as entregas. Como eu disse antes é falácia achar que seriamos independentes se escolhêssemos o rafale ou o sukhoi 35 no fx2, apenas estaríamos mudando de fornecedores mais continuaríamos dependentes da vontade desses dois países.
Eu acho que existe muito SE isso, SE aquilo nesses debates, o contrato nem foi assinado ainda e já tem gente metendo o pau simplesmente porque a sua escolha pessoal não foi a escolhida. Tenho quase que total certeza pelo que tenho visto andando pela internet afora que o pequeno grupo que critica a escolha do gripen tem feito isso por pura questão IDEOLÓGICA e não técnica. Criticam simplesmente porque o caça tem um motor americano, mas essas pessoas esquecem que nossos f-5, nossos super-tucanos, nosso futuro KC-39O também tem e terão no caso deste último motores americanos.
Meu camarada (palavra russa rs rs rs )
A França é da Otan … e tu dissestes muito bem :
“”” caça tem um motor americano, mas essas pessoas esquecem que nossos f-5, nossos super-tucanos, nosso futuro KC-39O também tem e terão no caso deste último motores americanos.”””
Motor americano não é da Suécia , e esta não tem propriedade intelectual e não tem repasse … deve ser problema ideológico isso.
F-5 tem componentes americanos israelenses e europeus … outro problema ideológico também.
Stucano e KC 390 dois franksteins de asas que caem nos mesmos problemas de componentes americanos, isralenses e europeus … ideologia também.
E nosso gripe seria a oportunidade de darmos um salto tecnológico com quem TEM PROPRIDADE INTELECTUAL E O DIREITO DE PODER REPASSÁ-LO , o que vai ocorrer é outro frankstein de asas, e nós aqui fabricaremos a vareta, asa e rabiola … né ???
Ahhh sim… já tinha dito e repito, estamos 1300 aviões Ipanemas e o motor é americano não sei se deram licença para fabricá-lo aqui .
stadeu,
Praticamente tudo criado fora de EUA e Russia é um verdadeiro Frankenstein; ainda mais no mercado civil… Mesmo o Rafale tem conteúdo americano… Acho que as únicas aeronaves militares de alta performance no mercado sem conteúdo americano são as russas…
Quanto a ToT, não seria diferente com nenhum outro concorrente do FX2… Que o Brasil fosse contra os interesses dos franceses ou americanos pra ver se ia ter repasse tecnológico… O fato dos franceses, por exemplo, deterem tecnologia dos seus motores ou radares não significa que seria diferente, em ultima instancia… Seria, de uma forma ou de outra, depender de uma potencia estrangeira ( do alinhamento com esta ) para o repasse tecnológico…
RR,
Eu não estou me referindo a produção das peças, isso é feito por todos para baixar os custos e outros motivos.
Me refiro em ter em mãos a tecnologia total do vetor, principalmente turbina ,radar e eletrônicos… asa, estrutura nós fazemos faz tempo.
Quanto aos outros concorrentes , ninguém leu as propostas para saber o que foi oferecido.
Espero que isso seja feito pelos parlamentares nos parágrafos especiais das propostas… nada de audiência secreta que nada mais é que embromation enrolation e enganar o contribuinte de novo … já basta 4.5 bilhões de nossas receitas por um futuro incerto até mesmo no prazo de entrega do primeiro NG.
Agora se a SAAB passar a tecnologia crítica eu sou o primeiro a bater palmas pela decisão … teremos dado o tal SALTO TECNOLÓGICO.
stadeu…
Nunca o Brasil se aventurou a participar da construção da estrutura de uma aeronave de caça supersônica… É bem verdade que muitas tecnologias são compartilhadas com o meio civil, mas o desenho de uma aeronave de caça tem as suas particularidades…
Como eu sempre digo: quem quer, vai lá e faz… Contudo, deve se pensar no custo disso… Hoje, mesmo aeronaves da Airbus voam com motores americanos…
No mais, como você mesmo disse, ninguém, exceto os principais participantes, leu as propostas… Contudo, o que eu entendo é que nenhuma empresa pode falar além do que o seu governo lhe autoriza… Por tano, supondo a escolha pelo Rafale, haveria de se saber o posicionamento da Snecma ( motores ), Thales ( radares ), Dassault… Assim como se deva esperar o posicionamento de SAAB, Selex e GE acerca da proposta do Gripen para o Brasil… No final, tudo isso pode ser tratado a parte…
Por fim, o problema básico ainda prevalece… Seja depender da França ou da Suécia, a ideia é a mesma; isto é, depender de potencias estrangeiras. Os franceses, como já lembrado, pertencem a OTAN. E como já ficou demonstrado pelo conflito nas Malvinas, seguirão os ideias dessa organização em primeira instancia. Em outras palavras, qualquer rusga maior com um membro da OTAN, poderia gerar problemas, por maior boa vontade que os franceses tivessem ( caso fossem os escolhidos )…
“”” O LENDÁRIO GRIPEN “””
Título bem propício, é uma lenda e só isso, além do que ele , o possível avião que surgir será a Saab proprietária intelectual ???
Vão colocar no contrato e vão cumprir , a TURBINA,ASSENTO EJETÁVEL, RADAR AESA ???
São palavras do Amorin a partir de 14:27 min.
“” … a tecnologia BÁSICA aeronáutica nesse caso é sim desenvolvida pela Saab e é com BASE nisso …”””
mas e a tecnologia crítica não nos será repassada ??? …não foi esse o objetivo do FX-2 ?? um salto tecnológico ???
http://www.youtube.com/watch?v=UEcnUc907tk
Só para deixar claro:
1) A Suécia não é um país membro da OTAN/NATO.
2) No caso de uma aquisição de caças do BRICS, e a mesma situação ocorrer e, por exemplo, o Brasil não adotar a mesma posição da Rússia, será que teremos garantidos os fornecimentos de peças, partes e componentes para os nossos caças?
Não temos como ter garantias de um ou do outro, isso tudo é suposição, SE isso acontecer, SE isso for assim, SE isso for aquilo….
FA
Tudo bem se um “Caça americano não é 100% americano e nem por isso deixa de ser americano”, porém, acredito que a cooperação na área de defesa dependa de uma proximidade de interesses. Logo um caça americano com componentes de outros países com certeza será feito em parceria com nações que compartilham interesses estratégicos. Nada mais natural que o Gripen seja feito com componentes de países da UE e da OTAN, são parceiros políticos, comerciais e militares uns dos outros. Aí eu me pergunto o Brasil é da OTAN ? a UE apoia nossa pretensão de assumir uma cadeira permanente no Cons. de Segurança da ONU ? A Suécia apoia o Brasil na OMC ? Pra mim nosso parceiros políticos, econômicos e, porque não, militares, devem ser os BRICS, não por ser contra a UE ou os EUA, mas sim por uma maior proximidade de interesses. Admito não ser conhecedor sobre Defesa como os demais que participam destes comentários, agora sobre política internacional e geopolítica eu tenho uma certa leitura. Logo pergunto, no futuro, daqui a 20 anos, caso surja um conflito na América do Sul, no qual o Brasil tenha uma posição diferente da UE , da OTAN ou da Suécia, será que um simples contrato impediria por exemplo que os EUA embargassem a entrega do motor GE414 ? A Suécia não faria o mesmo?
A India, ao contrário do Brasil, opera aeronaves de combate de várias origens e ainda desenvolve projetos com parceiros variados, pelo que tenho lido, a FAB não vai operar vários tipos de caças, mas apenas um. Estamos nas mãos dos mesmos “parceiros” do esquema EUA/OTAN. Já que temos radares suecos, submarinos franceses, não seria bom termos caças russos? Eu tenho este tipo de dúvida. posso estar completamente enganado ,mas sempre achei que este tipo de “negocio” não era meramente técnico, mas também político e estratégico.
Flávio Sérgio,
Seu questionamento é lógico. Também gosto da ideia de se ter equipamento de mais de uma procedência.
Contudo, cabe dizer: o que mais importa na operação de uma aeronave, é a garantia de poder realizar a sua manutenção no País, além de poder realizar os upgrades necessários com total autonomia, e de dispor do próprio armamento para ela. E uma boa parte disso já estaria garantido…
– Sendo capaz de desenvolver hardware e software localmente, então se poderá realizar qualquer upgrade ou integrar qualquer armamento.
– Tendo a capacidade de desenvolver partes da aeronave no país ( o que já está sendo feito, conforme demonstrado pela empresa Akaer ), é possível o estudo para levar a cabo o desenvolvimento de outras estruturas, para substituir qualquer parte danificada.
– Havendo empresas no país capazes de manutenir todos os sistemas ( como é possível e certamente haverão ), a questão se torna tão e somente importar as peças… Daí que sempre é possível trabalhar no Brasil mesmo com um estoque de peças para se realizar a manutenção dos sistemas da aeronave.
E se tudo o mais falhar, tome por exemplo os iranianos, que estão a anos embargados e ainda assim mantem suas aeronaves de procedência americana voando. É bem verdade que existe um mundo de diferenças entre, por exemplo, uma turbina TF-30 ( dos F-14 ) e um motor F-414, mas creio que o exemplo ainda vale, de como é possível contornar problemas…
Por fim, guerras entre países que sejam socialmente e economicamente sólidos tenderão a serem mais curtas e de intensidade moderada. Não se espera que uma questão perdure mais que alguns meses, sendo possível uma resolução antes que outras forças se manifestem, tal como ocorrido no conflito do Cenepa, por exemplo… E os Gripens, apenas com a sua presença, poderão se constituir num grande fator dissuasório, o qual fará qualquer adversário pensar duas vezes antes de avançar…
O KC390, o Super Tucano, o EMB-145EW&C e todas as aeronaves da Embraer utilizam componentes de diversos países e nem por isso deixam de ser consideradas brasileiras.
O caça HAL Tejas indiano também, possui turbina americana, aviônicos israelenses, componentes europeus e nem por isso deixa e ser indiano.
É isso que o pessoal precisa entender de uma vez por todas. Caça americano não é 100% americano e nem por isso deixa de ser americano.
Vamos mudar esse discurso porque não cola.
Abs
Luiz Padilha disse
“É isso que o pessoal precisa entender de uma vez por todas. Caça americano não é 100% americano e nem por isso deixa de ser americano.
Vamos mudar esse discurso porque não cola.”
Ok, então chamemos o Gripen NG (ou por enquanto somente E) de sueco e pronto.
Ou, se partes da célula serão da Suécia, Suíça e Brasil, então o Gripen NG teria que ser chamado de sueco-suíço-brasileiro.
Senão vou chamar o Boeing 787 de japonês-italiano-coreano-francês-inglês-norte-americano, pois são uns 6 países que fabricam partes da célula do B787.
Como já foi dito pela Saab em 2008, 1/3 do custo do Gripen NG é em US$, 1/3 em SEK e 1/3 em EUR. Quero ver ao final quanto do Gripen NG-BR será em R$. Pergunta simples, espero que tenha resposta simples da Saab, FAB e MD.
Ufanismo demais pode cegar.
Roberto não é ser ufanista, mas é que existe uma “preocupação” no meu entender, por demais exagerada quanto ao fato do motor ser americano. Qualquer que seja o motor, o Brasil sempre estará sujeito a “problemas” de peças para que os caças continuem voando, fosse ele francês ou russo (Como pode o F-16 venezuelano voar?).
É só isso. Está na hora de parar de criticar e aguardar a evolução do processo. Lá na frente, se as coisas não andarem como programado, ai sim, podem bater direto, mas até agora o que vejo são “debates” que não levam a nada. O caça será o Gripen. Se é bom ou se é ruim, cabe a FAB responder, pois, foi a presidente que escolheu baseada na COPAC.
Abs
Padilha, a Suíça (se comprar os Gripen E, tal como nós), também vai “desenvolver, construir e montar” partes da célula do Gripen E :
http://www.robertocolistete.net/Militar/GripenNG_Suica_pecas_locais.jpg
Tal como o Brasil, via Akaer & Embraer :
Então, mesmo ignorando motor, radar e vários outros sistemas, o Gripen E teria que ser chamado de sueco-suíço-brasileiro.
Padilha disse :
“É só isso. Está na hora de parar de criticar e aguardar a evolução do processo. Lá na frente, se as coisas não andarem como programado, ai sim, podem bater direto, mas até agora o que vejo são “debates” que não levam a nada. O caça será o Gripen. Se é bom ou se é ruim, cabe a FAB responder, pois, foi a presidente que escolheu baseada na COPAC.”
É o contrário, em vários países, entre a decisão e a assinatura dos contratos há amplo debate e escrutínio por parte da sociedade que vai pagar o projeto. Isso se passa em vários países. Brasil não deve ser diferente. A sociedade brasileira tem direito de cobrar informações da Saab, FAB, MD, etc.
A MB foi transparente com o PROSUB, respondeu muitas questões da imprensa, divulgou muito material, foi fiscalizada pelo TCU, etc. Que a FAB & MD sejam assim também.
E assim será com a Saab. Mas não agora. Com menos de 30 dias vc e outras pessoas querem saber coisas que ainda nem foram definidas. Temos que esperar a coisa maturar mais. Ainda está cedo para querer saber coisas sobre um contrato que ainda será esmiuçado zilhões de vezes. Depois que houver algo crível para se falar/debater/criticar, maravilha. Vamos debater a fundo sobre o definido e não sobre o “imponderável”.
Volto a dizer: O debate é livre e aberto, mas acho que está na hora de desligar o looping. Vamos falar sobre algo real, mas para isso temos que esperar um pouco mais.
Abs
Looping é o site http://www.gripenng.fab.mil.br, mantido com dinheiro público, dizer mentiras, denegrir a imagem internacional do país.
A mídia estrangeira está sendo direcionada para tal site, onde lê que o Gripen NG “aeronave de combate mais avançada do mundo”.
Looping é a Saab no mesmo site (mantido com dinheiro públic) afirmar custo de hora-vôo < US$ 4 mil.
Enquanto que na Suíça a Saab informava US$ 11 mil/hora-vôo, e o governo suíço estima em US$18-24 mil/hora-vôo.
Roberto, o looping que referi é querer discutir sobre o que não se sabe de fato. Tudo o que vc colocou é real. Existem várias infos desencontradas. Qual é a verdadeira? Só saberemos quando estivermos operando de fato, pois nenhum operador de Gripen C/D externa os seus numeros reais. Alias, são N variáveis para se chegar a este número e vc, melhor do que ninguém para saber de números. Seja no site da FAB , no da Saab ou onde mais aparecer, estes números nunca serão efetivos, devido a fórmula que cada operador usa para chegar ao resultado final.
Quer debater? Quer voar? Quer fazer looping? Fique a vontade. Só acho que daqui a 3 meses vc ainda estará repetindo os mesmos questionamentos de 16 anos atrás. Aguarde e confie! Saiba esperar e ai sim, se o que aparecer não for bom, critique a vontade!
abs
A frase ” Seu protótipo já voa com sucesso desde 2013 e os que veremos em 2018 nos nossos céus serão sueco-brasileiros” tem 2 erros graves :
– o protótipo do Gripen NG começou a ser construído em Junho de 2013, ficará pronto em 2015;
– os Gripen NG-BR não serão sueco-brasileiros, mas serão uma salada de países, com motor dos EUA, radar ítalo-britânico, partes da Suíça (se comprar os 22 Gripen E), componentes de outros países europeus. Por exemplo, citando palestra e entrevista de Bob Kemp, VP de marketing internacional da Gripen International em 26/10/2008 :
http://www.alide.com.br/joomla/index.php/component/content/article/36-noticias/163-gripenbsb-pt2
“Um terço do nosso custo está denominado em coroas suecas, outro terço, em dólares americanos, e o restante em euros.”
Quem quiser contactar a Embaixadora do Brasil na Suécia, vide :
http://www.swedenabroad.com/pt-PT/Embassies/Brasilia/Contacto/Embaixada-do-Brasil-em-Estocolmo/