A participação brasileira na Feria Aeroespacial México (FAMEX) 2025 foi concluída com uma série de compromissos estratégicos e institucionais voltados ao fortalecimento das relações bilaterais e à promoção das empresas da Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS) na América Latina.
Realizada na Base Aérea de Santa Lucía, no Estado do México, a feira teve início no dia 23 de abril, com cerimônia oficial realizada sob a liderança da Presidente da República do México, Claudia Sheinbaum, e reuniu representantes de governos, forças armadas e da indústria de diversos países.
Coordenada pela Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), a exposição da indústria nacional contou com o apoio do Ministério da Defesa (MD) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil. O Espaço Brasil reuniu doze empresas: Modirum Gespi, Omnisys Engenharia, IAS, Edasim, Pensa, IMBEL, IDV, DuPont, CSA AeroEngines, XMOBOTS e BRENG, além do Parque de Inovação Tecnológica (PIT) de São José dos Campos.
Cooperação com o setor aeroespacial mexicano
Um dos acontecimentos que marcaram a agenda da participação institucional brasileira na FAMEX foi a assinatura do Memorando de Entendimento entre a ABIMDE e a FEMIA (Federação Mexicana das Indústrias Aeroespaciais). O documento estabelece diretrizes para o desenvolvimento conjunto de iniciativas voltadas ao setor de defesa, que passa por um processo de estruturação no México.
A cerimônia contou com a presença de representantes da diretoria da FEMIA, entre elas, o Presidente Luis M. Azúa e o Presidente-Executivo, Ing. Luis G. Lizcano, além de empresários brasileiros e mexicanos. Representando a entidade brasileira, participou da cerimônia o Diretor de Projetos da ABIMDE, Coronel Antonio Ribeiro, em nome do Presidente do Conselho de Administração, Luiz Teixeira, e do Presidente-Executivo, Tenente-Brigadeiro do Ar R1 José Augusto Crepaldi Affonso.
Ribeiro destacou que o objetivo da aproximação com o México vai além da celebração de contratos. “Estamos buscando parceiros comerciais para crescermos juntos como empresas, desenvolvermos em conjunto e, por meio dessas parcerias, também avançarmos institucionalmente”, declarou.
PIT e Cluster Aeroespacial de Baja Califórnia firmam entendimento Também foi celebrado durante a FAMEX um Memorando de Entendimento entre o Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos e o Cluster Aeroespacial de Baja Califórnia. A iniciativa busca fomentar o intercâmbio tecnológico, o desenvolvimento de projetos conjuntos e a criação de canais de cooperação entre os dois polos industriais. O documento foi assinado pelo coordenador do Cluster Aeroespacial Brasileiro do PIT, Kenzo Takatori, com participação do analista de Negócios Internacionais, Alípio Puertas, e pelo Presidente do Cluster mexicano, Tomas Sibaja. A cerimônia contou
com a presença de representantes das entidades signatárias e empresários que, na sequência, realizaram visitas ao estande brasileiro.
Presença institucional brasileira
Outro destaque da programação foi a visita oficial do Embaixador do Brasil no México, o chanceler Nedilson Ricardo Jorge, ao Espaço Brasil. Acompanhado por representantes da indústria, o diplomata percorreu todos os estandes das empresas expositoras, dialogando com os executivos e demonstrando interesse prático em identificar formas de apoio da representação diplomática brasileira à internacionalização dos negócios do setor.
A visita, marcada pela atenção aos detalhes e escuta ativa, evidenciou o alinhamento entre a diplomacia e os interesses da indústria nacional. Ainda na programação da feira, o Comandante da Força Aérea Brasileira, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, visitou o Espaço Brasil, onde foi recebido pelas empresas expositoras e por representantes da ABIMDE. A presença do comandante reforçou o prestígio institucional da participação brasileira e a relevância da FAMEX como ponto de contato com o setor aeroespacial da região. O encerramento das atividades foi marcado por uma ação cultural, uma homenagem especial dos empresários brasileiros ao povo mexicano celebrando a amizade e a aproximação entre as duas nações.
A atuação da ABIMDE na FAMEX reforça a estratégia de ampliação da presença da indústria brasileira de defesa e segurança em mercados latino-americanos, promovendo conexões com clusters industriais, entidades setoriais e potenciais parceiros comerciais. Com uma programação intensa de articulações institucionais e visitas de autoridades, a participação brasileira abre caminho para iniciativas futuras de cooperação, desenvolvimento tecnológico conjunto e inserção comercial na região.
FONTE: Rossi Comunicação
Perfeita a sua conclusão, devemos pensar primeiro nos interesses Brasileiros sempre.
É preciso moderação em parceria ou possível sociedade tecnologica com o México porque enquanto aqui nós o vemos como a terra do Chaves; lá eles nos vêem como rivais “na liderança da América Latina”, quando o máximo que pensamos é na América do Sul.
Veladamente já tentaram copiar todas as estratégias que usamos para desenvolver o nosso cluster aeroespacial e complexo de defesa, mas não conseguiram. Por isso agora resolveram se fazer de amigos, para nos atrair para lá e assim nos fazer compartilhar nossa tecnologia com eles. Portanto, numa primeira fase, transferência tecnologica com o México só depois que um contrato gordo assinado e se for das matrizes brasileiras para eventuais sucursais no México das mesmas. Se a coisa andar e eles se mostrarem confiáveis, podemos evoluir para outro nivel.
Nós já fizemos a nossa parte : Vendemos 20 avioes comerciais com desconto de 54% para eles, como um gesto de cortesia para eles retribuirem comprando os nossos produtos de Defesa e agora os mesmos querem condicionar a eventuais aquisições de tais a “transferência de tecnologia”. Alguns produtos e dependendo da quantidade, poderiam até ser montados lá ; outros, independente da quantidade, não. E se algum contrato for fechado e a transferência de tecnologia deve ser sempre da matriz brasileira para uma sucursal a ser instalada lá.