Por Cleide Silva
SÃO CARLOS (SP) – Dirigíveis parecidos com o famoso Zeppelin vão voltar aos céus de várias regiões do País, desta vez transportando cargas como celulares, pás eólicas e torres de energia. A brasileira Airship, empresa do grupo Bertolini, um dos maiores do ramo de transporte, realizou nesta segunda-feira, 24, em São Carlos (SP), o voo inaugural do primeiro dirigível tripulado fabricado na América Latina.
Ainda um protótipo, o ADB 3-X01, como é chamado o balão de 50 metros, foi concebido para transportar seis pessoas e cargas de até 1,5 tonelada. Em um ano, a empresa pretende lançar uma versão comercial, que terá a capacidade ampliada para carregar 3 toneladas.
Em meados de 2019, será a vez do ADB-3-30, que terá 120 metros e poderá carregar até 30 toneladas – como comparação, o Boeing 747-8 mede 76 metros. Pelo menos cinco empresas privadas e duas estatais já estão negociando a compra ou locação das aeronaves, diz Paulo Caleffi, presidente da Airship.
Já há carta de intenção de parceria com a estatal Eletronorte, que entregou à Airship mais de R$ 3 milhões para apoiar o desenvolvimento de um dirigível para inspeção de linhas de alta tensão em locais de difícil acesso, como montanhas e florestas. Os Correios também pretendem utilizar as aeronaves para entregar encomendas.
Caleffi não revela nomes das empresas privadas interessadas no projeto, mas adianta o uso que elas pretendem dar ao dirigível, como retirada de madeira degradada das florestas, transporte e instalação de pás eólicas e transporte de produtos de tecnologia produzidos na Zona Franca de Manaus.
As Forças Armadas também poderão adaptar os dirigíveis para patrulhamento em fronteiras, por exemplo. O grupo não descarta usá-los em turismo e ações de marketing – a exemplo do que fez a Goodyear entre 1998 e 2006, quando seu blimp sobrevoava a capital paulista.
“Mas o maior objetivo é o transporte de cargas, principalmente na Região Amazônica, que carece de estradas”, diz Irani Bertolini, dono do Grupo Bertolini. A empresa, com sede em Manaus (AM), atua na área de transporte rodoviário de soja e milho com mais de 2 mil caminhões e no fluvial com cerca de 230 balsas. O grupo também tem um estaleiro e uma fábrica de semirreboques, entre outros negócios, e emprega cerca de 5 mil funcionários.
Trajetória. Resultado de um projeto que começou a ser desenvolvido há 12 anos, a Airship inicialmente tinha a empreiteira Engevix como sócia. A empresa vendeu sua fatia de 50% aos Bertolinis em 2016, após ser envolvida na Operação Lava Jato.
O desenvolvimento do dirigível consumiu R$ 150 milhões, segundo Bertolini, sendo parte financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O executivo não informa os investimentos nos próximos passos do projeto. Segundo Caleffi, o grupo tem 71 fornecedores brasileiros, mas boa parte dos componentes ainda será importada.
O grupo aguarda homologação dos dirigíveis que serão comercializados pela Agência Nacional de Aviação (Anac), o que deve ocorrer em um ano. O protótipo será utilizado na escola de pilotos de dirigíveis criada pela empresa.
FONTE: O Estado de São Paulo
Além de ser uma ótima opção para o transporte em massa de passageiros para ajudar a solucionar o transporte de médias e longas distâncias, pode ser extremamente útil no transporte de cargas e equipamentos grandes e pesados para locais de difícil acesso. A Logística de transporte teria muito a ganhar com essa tecnologia.
É isso aí, Bozzo.
Talvez seja mais barato do que um AWACS.
E poderia ser balão mesmo em vez de zepelin.
Imagina vários destes dirigiveis atuando como “radares móveis” sobre o oceano, a dezenas de kms de altura, provendo consciência em tempo real além de rede de telecomunicações para a patrulha naval, em mar e aérea…seria fantástico, se os valores na aquisição, adequação e manutenção serem viáveis…
Somente uma informação , o nome BERTOLINI já esta no Plural , seria então Os BERTOLINI .
Que legal, pensei que esse projeto tinha subido no telhado. Uma boa notícia em meio à ressaca do golpe.