Po Arthur Costa
Fundador e primeiro presidente da Embraer, o engenheiro aeronáutico Ozires Silva relembrou em entrevista ao G1 os momentos mais marcantes da trajetória da companhia brasileira e projetou, a partir do anúncio de acordo com a americana Boeing, o futuro.
Ele contou como um nicho de mercado, negligenciado inicialmente pelas gigantes da aviação mundial, foi o trunfo para que a Embraer atraísse a atenção da Boeing em uma nova configuração recente do mercado.
Apesar de reconhecer que qualquer negociação impõe riscos, para ele, o medo não pode frear as possibilidades de crescimento. Ozires defende que a privatização foi crucial para a sobrevivência da companhia e, agora, tornar a Embraer forte pode assegurar o futuro.
Leia a entrevista na íntegra:
Nascimento da Embraer
Como surgiu a Embraer? Por que o Brasil não fabricava aviões antes e o que fez o senhor pensar que poderíamos produzi-los aqui?
Ozires Silva: Essa conversa vem lá de Bauru (SP) e começou quando tínhamos 13, 14 anos. Houve uma influência grande do aeroporto de Bauru, que atraia muito a molecada.
Nessa época, estava terminando a segunda guerra mundial, 1945, e um alemão foragido da Segunda Guerra Mundial , fabricante de aviões na Alemanha, se instalou lá no aeroporto. E ele gostava muito de se cercar de moleques e eu e o Zico, um amigo, ouvíamos muito o alemão. Ele descrevia com muito entusiasmo as maravilhas e soluções técnicas que tinha no avião. Com isso ele mudou nossa cabeça, que pretendíamos ser pilotos, e ele mostrou que projetar, criar e construir aviões podia ser tão interessante quanto voar.
E normalmente quando vamos a um aeroclube, sendo jovem, nem pensa em quem fabricou, só se quer saber de pilotar né? Aí que fomos influenciados por isso, ele foi o primeiro a falar sobre engenharia aeronáutica, não sabíamos o que era isso.
Passamos a querer ser engenheiros, tanto o Zico, quanto eu, que nascemos em famílias muito humildes e não tínhamos condição de estudar no exterior. Não tinha escola de engenharia aeronáutica aqui no Brasil.
Foi aí que apareceu a oportunidade de ingressar na FAB (Força Aérea Brasileira), em 1947, eu já tinha 17 anos, sendo a idade mínima para entrar na antiga escola de aeronáutica, antecessora da escola de Pirassununga (SP). No primeiro concurso não passamos.
Começamos a estudar muito, e o alemão sempre dizia pra nós “a escada da vida é muito ingrime e as vezes com degraus muito altos, vocês falharam no primeiro porque não colocaram esforço suficiente”.
Estudamos bastante e fomos aprovados, em 1948, entramos na antiga escola de Aeronáutica no Rio de Janeiro, não era Pirassununga como é hoje. Nos formamos pilotos, militares, e começamos carreira, foi uma surpresa quando vimos a própria Força Aérea criar o ITA em São José dos Campos
A criação do ITA fez uma diferença enorme, nós tentamos entrar no ITA, mas não podia, tinha que ter pelo menos 8 anos de serviço .
Nesse período o Zico morreu em 1955 num acidente e é como se eu tivesse ficado banguela, porque faltava aquele amigo, que a gente trocava ideias o tempo inteiro de como fabricar aviões, relembrava as ideias do alemão.
Em 1958 eu preenchi as condições de conseguir uma bolsa de estudos da própria Aeronáutica e ser aprovado no concurso. Em 62 me graduei como engenheiro Aeronáutico e fui convidado pra trabalhar naquela época no CTA em São José dos Campos, hoje o DCTA.
Olhando para o meu diploma, no dia 14 de dezembro de 1962, quando o recebi o recebi, pensei: “puxa, consegui a qualificação necessária, que era justamente a subida da escada que o alemão falava”.
E aí falei bom o que eu vou fazer, aí comecei a trabalhar lá no Instituto de Pesquisas (IPD) [da Aeronáutica], comecei conversar com os colegas, falar que valeria a pena a gente fabricar aviões. Nesse período aprendi muito sobre a história da construção aeronáutica no Brasil.
Santos Dumont tinha voado em Paris em 1906 e a primeira pergunta para responder foi porque Santos Dumont fez em Paris e não no Brasil? E ele mesmo respondeu no livro, em 1919, que o Brasil não tinha as condições necessárias para fabricar aviões.
Aí questionamos na nossa cabeça quais seriam essas condições, recursos humanos, capacidade de pesquisas, e foi aí que a gente pensou que a concorrência mundial é muito grande e como vamos vencer essa concorrência mundial? Aí veio a experiência dos nossos predecessores, foram vários pioneiros desde 1910 no Brasil e, na realidade nunca tinha tido sucesso, aí surgiu a ideia de descobrir um tipo de avião que não era fabricado pelos dominantes no mundo, – Estados Unidos e França – e foi aí que descobrimos que com a invenção a jato, os aviões ficaram mais velozes, precisando de pistas mais longas, pavimentadas, uma estrutura maior que o avião convencional.
Vimos nas revistas de Aeronáutica, sobretudo nos EUA, que com a entrada do motor a jato, 2,4 mil cidades dos do país deixaram de ter transporte aéreo e fizemos aviões para preencher essa dificuldade de aeroportos não pavimentados, mais curtos, nas mesmas condições de um jato e foi aí que surgiu a ideia de fazermos esse projeto.
Lutamos bastante, conseguimos progressivamente conquistar mais colegas da Força Aérea, tivemos um ministro que foi uma força enorme, Márcio de Souza e Mello, assumiu em 1967 o ministério e ele se convenceu que nós tínhamos razão e o apoio foi muito grande. Então começamos a demostrar da “tese”, que dizia que é possível fazer um tal avião que possa competir com os aviões maiores, pra etapas menores, ligando as pequenas cidades às grandes.
Começamos a projetar o avião, que recebeu o nome de Bandeirante, e foi o primeiro avião que fizemos.
Ninguém acreditava, que o pessoal lá de São José dos Campos, que diziam que nós éramos os malucos do outro lado da Dutra, porque a Dutra corta a cidade, e continuamos perseverando. O ministro acreditava, cada vez mais, e um número de oficiais da FAB começou a acreditar, recebemos ajuda material, sendo que muitas unidades da Força Aérea mandaram equipamentos pra nós.
Em 22 de outubro de 1968 o nosso avião decolou, foi um espanto em São José. Eu diria que o espanto maior foi quando o avião posou, né? Porque fizemos um avião que decola e pousa. Usando esse avião como demonstrador, nós começamos a demonstrar a tese. A FAB criou um sistema integrado de transporte aero regional, estimulando a compra desses aviões por meio do financiamento do BNDES e, finalmente, em 1969, conversamos com o ministro que precisávamos de uma fábrica.
Tentamos fabricar o Bandeirante em série e várias empresas se interessaram, aí propusemos criar uma empresa no modelo da Petrobras, governo de um lado e setor privado do outro, de economia mista, mas em principio foi todo mundo contra. Até o ministro ficou em dúvida, mas ás vezes as coisas conspiram para dar certo:
‘Num domingo, dia 20 de abril de 1969, fazia seis meses que nosso avião tinha andado, não tinha avançado em nada para fazer a produção em série, quando estávamos trabalhando e o operador da torre de controle me perguntou se eu podia receber o presidente da república porque o presidente estava indo pra Guaratinguetá e o aeroporto de lá estava fechado, sendo o de São José a alternativa.
Tive uma hora ali com o presidente do Brasil fazendo uma ‘lavagem cerebral’ na cabeça dele de fazer essa sociedade de economia mista. Na hora ele não respondeu, mas falou que ia pensar no assunto.
E de fato pensou, tanto que no dia 26 de junho de 1969 ele me chamou uma reunião no Planalto com o Ministério. Eu fiz a apresentação da Embraer e sua estratégia, que fabricaríamos vários aviões e venderíamos no mundo inteiro. O presidente se interessou realmente e ele preparou a lei pra criação da Embraer em agosto de 69. Eu fui indicado o primeiro presidente da Embraer.’
Em janeiro de 70 começamos a fabricar no terreno do CTA e foi nesse momento exatamente o pontapé inicial. A FAB ajudou encomendando 80 Bandeirante, dando mercado pra nós. Tem muitos deles voando na própria Força Aérea. Posteriormente fomos desenvolvendo outros aviões, tivemos a privatização da Embraer e estar aí a terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo, exportando pra vários países.
Na sua opinião, por que o negócio deu tão certo?
Ozires Silva: Porque nós começamos com um sólido apoio do desenvolvimento humano, falo exceto no Brasil, pq no brasil parece que tudo depende do governo, no mundo todo nós temos que trabalhar com pessoas e essas pessoas têm que ter a competência necessária pra trabalhar. Nós temos o ITA, não só pelo ITA, mas a medida que ganhamos mercado internacional recebemos propostas de pessoas do mundo inteiro pra trabalhar, e foi assim, passando pra brasileiros, com ideias próprias, criamos esse sistema de aviação regional que não existia no mundo.
Os EUA, sendo o maior mercado, tinha perdido 2,4 mil cidades e essas cidades começaram a comprar nossos aviões.
Privatização
Como foi o processo de privatização? Foi positivo na sua avaliação? [a companhia foi privatizada em 1994]
Ozires Silva: No fundo uma companhia é feita com a força do trabalho, produtos, capacidade de competir e produtos aceitos no mercado internacional. Então o que aconteceu naquela época foi que houve uma crise muito grande em 1989, 1990, quando uma crise de mercado começou. Por outro lado, a legislação no Brasil, nossas leis de modo geral enferrujam, ficaram recebendo emendas o tempo inteiro e acabam piorando nossa atuação, foi o que aconteceu.
Nós tínhamos um cenário em 1970 quando criamos como sociedade de economia mista, que ela operava como empresa e, com a lei hoje, com a mesma lei operada por mudanças , veja o que está acontecendo com a Petrobras. É muito difícil gerenciar uma companhia estatal, é muito difícil ter êxito. A gente fica esperando êxito da Petrobras mas não pode porque ela está impedida por uma série de restrições legais que o presidente da Petrobras não pode modificar.
Na época tomamos uma decisão muito corajosa, muita gente foi contrária: o Sindicato dos Metalúrgicos da região foi absolutamente contra, mas sem dúvida, acho que tínhamos razão.
Se deixássemos a Embraer como estatal em 94, tenho certeza que a Embraer não existiria mais.
Passando pro setor privado ela teria êxito, teria sua estratégia, foi buscar o produto que queria, não tinha controle de preço, como a Petrobras está submetida. Na realidade, assim como na democracia, a voz do povo supera a do governo e assim acontece na empresa. Ela tem que trabalhar com o mercado, se ele não responde positivamente ao produto, pode ter certeza que vai acabar quebrando.
Acordo Boeing-Embraer
O clima agora é parecido? [A Embraer e a Boeing negociam a criação de uma joint venture]
Ozires Silva: Agora foi diferente, o problema foi externo. Acontece que o mercado mundial dos grandes aviões se centrou em duas companhias, sendo a Boeing e Airbus, e ambas têm grande suporte governamental, tanto Boeing dos EUA quanto a Airbus na Europa. São duas companhias muito potentes, porque recebem uma ajuda enorme.
Por exemplo, só a Embraer tem 3,5 mil engenheiros para criar aviões novos, sendo um custo tremendo, dificilmente uma companhia consegue manter. Vemos hoje que o Brasil não tem condições de dar apoio para a Embraer.
Então o que aconteceu quando a Boeing viu que Airbus comprou a nossa maior concorrente no Canadá, a Bombardier? A Airbus abriu mais sua concorrência pro mercado.
Já estamos vendo uma rejeição de aviões muito grandes no mundo. Já pensou um embarque de mil passageiros, a complicação é muito grande, então a Airbus viu a oportunidade de entrar no mercado de aviões menores em milhares de cidades do mundo, já que centenas de cidades é que podem receber os maiores aviões.
Então com essa compra desequilibrou o mercado. A Boeing que há bastante tempo fazia rejeição aos aviões menores olhou pra Embraer e falou: ‘a Embraer já tem esse caminho percorrido, então vamos tentar uma associação com a Embraer’.
Isso está sendo discutido agora mas movido por fatores externos do mercado. As nossas empresas estão distribuídas por diversas cidades do Brasil, tem em Portugal, EUA, Inglaterra e França. A Boeing viu uma grande oportunidade de entrar nesse mercado com um força já existente e reconheceu que temos uma equipe bastante desenvolvida, bem nivelado com o que ela precisa pra dar esse salto pra frente.
Não foi proposta da Embraer, foi da Boeing, proposta que está sendo discutida por duas empresas que sabem o que percorrer.
Na sua opinião, essa decisão de agora é tão corajosa quanto foi a da privatização?
Ozires Silva: Eu espero que sejam maiores os resultados, a força de venda da Boeing, sem dúvida é muito maior e muito mais equipada do que a nossa.
Se ela trabalhar convicta do produto que tem pra vender, que vai desde o avião de 100 lugares até 700, 800 lugares, você pode ter certeza que a produção da Boeing no mundo vai ser muito mais longeva.
Daquela época do Bandeirante, que veio pra suprir uma necessidade de voos menores, não chegamos ao esgotamento deste nicho. Ele é o futuro da aviação?
Ozires Silva: Tanto a Boeing como a Airbus desprezando, por força das circunstâncias, o mercado das pequenas cidades deixaram a Embraer e a Bombardier trabalharem livremente, sem pressão de mercado. A competição ficou entre elas, mas agora viram que as cidades menores estão mais economicamente ativas, com a mobilidade alta, criada pela necessidade do passageiro, para que ele não tenha que viajar uma ou duas horas de carro para chegar no aeroporto mais. As pessoas não gostam de grandes aeroportos, com grandes congestionamentos, gostam de um tratamento mais personalizado, e tenho impressão que nós temos essa chave que está no mercado internacional. Vamos estar no mercado novo nessa associação da Boeing Embraer.
A Embraer vai ter voz nessa parceria?
Ozires Silva: Basta perguntar pra Boeing em Seatle (EUA). Eles estão a mais de 7 mil quilômetros daqui e vieram pra cá por que? Você veja que o interesse realmente existe e encontrou um interlocutor ao nível dela.
Quanto à voz da Embraer na Boeing é um processo a ser construído e tenho certeza que com a capacidade dos dirigentes e funcionários da Embraer nós temos certeza que essa voz vai ter valor cada vez maior.
O que diria para quem tem certo receio do acordo com a Boeing?
Ozires Silva: Essas pessoas medrosas, que não gostam do risco, são pessoas em geral que estão imobilizadas, porque o risco é permanente.
Você pode imaginar que a RCA no século passado era a maior companhia eletrônica do mundo e que ela fosse substituída pela Samsumg da Coreia do Sul? Quando a RCA estava tranquila no seu mercado, cruzando os braços, estavam lá os sul coreanos trabalhando para derrotá-la e derrotaram.
De modo que qualquer passo que você der à frente você corre risco inclusive que sua perna não aguente o passo. Então o risco existe, nós corremos lá atrás o risco do nosso avião não voar, corremos risco e acabamos tendo sucesso.
Ninguém nasce embutido no sucesso, para alcançá-lo tem que suar a camisa, tem que lutar, tem que cometer erro, corrigir. O risco faz parte do negócio.
Eu tinha 13 anos na minha cidade natal, Bauru e vi numa vitrine que o gerente colou: “aqueles que não pararam avançaram tanto que jamais serão alcançados”, então a gente não pode parar. Claro que tem que ter cuidado pra ter o menor risco, mas pra qualquer nova iniciativa tem o risco, tudo isso que eu falei pode não dar certo, mas como podemos saber que não vai dar certo?
Tem que tentar fazer, então vamos tentar o risco ao mínimo possível e é o que está acontecendo nessa negociação, que começou há 7 meses, em dezembro do ano passado. O risco está sendo avaliado pelos dois lados, tanto da Boeing quanto da Embraer.
Futuro
Como o senhor vê a Embraer daqui a 20 anos?
Ozires Silva: Essa é uma pergunta que me faziam quando criamos a Embraer. Naquela época diziam que a Boeing não ia deixar a gente entrar no mercado americano. “Vocês jamais vão poder chegar”, diziam.
A maior surpresa do nosso primeiro avião foi realmente quando nós fizemos nossa primeira exportação, foi pro Uruguai. O fato é que fomos conquistando posição, hoje temos uma posição muito forte nesse mercado e a liderança é da Embraer.
Na competição entre Embraer e Bombardier, a Embraer conseguiu dominar esse mercado e vencer a companhia canadense com mais intensidade do que ela podia atacar no mercado internacional.
A Embraer pode dominar o mundo com o acordo?
Ozires Silva: Não sei se dominar o mundo, porque podem surgir outros concorrentes, os japoneses já lancçaram aviões parecidos com os nossos, os russos, até a Coréia tem avião voando. O cenário está mudando um pouco.
Então a gente não pode pensar só no Brasil. O mercado é livre e competitivo.
O senhor está otimista então com o negócio?
Ozires Silva: Desejo que a população procure entender como as coisas estão funcionando e tenham confiança na capacidade de decisão da Embraer. Estamos conversando com uma empresa extremamente séria, que embora dez vezes maior que a Embraer, é igualmente forte.
O otimista que constrói o mundo. Se você olhar os processos criativos, ninguém sabe se a inovação vai dar certo ou não, mas os corajosos avançam e vencem, como o Steve Jobs fez a Apple, como o Google foi criado. De onde vem tanta informação? A internet começa a falar já sobre inteligência artificial, internet das coisa… Quando poderíamos imaginar que esse pequeno aparelho que você tem no bolso pode ligar pro Japão? Então veja que estamos desenvolvendo com uma velocidade muito grande.
Os fracos não vão sobreviver. Só os fortes e queremos que o Brasil seja um dos fortes.
O senhor tem orgulho de ver onde a Embraer chegou?
Ozires Silva: Isso eu gostaria de perguntar à população, especialmente para o pessoal lá da nossa região, do Vale do Paraíba. Vocês estão orgulhosos ou não de serem procurados pela maior fábrica de aviões do mundo? É maior que a Airbus.
Sinceramente essa pergunta eu gostaria de ter a resposta da sociedade, sem dúvida é um orgulho ver onde a Embraer chegou.
Uma coisa que começamos do zero em São José dos Campos, naquela época o Vale era agropecuário e aparece uma fabricante de avião que é um produto muito complexo, das mais diferentes tecnologias. Vamos das estruturas materiais, aos sistemas e do domínio da tecnologia. Estamos no topo de um negócio extremamente sério e sobretudo porque envolve também a area de segurança da vida humana, que é o item mais importante a ser considerado.
FONTE: G1
CARa de que adiantou a Embraer ganhar a concorrencia para a bombardie?? Quem vende sua parte mais lucrativa depois de anos de investimento? Infelizmente nao se sustenta a argumentacao a favor. Estudem mais o assunto. É uma perda tecnologica inmensuravel. E ainda tem gente defendendo virar o … pros EUA. E NAO. Nao sou petista. Mas nao sou ingenuo. A boeing sim tem motivos pra cmemorar. Os engenheiros podem ir pra fora e nos ficamos aqui com os prejuizos.
MODERAÇÃO: Fabrício, favor evitar o uso de palavrões nos comentários futuros.
Gostaria de saber porque o governo também está vendendo empresas como ATECH, BRADAR e SAVIS já que são empresas extrategicas e dominam tecnologias sensíveos, ex: a construção de radares que poucos países dominam. Será que vamos entregar de bandeja? Todas essas empresas pertencem a EMBRAER e não deveria fazer parte do negócio com a BOING
Onde vc leu que a Atech está sendo vendida? Bradar, Savis? Desconheço essa informação.
Gostaria de saber se BRADAR, DAVIS ATEC serão vendidas também
Ozires foi um excelente fundador, e devemos muito a este excepcional brasileiros. “Más” nao repetiu igual sucesso como gestor. Nem como estrategista de mercado. E muito pouco se fala sobre isso. Em 1986 quando deixou a Embraer não deixou exatamente uma fagulha sequer do que ela se tornou, na Petrobrás foi o mesmo marasmo, e em 1994 quando retornou a Embraer sua única missão foi encainha la para leilão. Na VASP feichou-lhe as portas e nada mais! E após a privatização da Embraer defendeu aos 4 quantos que a empresa batesse de frente com Boeing e Airbus, forjando seu bordão: “e melhor ser o rabo do Leão que a cabeça do rato!”. Bem competir construindo enormes aviões sim teria feito a Embraer virar pó. Fato é que ela se tornou o que é depois a sobra de Osíris saiu de lá, e estratégia foi exatamente o que o digníssimo engenheiro disse que não o fizesse. Osíris pôs seu ovo de ouro, mas não está além do bem o do mal, e após basta conferir para chegar a conclusão que suas gestões não foram exatamente um sucesso. Sua grande glória esteve lá na idéia, no Bandeirantes. E só isso! Tudo!
Tem que vender mesmo, inclusive privatizar a Petrobrás, a Eletrobrás e o que mais tem de bras no Brasil. O governo não tem, não teve e nunca terá condições de gerir nenhuma empresa. Só servem como cabides de empregos.
Discordo completamente.
A Boeing quer abocanhar e acabar com a Embraer.
Prefiro uma Embraer pequena e brasileira a uma empresa grande subsidiária da Boeing ou até mesmo extinta.
Ozires Silva tem uma história.
Mas discordo completamente da opinião dele.
Ele diz que é orgulho a Boeing querer a Embraer.
Ozires pensa com a mentalidade de 49 anos atrás, no qual fabricar aeronaves no Brasil era algo impensável.
O mundo mudou.
O Brasil e a Embraer não são mais um país sem tecnologia…
Precisamos pensar grande.
Isso chama-se quinta coluna.
O inimigo interno.
Gente torcendo para entregar o patrimônio nacional a empresas estrangeiras inclusive possivelmente estatais chinesas…
Depois não sabem porque o Brasil não se desenvolve.
Na própria reportagem, fala-se que Boeing e Embraer são o que são com ajuda do governo…
A própria Bombardier dependeu do governo canadense.
Não é fácil uma empresa privada sobreviver para enfrentar grandes conglomerados estrangeiros.
Por isso o governo chinês investe.
Não é fácil enfrentar grandes bancos, aéreas, fabricantes de aviões estrangeiros…
O próximo passo da Embraer era avançar na categoria do B-737 e do A-320.
A Airbus abocanha a Bombardier
A Boeing abocanha a Embraer
Assim continua a concorrência somente entre a Airbus e a Boeing.
Ao meu ver seria melhor uma Joint venture ente a SAAB e a Embraer, trazendo a expertise do projeto e produção de caças e ao mesmo tempo usar esse conhecimento para projetar aeronaves civis (jatos executivos) que possam atingir velocidade de “super cruiser” supersônicas e partir para o projeto de aviões no nicho do 135 a 180 acentos convencionais.
A impressão que dá é que tem gente ganhando para que a Embraer se torne parte da Boeing.
E falem o que quiser mas daqui a alguns anos quando os aviões forem produzidos nos EUA quem perde é o Brasil sem as exportações que elevam a balança comercial através dos produtos da Embraer o maior exportador de tecnologia agregada do Brasil, mas para que né podermos continuar sendo o maior exportador de soja do mundo.
A CSeries é o que presta da Bombardier. Ficou um negócio envelhecido que produz locomotivas e tranqueiras do seculo passado. É uma empresa ultrapassada.
O governo canadense aprovou a venda porque subsidiava pesadamente o negócio. Foi feito com a Airbus porque os investimentos no Canadá, principalmente em tempos de Trump, são em boa parte françeses e ingleses. E porque a Boeing e a Airbus são gigantes que decidem o que acontece no mundo da aviação.
A Embraer vem sendo espremida por diminuição de encomendas, pelos prejuízos no segmento de defesa, pela operação na China que não decolou, pelo mimimi da USAF com o A29, pelos não negócios com o KC390 e pela falta de definição e de recursos da FAB.
Sobra vender jatos comerciais em pequeno volume. A concorrência de asiáticos no segmento mostra que daqui a 20 anos ou menos, a Embraer não se sustenta por diminuição do bolo. Serão mais 4 ou 5 concorrentes.
Melhor vender agora do que vender quando quebrar.
Ou melhor comprar agora do que esperar quebrar.
Fracos e covardes são empresários como Ozires que se acovardam com o tamanho da Boeing. Tolos são todos que consideram vender um negócio porque o futuro os ameaça.
Quando essa história (não existe istoria nem estória) começou foi um festival de publicações atrapalhadas em nome de governos e das empresas. Todos com medo da Boeing.
Medo de que? Da oferta de 5 ou 6 bilhões de dólares? Segundo os analistas a Embraer vale pelo menos 25. Como não está à venda deveria valer 100.
Nessa terra de ladrao aonde se rouba 57 bilhões da Petrobras, 25 bilhões do governo do Rio, 25 bilhões da Copa de 2014, 35 bilhões da Olimpíada do Rio e malas com 55 milhões são esquecidas, não há alguns trocados para enfrentar a proposta da Boeing?
A Embraer é uma empresa privada. Faz o que quer da vida. Quem não tem vergonha na cara é a classe política brasileira que deveria enfrentar a oferta da Boeing em uma mesa de negociação. Não publicando asneiras em blogs de defesa ou em sites de notícias financeiras.
Desenvolver o polo do Vale do Paraíba custou vidas. A Boeing tem interesse nisso? A Boeing irá carregar os 3 mil fornecedores do negócio?
Agora que a Embraer foi vendida a operação na China irá decolar? Os pedidos do KC390 by Boeing já estão na sala de vendas?
Foi uma decisão empresarial. Foi uma vendeta nacional. Jovem Jungman e Temer. Gente miúda.
Ja começa chamando a empresa que ele se orgulha de fraca …
O Zico deve estar se revirando no túmulo,ao saber que seu amigo esta propondo a venda da Embraer por ” 30 dinheiros !”
A solução para a Embraer ( defesa e executiva) que fica é a fabricação de aviões e carros elétricos, tornando-se uma fabricante de automóveis nacionais com a marca já consolidada da Embraer. Se tem tecnologia para projetar aviões de todos os tipos e tamanhos por que não teria para projetar carros?
Ou seja, se perder um nicho da aviação comercial entra forte em defesa , executiva e automóveis.
Meus caros,
Acabo de ler matéria na Infomoney sobre a Joint Venture da Embraer com a Boeing. Primeiro que a Boeing não deterá 80% da EMBRAER e sim da nova empresa. Segundo a empresa receberá investimentos de 4.75 bilhões de dólares. Sendo 3.8 bilhões investidos pela Boeing daí a Boeing ter 80% de participação. Entretanto 2 coisas são muito interessantes para o Brasil. Primeiro a área de defesa não entra, porém a golden share será revogada. Detalhe isso é ordem do TCU e valerá para qualquer empresa. Segundo ponto a sede da nova empresa será em São José dos Campos. Portanto qualquer exportação da empresa entrará para a balança comercial brasileira. Acho que dei algumas boas noticias.
Boas notícias ? A Boeing ficará com 80% da nova empresa,mesmo com a Embraer entrando com todo know -how ,ou seja a Embraer já entra perdendo feio, pois esse know-how vale muito mais que 3,8 bilhões, mas o pior disso tudo sera a revogação da golden share, sem essa prerrogativa o Estado perderá seu poder sobre a empresa aí a nova empresa poderá se mudar de São José dos Campos e deixar centenas,se não milhares a ver navios ,digo isso baseado no seu comentário ! Agora vamos pensar um pouco,,se vão criar uma ”NOVA EMPRESA” então não há razão para revogar a golden share da Embraer , basta fazer um contrato normal,onde ambas as empresas concordam em trabalhar em parceria assim a Embraer continua como esta !
Se vão criar uma ”NOVA EMPRESA” então não há necessidade de se abolir a golden share, e se essa empresa nascer sendo 80% da Boeing, a Embraer já sai perdendo pois o know-how da Embraer neste setor fale mais que 3,8 bilhões ! O que estão querendo é a compra da empresa brasileira,essa é a verdade, e tão logo consigam irão se mudar de São Jose dos Campos pois não terão mais nada que os impeçam de ir embora !
Penso da mesma forma.
Na matéria fica claro quando o entrevistado diz “o sindicato dos metalúrgicos eram contra” KKK. Oh raça maldita!
Eu não entendi nada do que li kkkkkk
Não entendo de aviação.
Só acho que a marca Embraer não pode sumir. E o Brasil precisa de uma montadora de carros tbm. Países que são potência no mundo tem sua fábrica de avião e de carro.
Está velho demais para consideração lucidez. A Embraer vai desaparecer para não desaparecer. Retórica vazia para explicar um discurso entreguista.
As opiniões acima emgeral estão baseadas em nacionalismo, paixão ou interesses próprios. A Embraer não tem opção ou entra no negócio com a Boeing ou será engolida, vira pó. Quanto a comparação com o caso Bombardier e Airbus, observem que a Airbus desembolsou 1 dólar para “se associe ao programa C Seried e a Boeing vai desembolsar quase 4 bi pelos EJets. A marca Bombardier no mercado 70 a 160 assentos deixou de existir SIM ao contrário do comentado acima e governo canadense não só aceitou como apoiou a operação. Abram suas cabeças para aceitar o novo. O tempo é o Sr da razão e o Ozires mais uma vez está com ela.
Verdade !
Parece que com a eliminação da seleção na copa o pessoal resolveu largar o futebol de lado e proferir suas opiniões pessoais por aqui. Mas como no futebol, somos todos expectadores.
Mas fico feliz com a preocupação deste pequeno grupo, que mesmo discordando tem o mesmo objetivo.
Não, a Embraer não eh criação do Sr. Ozires isso eh fato fica claro na entrevista que ele junto com colegas correram atrás e conseguiram apoio do governo para q a empresa decolasse, pq se não fosse pelo governo onde eles achariam verbas para criar a empresa?
Agora vem ele chamar nos de fracos, e covardes? Como a 3° maior fabricante de aviões do mundo pode se dar assim para a maior? Ficando só com 20% de tudo que ela construiu ao longo do tempo? Não sr. Ozires não somos covardes somos precavidos, se fomos capazes de chegar onde chegamos com esforços próprios, não somos capazes de nós manter? Só pq nossa maior rival foi adquirida pela 2° maior?
Não se fala nos termos de contrato entre bombardier e Airbus, pq??
Se eh para fazer parceria com a boing que seja pelo menos 60/40, 60% para eles 40% para nós, e eh claro a área de defesa ficar 100% com a Embraer.
Sejamos mais nacionalistas!
Respondendo ao Brigadeiro: Moro em SJCampos e sou orgulhoso pela EMBRAER, conheço varios funcionários, o que espero que a empresa tenha voz ativa nas estratégias e que o setor de defesa seja autônomo.
A Embraer não é criação do Sr . Ozires Silva, ela é criação do Estado Brasileiro, se o Estado geria mal a empresa, isso já é outra estória, mas verdade seja dita ela só existe por iniciativa do Estado e Ozires Silva não é o seu criador !
Santos Dumont voou em Paris,porque naquela época a ”nata” mundial dos aeronautas se concentrava lá,e não só ele como alguns outros aeronautas brasileiros foram para lá pois haviam prêmios para êxitos, ou seja a vanguarda se encontrava lá !
O Sr. Ozires, Silva,contou uma estória para nos comover e nos levar no bico, mas podemos ver que essa joint venture irá acabar com a Embraer,nos termos em que ela esta sendo proposta !
Como diria Valfrido Canavieira, personagem de Chico Anísio, a ignoranssia é que astravanca o pogressio.
Se não fosse patético, até que seria engraçado.
Se existissem empresários visionários no Brasil e um deles fosse aos EUA comprar a Boeing pelos mesmos motivos que o Ozires diz serem justos, os americanos aceitariam?
Se o Obama tentou impedir a venda da Budweiser para a Ambev, qual seria a reação dos americanos se tentássemos comprar uma empresa privada de construção naval? O estaleiro que construiu as Arleigh Burke por exemplo.
Calma, Ozires. Você esteve certo no passado. Nada garante que é capaz de adivinhar o futuro.
Exatamente.
Mais uma vez lançam uma premissa errada, para justificar esta pataquada. Pataquada esta que nem mesmo o mercado financeiro está aceitando de tão estúpido que é.
Em primeiro lugar, a Airbus não comprou a Bombardier, mas apenas 50,01% do projeto CSeries e que vai atuar mais especificamente para atender a demanda americana. Não a toa a JetBlue está comprando estes aviões. Aliás, a JetBlue não compra aviões Boeing. Ainda opera aviões Airbus e Embraer, mas como a empresa brasileira (conforme quer seu CEO) vai ficar sob às asas da Boeing, é ingenuidade acreditar que eles iria comprar novos E2 da Embraer.
Em segundo lugar, quem está soltando rojões com este negócio estúpido é a própria Bombardier, pois sua marca permanece intacta com esta parceria (50,01% – 49,99%) específica, ficando assim seus outros produtos e marca livres. Já no caso da Embraer, com este negócio …..(80% – 20%), a marca Embraer desaparecerá. Detalhe, este negócio envolve TODOS os projetos comerciais, enquanto na parceria da Bombardier, só o CSeries.
Entenderam agora porque os donos de ações da Embraer estão queimando-as?!?! Só defende este negócio, na forma como ele está sendo gestado, quem é tolo, ou quem está ganhando um graúdo por fora.
Ok Wellington, quais os outros projetos aeronáuticos que a Bombardier ficou? O que ela pode fazer com eles? Competir com a ATR que pasme é da Airbus ohhh dona agora só do projeto CSeries. Acho que você está errado em suas observações.
Sobre a Embraer ela vai ficar com os jatos executivos e de defesa que como a Boing está puta com a Lockread por com do F-35 temos chances reais dela fazer lobby para venda do KC-390 em detrimento do Hércules então meu caro acho que é sim um bom negócio.
Ahh sobre os acionistas”derreterem” suas ações eu faria o mesmo se tivesse comprado a 8 reais e hoje valendo vinte só não faz quem gosta de perder dinheiro fala sério kkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkk
Não merece nem resposta, de tão frágil que é tua argumentação. rsrsrs
Sou acionista, sou funcionário da empresa, e trabalho em área estratégica da mesma. Conhecendo o mercado, e como as coisas estão, acredito que o negócio é fundamental para o futuro da empresa. E não sou só eu que acho isso, mas praticamente todos por aqui.
Quem acredita que o negócio da Airbus com a bombardier foi melhor… Não sabe o que diz, ou não quer saber, ou está sendo atendido ingênuo… Procure conhecer todos os tempos do acordo.
Praticamente todos ai?! Sério?! Não é o que soube. Ah tá, se tu tá achando que vai ganhar green card por conta disso……….
Daqui uns anos a gente conversa de novo.
Esse homem tem qualidade e gabarito para dar essas explicações, quando vejo pessoas que não sabem nada de aviação se utilizarem de um discurso nacionalista é péssimo, ouvir quem entende do assunto fica bem mais claro e imparcial.
Você entende de aviação? De negócios? De geopolítica?