Rússia pede a Paris para entregar o navio ou devolver o adiantamento, acrecido da multa pecuniária sobre o contrato do Mistral.
O tempo está correndo para Paris decidir sobre a questão do “Mistral”. Esta posição foi anunciada em Moscou pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Alexander Lukashevich que disse: “Sobre o Mistral, existem várias declarações dos Ministros da Defesa e de Negócios Estrangeiros francês, mas o contrato deve ser realizado. Os valores devidos foram transferidos nos termos do contrato”.
“Para o lado francês não há opções, não se pode usar o método da diplomacia do megafone”, completou Lukashevich, “E pelo lado francês, é hora de uma decisão: Ou entregam o Navio ou o dinheiro deve ser devolvido”.
Respondendo com perplexidade as legítimas cobranças do Ministério das Relações Exteriores russo, o embaixador francês em Moscou, Jean-Maurice Ripert, confirmou a posição francesa afirmando que “o contrato está suspenso e não cancelado, apenas foi adiada a data de entrega”, e segundo a decisão francesa, “na medida em que a paz for restaurada na Ucrânia, incluindo o processo do Protocolo de Minsk”.
Enquanto isso, está quase pronto para a entrega o primeiro navio. Além dos testes de mar, já foram treinados 400 marinheiros russos, as tripulações do Vladivostok e do segundo navio, o Sevastopol. No entanto, a questão da transferência do “Mistral” russo, ainda sob os termos do contrato, deveria ser concluído no final de outubro.
Mas, o que ameaça a França na entrega do “Mistral”, para não ser mencionada a quebra do acordo? A empresa estatal francesa DCNS, especializada na construção de navios militares, tem um contrato com a estatal russa “Rosoboronexport” e, parte dele, que se refere às penalidades, não são comentadas, embora, é claro, como em qualquer documento desse tipo, elas existem.
Paris, no caso de ruptura do contrato, teria que pagar o custo total de 1,2 bilhões de euros, legitimamente reconhecido pelas partes. Quanto as multas pecuniárias, é uma questão suscetível a ser decidida nos tribunais. “Como regra geral, as multas não são descritas nos contratos dessa natureza, explicou o economista e cientista político francês Jacques Sapir. Provavelmente será arbitrado por um tribunal, cuja competência seja reconhecida por ambos os lados, e neste caso, estamos a falar do Tribunal de Arbitragem Internacional de Londres”.
No entanto, já apareceram outras informações. Citando “fontes bem informadas”, o canal de notícias local LCI, citou uma penalidade que vai além de pagar os custos totais da operação, 251 milhões de euros. No que diz respeito à violação dos termos de entrega dos navios, de acordo com essas mesmas fontes, os primeiros 30 dias após o término do contrato não pressupõem penalidades contratuais, mas, ao longo do tempo, se não se chegar a uma resolução dentro de três meses, cada dia de atraso na transferência do navio, poderia custar aos franceses cerca de um milhão de euros, sendo que as multas diárias aumentariam sucessivamente.
Houve um precedente na história da França, quando ela teve que lidar com situação semelhante e acabaram cedendo. Segundo Jacques Sapir, o General de Gaulle, ao final dos anos 60, vetou a venda dos caças Mirage 5 à Israel, após a “Guerra dos Seis Dias”. Em seguida, os franceses devolveram a Tel Aviv todo o dinheiro, mas Israel não exigiu a cláusula de penalidade. O motivo, foi que Paris prometeu não parar o fornecimento de peças de reposição para os aviões israelenses, comprados da França antes da guerra com o Egito.
Até os franceses, em sua maioria, acreditam que o contrato será levado à sua conclusão lógica, ou seja, o que Andre Shankly, um dos organizadores da manifestação de apoio ao sudeste da Ucrânia, que aconteceu sábado passado, em frente à Torre Eiffel, onde ele afirmou : “Eu acho que o “Mistral” vai ser entregue para a Rússia. Talvez, seja atrasado mas, será entregue. Só um louco faria o contrário. Seria muito caro para o nosso tesouro, ainda mais agora com as políticas de austeridade, particularmente dolorosas, adotadas pelo governo. Além disso, o que fazer com os navios que não forem entregues? Não podemos usá-los, já que eles são feitos especificamente para o padrão russo. Vender a alguém? Seria muito difícil, pois há muito que se modificar. Isso para não mencionar o dano à indústria nacioanal de defesa e a perda de credibilidade junto aos potenciais clientes. O contrato assinado vale muito, assim como a nossa palavra”.
FONTE: Российская газета
TRADUÇÃO e ADAPTAÇÃO: Defesa Aérea & Naval
Oh brazuca,
Também acho, pensei que estivéssemos aqui para falar de culinária!
Afinal em um site de notícias militares para que falar de guerra, não é mesmo?
E para que a Rússia iria comprar dois navios de desembarque ao custo bilionário para guerra? Deve ser para colocar os soldados para passear pelo mundo e ver culturas diferentes!
Nossa comentários offtopics de vcs,a maioria fantasiado de guerrear, que os rafales ou exocets resolveriam o problema sei que lá mais kkkkkkkkk kkk
No mundo dos negócios, e este é simplesmente um negócio, quem não cumprir sua parte, arca o ônus contratual específico…
Não tem nenhum anjo, de qualquer lado, neste e nos casos politicamente dispostos ao redor do mundo…
FA
A não entrega dos navios aos russos não tem nada de credibilidade e sim de SOBREVIVÊNCIA ECONÔMICA a industria de Defesa Francesa por sua menor escala vive sempre no limite de sua viabilidade econômica. O ÔNUS econômico a ser arcado com a não entrega dos navios terá de ser assumida pelo governo francês e na medida que o governo não ressarcirá TOTALMENTE ao estaleiro e seus fornecedores o gasto nos dois primeiros navios e não se realizarão as entradas de recursos das aquisições de partes e equipamentos não nacionalizados pelos russos nos dois navios seguintes; a situação das empresas pode ser desequilibrada de modo grave ou mesmo levá-las a falência. Seria quase um “suicídio” de um setor da defesa francesa.
Não trata-se apenas de “não alinhamento automático” com os EUA na hora
de comprar armamento deles, ou não transferência de tecnologia.
Eles simplesmente não possuem o que precisamos.
A construção de submarinos convencionais foi abandonados por eles há mais de 50 anos
e embora a França não os utilize em sua marinha manteve ao menos a base
industrial para exporta-los, evoluções de submarinos bem sucedidos que foram utilizados
pela Marinha francesa até início da década passada.
Outro exemplo é que o segundo mais importante navio de assalto anfibio que eles
possuem, os LPDs classe San Antonio, são ainda maiores e bem mais caros
que um Mistral.
Claro que há possibilidade deles desenvolverem versões mais baratas e menores
do que eles possuem mas há também uma preferência do potencial comprador
em comprar produtos que estejam sendo utilizados e já comprovados nas Forças
Armadas e não há nada semelhante a um Mistral em serviço na US Navy por exemplo.
Caso a França não entregue, a indústria bélica francesa ficaria desmoralizada!
Os possíveis compradores vão reconsiderar a possibilidade de compra devido aos vários calotes que os franceses deram ao longo da história
A entrega deve e será feita, este atraso é muito bem calculado pelos Franceses, afinal, este gesto demonstra que estão alinhados com as sanções cosméticas impostas pela OTAN, e para não desagradar os EUA, os navios serão entregues antes que a Russia possa cobrar multas pelo contrato (um atraso de um mês já basta).
Quanto ao fato quase improvável de a França não entregar, e romper o contrato, a industria bélica francesa sofreria com o descrédito de não cumprir contratos firmados, afinal, os contratos que os franceses vem recebendo provem da desconfiança da industria Norte Americana, ou você acha que o Brasil firmou contratos para aquisição de Submarinos e Helicópteros dos franceses por que são os melhores!!!!
O brasil como várias nações que não tem uma politica externa de alinhamento automático com os EUA, sempre procuram alternativas para compra de equipamentos militares, já que os EUA não transferem tecnologia, e não se veem obrigados a cumprir os contratos firmados, alegando questões de segurança.
Tiago,
Primeiramente, as sanções econômicas impostas a Russia podem sim fazer considerável estrago no longo prazo. Na prática, já o fez… Levará certo tempo até que o nível de confiança do investidor europeu melhore a ponto de investir mais pesado na Russia.
É realmente difícil conseguir alguma coisa dos americanos no que diz respeito a transferência tecnológica. Contudo, normalmente eles cumprem sim o que prometem. Observe exemplos como os dos F-16 construídos sob licença na Europa ( que os europeus modificam como querem ) ou a cooperação com os japoneses e sul coreanos. O maior problema deriva das restrições impostas pelo congresso americano, que limita a tecnologia que pode ser exportada, por questões de segurança. Em verdade, todos os países fazem o mesmo, em maior ou menor grau…
Também não há absolutamente nada de errado em exportar de acordo com os próprios interesses… Todos fazem isso… Normalmente, como comentei acima, os poderes constituídos de cada país impõem restrições, e cuja a industria se adapta fazendo variantes específicas para exportação de seus equipamentos, que podem incluir características e tecnologias que sejam especificamente liberadas para determinados países, de acordo com o alinhamento político. Enfim, isso não é ( e nunca foi ) exclusividade americana…
Criticar a França por falta de credibilidade? A Rússia esta patrocinando uma matança, uma guerra civil na Ucrânia, muitos inocentes já foram mortos, e a França faz o que é certo impedindo que mais poder militar convencional de desembarque e apoio de tropas chegar às mãos dos Russos! Eu já morei em país da antiga cortina de ferro lá eles ainda lembram do que seus avós passaram, não dá nem para comentar, muito profundo!!!! Vai todo mundo bater palmas? Ah sim! Continuamos comprando as tais baterias antiaéreas, nem para disfarçar e adiar fomos capazes, e assim vamos “dialogando”… O próximo da fila é o EI…
Ah desculpe! Esqueci que os franceses são um exemplo de povo e que nunca colonizaram país nenhum, nunca existiu a Argélia para citar um país africano apenas ou a Nova Caledonia não existe até hoje onde milhares foram mortos por querer a independência e a França não quis ceder pelo níquel existente no território.
Pode ficar tranquilo que nesse aspecto “Ivan” ganha de Goleada! Ivan não é bem um colonizador… Segurar esse Mistral da um pontinho aos franceses, mesmo que temporário, ainda sim válido.
Cumé seu Marco ???
A Rússia está patrocinando um massacre ???
Engraçado ver um brasileiro defender um governo golpista ucraniano ultra-direitista de inspiração NEO-NAZISTA que apoiado por “forças ocidentais” derrubou um governo pró-russo DEMOCRATICAMENTE eleito por TODA antiga Ucrânia que incluía a hoje Criméia russa e a parte leste da Ucrânia onde a etnia russa é maioritária. ISSO com o objetivo ocidental EXPLÍCITO de enfraquecer a Rússia tando isolando-a de indústrias ucranianas de Defesa que os russos ainda não conseguiram substituir, retirar o acesso da marinha russa da “Criméia ucraniana” e transformar o país num membro da Otan ou ao menos um permissionário de bases e/ou mísseis próximos ao território russo. São os “Ucranianos democráticos apoiados pelas potências ocidentais” que atacam com forças militares rebeldes de etnia russa que votaram no presidente “anti-democraticamente” retirado do poder e recentemente ampliaram sua ação “democrática” dissolvendo o parlamento ucraniano eleito sob a “justificativa” que havia muitos traidores russos entre eles…
REALMENTE são os russos que são terríveis…
Caro Gilberto,
Já estive um bom tempo perto dessa confusão e posso estar influenciado pelo população local, que nos “velhos tempos” de cortina de ferro lembram que leite era permitido somente às crianças doentes mas sempre tinha algum conhecido do partido que “arrumava” algo extra como um pão a mais ou um litro de leite. Eles não tem o sorriso fácil como nós e detestam até o último fio de cabelo os russos! O problema é que se olharem nos espelhos perceberão os GENES de seu conquistador…Muito triste!
E a credibilidade da França com outros futuros clientes da indústria de armamento francesa. que aliás diga-se de passagem já passa por dificuldades. Não consegue vender seus Helicópteros da Aerospatiale / Eurocopter / Airbus Helicopters, caças Rafale tanques AMX-56 Leclerc. O único caso de maior sucesso no mercado internacional é o submarinos Scorpene.
Quem vai ainda comprar armas de um país que não cumpre um contrato assinado?
Sem contar que se os americanos concordassem em comprar os navios não concordaria em pagar as multas do contrato.
Entrega essa tranqueira logo, esse navio não decidir guerra nenhuma, dois
Rafales fazem disso um coral artificial rapidinho..
Amigo Stadeu.
Antes tem de passar pelos sistemas anti aéreos russos, aviões Su-100000 versões, kkkkkk
Se bobear os Rafales ajudam facim na composição dos Corais…rsrrsrs
stadeu,
Capacidade anfíbia normalmente decide muita coisa, pois ela representa projeção de força… E é isso o que esse navio representa.
Qualquer país munido de navios de assalto anfíbio detém capacidade de invadir outro por mar. Simples assim…
Devidamente armado, vai ser necessário mais que um par de Rafales para lhe fazer dano… E some a isso que 90% das forças armadas do planeta simplesmente não tem os meios para ultrapassar as defesas AAW de um destróier russo… Um desses Mistral, escoltado por dois Udaloy e dois Slava, além do Kuznetsov ( e bota um Victor III ou um Akula no meio, só pra garantir… ), já se constituiria em uma força de invasão que pouquíssimas marinhas no mundo poderiam enfrentar de igual para igual…
Rússia X Otan … é coral artificial … simples assim.
stadeu,
A Russia não precisa dos Mistral para atacar a OTAN… Se ela for fazer isso, o será por terra e ar. Nesse caso, o papel da marinha russa muito provavelmente seria tão e somente negar os mares. Aí entram os submarinos; e o resto da frota russa não sai de suas águas…
Esses navios tem outros propósitos… Por exemplo: propiciar as condições para uma intervenção em algum aliado, como a Síria. E assumindo que qualquer um vai pensar duas vezes antes atacar um navio de bandeira russa, esses Mistral representam para os russos capacidade de dissuasão a nível global…
Todo mundo sabe que no final a França vai entregar pros russos e só Brasil quiser que pague pra fazer o seus.
Sabemos das dificuldades que seriam para adquirir esta nave já toda especificada para os Russos, no entanto, tem que se avaliar o custo benefício.
Se os custos, ainda que altos para aquisição e readequação para nossos padrões compensarem, porque não?
Caso contrário, deixem a bucha para os Franceses e Russos.
Eu, ainda acredito que será entregue. Por vários fatos dos quais eu cito alguns:
França não é EUA e não será submissa a este por seus próprios interesses estratégicos;
O valor do contrato é enorme para voltar para trás,
Encontrar um comprador que aceite o navio todo já especificado para outra marinha será difícil, até mesmo para a própria França em ficar com a embarcação.
A França deveria descer goela abaixo para os EUA este navio para compensar os prejuízos que terão.
Tem que entregar, não tem jeito. É a palavra deles que está em jogo.
Simples. A França vai entregar…
E para quem sonha, a marinha do Brasil compraria um ou os dois navios e teria dinheiro para pagar por eles, pagar por toda a reforma e comprar todos os navios de desembarque e helicópteros e treinamento de pessoal para operar? Simples… Não! Então não sonhem.
De jeito maneira estou defendendo a Rússia depois do que ela fez e está a fazer na Ucrania, MAS, quanto a esses navios, os Russos estão certos, tem contrato e multas / período ( dias, meses, … ) de atraso, cumpriram com o contrato, então agora os franceses que façam o mesmo. O Brasil deveria ficar de olho nos Russos e tentar aprender a fazer contratos da mesma forma, se já não o faz assim. Como já disse antes, outras vezes, os franceses cumprirão esse contrato, no mínimo, esse 1º navio será entregue sim.
Tradução: “De jeito maneira” ==> De nenhum jeito.
SÓ PARA ESCLARECER.
Creio eu que por mais interessante e necessária que essa embarcação possa ser para ampliar o poder dissuasório das Forças Armadas do Brasil, o nosso país, por questões sobretudo de princípios, não pode se quer pensar em negociá-la com a França, a menos é claro que a Rússia desista voluntariamente do negócio e o GF aceite arcar com todas as despesas subsequentes.
E outra, se a coisa virar guerra e um dia a França tiver que enfrentar a Rússia em combate, nada que um Exocet AM-39 bem colocado não resolva
Que novela, entrega logo, ficam fazendo drama pior que novela mexicana, mas no final todos sabemos que a mocinha francesa “se entrega” ao garanhão russo pegador.
Se França ficar com o Mistral podia ser uma boa oportunidade para nossa MB que sonha com um desses os franceses poderiam nos ceder em suaves prestações.
” Não podemos usá-los, já que eles são feitos especificamente para o padrão russo. Vender a alguém? Seria muito difícil, pois há muito que se modificar “
Porque tudo que não dá mais certo sobra para nossa marinha?
A Marinha brasileira virou um cano de escape para os problemas dos outros.
Coitada! Já não basta o governo?
xeque-mate.