Por Vera Araújo, Fábio Teixeira e Rafel Galdo
Submetidos a treinamento de alto nível em Goiânia, os militares são comparados aos Seals da Marinha americana. Eles agiram no Alemão e na Maré, anteriormente, e estão de volta ao Rio.
Na linha de frente da intervenção federal na segurança do Rio estão militares que pertencem a um grupo de elite que atua em operações especiais, cercadas de sigilo. Preparados para ações antiterror e comparados aos Seals da Marinha americana, eles têm a tarefa de fazer o combate direto a traficantes fortemente armados. Usam equipamentos como óculos de visão noturna, explosivos, fuzis de assalto e metralhadoras .50, de longo alcance. Nos últimos anos, fizeram ações cirúrgicas nos complexos do Alemão e da Maré. Uma tropa que recebe treinamento de alto nível, com sede em Goiânia, chegou ao Rio para ficar na linha de frente da intervenção federal na área da segurança pública do estado, sob o comando do general Walter Souza Braga Netto.
Na caserna, entre os militares, seus integrantes são chamados de “fantasmas” por atuarem nas sombras, em operações sempre cercadas de sigilo. O Batalhão de Forças Especiais do Exército conta com aproximadamente 2 mil homens. Não raro, eles são comparados aos Navy Seals da Marinha americana, que mataram Osama bin Laden no Paquistão em 2011. Esses militares, preparados para ações antiterror, têm nas mãos uma missão muito difícil: expulsar o tráfico e as milícias de algumas favelas cariocas.
Coronel da reserva e ex-integrante das Forças Especiais, Fernando Montenegro coordenou a ocupação do Complexo do Alemão, em 2010. Ele explica que o grupo tem um nível de preparo muito superior à média da tropa do Exército. Além de táticas de guerrilha, os “fantasmas” aprendem estratégias de combate à criminalidade urbana durante o período de formação: fazem treinamentos com oficiais do Bope da PM e com militares de unidades especiais de outros países.
É por isso que se espera, nas ruas, um resultado muito diferente dos obtidos até agora pelas operações de Garantia da Lei e da Ordem no Rio. Os integrantes das Forças Especiais passam por um rígido processo de seleção no Forte Imbuí, em Niterói, antes de seguirem para um mínimo de cinco anos de preparação em Goiânia.
“É incomparável a qualidade deles. Eles alcançam uma qualificação extrema não só em nível tático, recebem treinamento de ponta para ações de alto risco em áreas urbanas. Trabalham com inteligência e entendem como funcionam as forças de sustentação de uma guerrilha”, afirma Montenegro, acrescentando que a formação visa, em condições normais, a proteger o país contra invasões.
É um treinamento que capacita o militar a suportar situações extremas. Cada integrante das Forças Especiais tem um nível de conhecimento que o permite planejar sabotagens em grandes instalações e até produzir explosivos de forma improvisada.O símbolo das Forças Especiais foi criado para passar a imagem de que seus homens são os mais temidos do Exército. No brasão dos FEs, como são chamados, aparece uma mão empunhando uma faca. Não por acaso, ela está com uma luva, referência às ações sempre discretas, que não deixam rastros. A lâmina está manchada de vermelho. Até mesmo o fundo do desenho, na cor preta, tem um significado: a tropa, preferencialmente, age à noite.
O primeiro grupo de FEs desembarcou no Rio no último dia 16, e, na madrugada de sexta-feira, fez uma incursão à Vila Kennedy antes da chegada de 3 mil homens do Exército à comunidade.
Preparo para ação em área de mata
Os FEs integram uma unidade do Comando da Brigada de Operações Especiais do Exército, que tem em seu brasão uma faca enfiada numa caveira, desenho que inspirou o símbolo do Bope. Mas, enquanto os homens do batalhão da PM inspiraram os filmes da franquia “Tropa de elite”, os FEs atuam cercados de mistérios. Fontes ouvidas pelo GLOBO revelam que eles são submetidos a situações extremas durante o processo de formação: chegam, por exemplo, a ser atacados por veteranos que usam óculos de visão noturna em salas escuras, onde os novatos têm o desafio de encontrar uma saída enquanto tentam reagir.
Só militares de carreira podem ser FEs. Se o candidato à tropa de elite do Exército for um sargento, além do período de cinco anos na Academia Militar, ele precisará de mais dois para concluir sua formação. Há ainda três cursos obrigatórios. O primeiro é o básico de paraquedista, que dura seis semanas. Em seguida, começa o de comandos, com carga horária de 800 horas, distribuídas ao longo de quatro meses, durante os quais são ensinadas técnicas de uso de explosivos e de combate e infiltração.
A etapa final exige 1.200 horas de treinamento, num período de cinco meses. Montenegro diz que, por mais estranho que possa parecer, a aptidão dos FEs para combates na selva poderá fazer a diferença no Rio.
Há vários treinamentos que, à primeira vista, parecem não fazer sentido no contexto atual, como salto de paraquedas e mergulho. Mas, no Rio, há grandes extensões de mata nos morros. A polícia não possui a capacidade dos “fantasmas” para atuar nessas áreas. As Forças Especiais têm preparo e equipamentos para isso, como óculos que detectam movimentos em meio à escuridão. Especialistas em helicópteros, eles também têm a habilidade de um sniper para atirar de uma aeronave.
Os FEs são treinados para atuar com discrição absoluta, mas a tropa especial já foi acusada de perder o controle da situação e provocar uma explosão de violência. A tropa foi colocada sob suspeita de envolvimento na morte de oito pessoas no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, em novembro do ano passado. O Comando Militar do Leste, no entanto, nega a participação de “fantasmas” no caso.
Tempo de formação: 5 anos e ser oficial ou sargento é requisito mínimo para integrar a elite do Exército.
Duração do curso de paraquedismo, o primeiro dos FE: 42 dias.
Total de horas do curso de comandos, que ensina técnicas de combate e uso de explosivo: 800 horas.
Total de horas da etapa final do curso de formação: 1200 horas
RAIOS X – As tropas e os equipamentos do Exército brasileiro
O preparo dos militares mobilizados para a intervenção federal é reconhecido por especialistas em forças de segurança, mas parte dos equipamentos da tropa está defasada. No ano passado, o investimento do Exército em material para operações foi o menor desde 2010: R$ 619,1 milhões. Em 2014, época de Copa do Mundo e de preparativos para a Olimpíada de 2016, os gastos com armamento, veículos e utensílios de apoio chegaram a R$ 2,47 bilhões.
Hoje, a tropa convocada para combater a violência no Rio tem à disposição tanto um fuzil de última geração, o IA2, como um que o Exército usa desde a década de 1950, o FAL.
“Isso é um problema porque exige, na intervenção, duas cadeias diferentes de suprimento de munição e peças de reposição”, diz o coronel da reserva Fernando Montenegro.
Uma das prioridades do Exército é substituir sua frota de veículos Urutu, dos anos 1970, pelo modelo Guarani. “A blindagem do Guarani é superior, assim como sua mobilidade em terrenos acidentados. Mas o Urutu não é sucata, pode ter boa utilização nas operações no Rio”, afirma Vinicius Cavalcante, diretor da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança (Abseg).
FONTE: O Globo
Os FE são bons demais!!!
deixa quieto…não cutuca as forças armadas
Texto bom para exaltar nossas Forças Especiais, o Coronel Montenegro entrevistado para Essa Matéria também é Comandos e Forças Especiais, Texto fala em 2 mil militares no 1BFEsp más onde um Batalhão terá esse efetivo todo? ano passado houve o curso de forças especiais para repor 500 militares das 2 companhias do 1BFEsp, devem ter confundido com o efetivo total do Comando de Operações especiais do EB!
A imprensa comunista só está esperando mortes de bandidos pra começar uma campanha contra os militares. Também, acho o uso de fe desnecessário. É querer arriscar pessoal que demandou um altíssimo investimento em ações que não vão ter resultados duradouros como bem afirmou o comentário muito bem elaborado anteriormente postado.
Quando eu vejo uma reportagem dessa me dá vergonha… Gente que não entende nada do assunto usando jargões nada haver com o mundo militar. Por que em tudo que é matéria sobre militarismo os cara tem que ficar comparando com o os SEALS?? É uma tropa muito boa, mas não é a única no mundo. Particularmente prefiro a S.A.S
Pela sua ótica , deixa como está…
Esse DAN não me deixa.
Vamos supor grande sucesso para o EB. Como o Borat. Acaba a intervenção, o EN retorna aos quartéis. Os fantasmas retornam a Goiás.
Os postos de saúde vão subir os morros? A milícia permitirá a instalação de escolas? As empresas de distribuição de gás, água, energia, internet, TV, ovos, pamonha, sorvetes terão liberdade para vender sem pagar pedágio para a milícia?
O Wal Mart vai poder vender sem pagar proteção?
A prefeitura vai cobrar IPTU? ISS?
As meninas de 9 anos crescerão íntegras e não serão molestadas pelo tráfico? As famílias estenderão roupas nos varais como qualquer outra família faz até no Líbano?
Vamos usar forças especiais contra o banditismo carioca? Marcola permite? Dizem na internet que Alckmim faz acordos com o PCC e outras quadrilhas. Entrega algumas empresas de valores, carros fortes e conversa sobre o resto.
Quanto custa treinar um fantasma? Gastamos treinamento militar de invasão e contra invasão para enfrentar um mini bandido de 15 anos armado com AR15? Aonde esses pixotes compram granadas? Vende explosivo na padaria?
Claro que demonstração de força e de poder faz parte da operação. Matar insurgentes, terroristas, bandidos, também faz parte. São milhões de favelados. Dizem que são mais de 2 milhões. Somos a terceira maior população carcerária no mundo. Quase 1 milhão. Oficialmente somos 700 mil.
40% dos criminosos seguem soltos por falta de vagas no sistema penitenciário e jurisdicional. Não julga porque não têm juiz. Não tem juiz porque não tem concurso. Não tem concurso porque se abrir vaga vai ter que reduzir o salário de 300 mil ou 150 mil. Mais moradia. Mais auxílios. Mais mais.
Logo…a população de criminosos no Brasil passa dos milhões. No Rio podem ser 70 mil ou um Maracanã antigo cheinho. Provavelmente mais de 100 mil.
Depois que o EB matar 70 mil bandidos a cidade do Rio de Janeiro renascerá? Como no filme Gangues de Nova York? Vamos poder caminhar pela orla como nos anos 1960? Vamos ver os Romarios baterem pelada nas praias e apostar que estarão no time do Flamengo em alguns anos?
Guardem os fantasmas para usar contra os bolivarianos. Vamos precisar. O Estado e a Cidade do Rio de Janeiro estão como estão por abandono do estado. Por omissão. Por corrupção.
Não falta UPP. Falta hospital. Falta escola. Falta sociedade. Sobra mal caráter na vida pública. O EB vai dar jeito em tudo isso? Com os fantasmas?
Quem tem o telefone do general Villas Boas?