Em Abril de 1995, o governo tcheco decidiu apoiar a construção de uma aeronave multifunção pela Aero Vodochody, o L-159A (ALCA) com base no L-59 original. O L-159A seria, então, equipado com aviônica norte-americana da Rockwell e motores F124 da Honeywell. Em 4 de julho de 1997, antes mesmo do voo do protótipo de pesquisa, o governo de Vaclav Klaus ordenou 72 caças leves L-159A. Ao programa foram alocados USD$967 milhões. Naquela época, o governo detinha diretamente 35,34% das ações da Aero Vodochody, com o fundo de investimentos AO Letka tendo 35,66%, e os banco Konsolidační Bank e Česká Konsolidační Agentura com os restantes 29%.
Em 1996, a empresa Boeing compraria a também norte-americana Rockwell e então imprimiu esforços para assumir o controle da Aero Vodochody. Nas conversas que se seguiram com o novo governo tcheco, a empresa se comprometeu a fazer uma reestruturação, encontrar novos mercados para seus produtos (principalmente o L-159), incluindo sua a introdução do mercado dos EUA. Ela também teria mudar parte da sua produção para a República Checa. Em 17 agosto de 1998, o governo tcheco vendeu por 950 milhões de coroas (aprox. USD$32 milhões na época) sua participação de 35,29% no Aero Vodochody (com 0,05% liquidados para pequenos acionistas) à empresa Boeing Česká, a qual 90% do seu capital pertencia à Boeing. A empresa norte-americana adquiriu ao mesmo tempo, por 10 anos, o direito de indicar 3 dos 5 assentos no conselho de supervisão da empresa.
Controlada pela Boeing, a Aero Vodochody imediatamente anunciou um atraso nas entregas dos pedidos do L-159A ao governo (o último foi finalmente entregue em 3 de fevereiro de 2004). Foram estabelecidos pedidos simbólicos de peças do caça F/A-18E/F e dos aviões de transporte de passageiros civis 747, 757 e 767. No programa L-159A e L-159B (versão de dois lugares, que voou pela primeira vez em 2002) a Boeing investiu de fato apenas USD$15 milhões. A empresa também não fez quaisquer esforços para obter vendas estrangeiras. No concurso para obtenção dos aviões de treinamento para a Grécia, onde o competitivo L-159 teria grandes chances, não foi oferecido. A empresa norte-americana preferiu oferecer o T-45 Goshawk, produzido nos EUA. A Boeing nem autorizou a companhia a prestar serviço em mais de 100 aeronaves L-39 usadas pelos americanos (sob o pretexto de problemas legais).
Em 2004, após a entrega dos últimos L-159 à força aérea tcheca, sua linha de produção foi fechada, demitindo 400 funcionários. A situação financeira da fábrica se deteriorou rapidamente.
No outono de 2003, o governo tcheco fez a primeira tentativa de recuperar o controle de Aero Vodochody. Em troca de “apoio financeiro” ela tentou entrar no conselho de administração da empresa, sob supervisão do ex-ministro da defesa Jaroslav Tvrdík. Apesar da concessão de garantias de empréstimo no valor de USD$300 milhões os tchecos não conseguiram nada. A Boeing solicitou mais USD$ 250 milhões, e ao mesmo tempo, se opôs à candidatura Tvrdík. Ela também se recusou a por seu ex-adjunto do Ministério da Defesa.
Com a disputa em curso com o governo tcheco, e não tendo perspectivas de ganhar mais dinheiro, a Boeing sinalizou sua disposição para retirar-se da empresa. Ela exigiu em troca 1 bilhão de coroas, o tanto quanto tinha pago em 1998, ajustado pela inflação. O governo tcheco desta vez não fez concessões. Em 6 de outubro anunciou o resgate de 35,29% das ações por … 2 coroas. As ações recompradas foram distribuídas entre os acionistas tchecos remanescentes – Letka e CKA. A Aero Vodochody ainda precisou ser salva da falência com um novo empréstimo do governo, no valor de USD$400 milhões.
Depois de recuperar o controle sobre a empresa, o governo ainda estimou as perdas associadas com outra transação – a fabricação de fuselagens do helicóptero Sikorsky S-76C+. Até abril de 2000, foram feitas 105 unidades por USD$230 milhões. Elas deveriam ser entregues em 7 anos. Ao final as fuselagens de S-76C+ foram entregues, entre 2001-2004, por valor bem abaixo do custo de produção perfazendo um prejuízo de 1,2 bilhões de coroas (aprox. USD$40 milhões, cada fuselagem custava mais de um milhão!).
Dos 72 L-159A do pedido original, com uma perda por acidente, apenas 24 agora são operados pela Força Aérea Checa (e 6 deles permanecem na reserva). O resto está armazenado há 5 anos à espera de clientes. Embora estejam equipados com sistemas modernos, não existem compradores dispostos a adquiri-los.
Nos negócios com a Boeing, o governo da República Tcheca acabou por perder mais de um bilhão de dólares!
Em outubro de 2006, as ações resgatadas da Aero Vodochody foram adquiridas por um fundo registrado em Chipre, o Czech-Slovak Penta. Ele pagou 2,91 bilhões de coroas pelo controle da companhia. A Penta também está atualmente participando nas negociações sobre a compra do controle da fábrica de helicópteros polonesa PZL Swidnik.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Junker
FONTE: Altair
Não tem o que dizer, não diga nada.
Mostrar-se como parvo em nada ajuda.
A Embraer é uma empresa já privatizada, mas, é um ativo tecnológico do pais.
Não entende isso por pura ignorância. Posso usar este termo , pois o seu comentário ideológico e desprovido de sentido me permite assim respondê-lo.
A história da Aero Vodochody, adquirida pela Boeing, bem como da F de A, adquirida pela Lockheed, reproduzem o que em geral acontece com empresas incorporadas, adquiridas, tomadas em seu controle acionário, cujo termo que denomina é Takeover.
A história da Aero Vodochody lhe machuca?
Lamento, deveria saber o que é o capitalismo. Nenhuma empresa incorpora outra para manter duplicados setores estratégicos, como o de engenharia, manter produtos que concorrem entre si, ou desenvolvimentos futuros fora da matriz. Acorde para vida Alice!
A Boeing que matar dois coelhos de uma só vez: eliminar um concorrente futuro ao seu produto 737 e abocanhar três produtos vendáveis e já desenvolvidos, A-29, E-190E2 e KC-390, sendo este último uma grande arma contra a sua nêmesis, a Lockheed…
Não consegue ver o óbvio?
Estou falando de capitalismo…
Não amigo… vc está falando de METACAPITALISMO, uma forma DEFORMADA do capitalismo que ODEIA a concorrência, quer dominar todo o mercado e (o mais legal) está sempre MANCOMUNADO com representantes do governo que promovem leis para legitimá-lo, garantir sua atuação e dificultar o surgimento de novos concorrentes (no Brasil pratica-se muito isso).
É o que fazem os grande compram os menores para eliminar a concorrência. Acredito aqui a Boeing fica com a produção do KC-390 e o resto vai saindo de produção gradativamente até sumir de vez a Embraer.
Esse caça ucraniano leve me parece com concepção ultrapassada, bem diferente os mais modernos que são o TA-50 coreano e os russos e italiano por sinal muito parecidos.
E nós perdemos 1 Bilhão fazendo negócio com os Ucranianos no setor espacial. Empatamos a conta?
pagamos o pato como sempre, (e ainda tem gente que não acredita). ‘deixa logo a embraer ir embora vai, porque na real ja é assim ‘
Não há termos de comparação, dado que sequer são situações análogas, caro troll Bardini.
Como pessoa cujo conhecimento é de almanaque, se sai com esta comparação esdrúxula.
O caso da Aero Vodochody é emblemático por explicitar o que é a incorporação de uma empresa por outra.
Ninguém realiza um dispêndio financeiro para incorporar uma empresa e manter duplicado as potencialidades, por isto acontecem as demissões, os rearranjos financeiros, industriais e de produtos.
Leia e aprenda com a história da Aero Vodochody, depois comente, caro troll. É melhor.
Historias de 1996. Unir uma empresa norte americana como a Boing com empresas estatais recém saídas do comunismo…só podia dar nisso.
Estamos em 2018. Negócios entre grandes empresas e entre empresas mundiais são feitos em bilhões de dólares. Empresas americanas como GM, Apple, Disney, Ford, Facebook, Boing não estão atrás de fracassos ou de negócios pequenos.
A SAAB já foi norte americana quando pertenceu a GM. Assim como a Fiat que vendeu 50% do negócio a GM para não falir, recomprou o que vendeu, comprou o grupo Chrysler e hoje negocia com chineses a venda da FCA.
Terra de lobos. O Brasil não sobrevive em terra de lobos.
Claro, agora a culpa e dos thecos que cumpriram com a sua parte em confiança ao que prometeu (e logo meteu USA)
O mesmo passou com Argentina, Turquia e Polonia quando fizeram o mesmo tipo de negocio com empresas aeronauticas de USA e com o governo americano.
Com um povo pusilanime como o brasileiro a gente não poderia ter outra qualidade de politicos
Antes de tudo, caríssimo, indústria aeroespacial não é industria automotiva nem fábrica de cerveja. Ademais, a sua exemplificação de que o fracasso teria advindo do fato de que a industria fagocitada ser estatal e de uma nação de economia estatal planejada não tem cabimento, pois o mesmo se dá em todas as incorporações em ambiente de economia da mercado.
Dizer que o Brasil não sobrevive em “terra de lobos” é mostrar-se ao mundo como cordeiro. Você é um cordeiro? É um manso?
Eu não sou.
Você é mais um que não sabe nada sobre Poder Nacional, Expansão do Poder Nacional, Construção do Poder Nacional e Declínio do Poder Nacional. Por isso fica com essa narrativa desprovida de lógica, comparando o que não se compara.
Como já disse… Reestatiza! Chama o PT q resolve rápido,
Bota o Zé Dirceu, ou Genoino, ou então o Vaccari pra diretor-presidente! Que vai dar tudo certo….
Não dou um ano pra NASA estar aos nossos pés!
Típico final
tvz muitos poucos saibam, mas a rep tcheca nos idos 1996 estava com todo o portifolio de suas industrias em regime falimentar. A maioria delas estva sendo vendida em baciadas guis de novos e imediatos investimentos. Com a dissolucao da antiga thecoslovaquia e da quebra da antiga URSS, a maioria de seus compradores do leste deixou de existir. Ainda muitos aqui nao sabem q nesses pais existe uma farta mao de obra de primeirissima qualidade e muita tecnologia em areas q poucos conhecem ou sabem. Locomotivas, Caminhoes fora de estrada, produtos oticos, motores eletricos de todos os tipos, motores dieesel, turbinas para hidroelericas ( aqui mesmo no Brasil temos instaladas estas turbinas em Sta Catarina), enfim…tudo isso estava a enda. Eu mesmo la estive em 1996 a frente de interesses privados e tentando trazer em regime de porteira fechada algumas dessas industrias e todo o seu know how. Infelizmente, aqui a porteira se fecha diante de premissas absurdas de nossos governantes e outros tapados. Nao me venham com esse papo da Boeing isso, ou aquilo, muitos aqui sequer vivenciaram uma negocciacao desse naipe e nao sabem de suas implicacoes estrategicas, financeiras ou nao. Enfim, eh melhor aguardar o desfecho oficial dessas tratativas, com certeza a maioria aqui vai estar equivocada ao tracar opinioes exdruxulas e nacionalimo exagerado. Essas dicas e dejavus sao absurdas e canhestras.
Ler e aprender, a Boeing não favorecera a Embraer e seus produtos se ela tiver algum similar, mesmo em acordos e contratos é bom pensar que eventuais procesos futuros e, se ocorrerem, contra a Boeing serem analisados pela justiça norte americana.
Tolice imaginar que a Boeing está querendo promover nossos interesses no mundo!Prudência e pragmatismo não faz mal a ninguém!
Saber negociar e ter cuidado quando negociar com gigantes é o desafio que estamos enfrentando. MAS… Que outro produto, além do L-159, esta empresa produz? Qual o tamanho das operações da empresa? Qual a qualificação do pessoal desta empresa? A Boeing não quer os produtos da Embraer… Ela pode fazê-los. Ela precisa, desesperadamente, do modelo de negócio da Embraer. Esta empresa tcheca tem o quê para oferecer?? Qual o tamanho do prejuízo que terá em perder ou operar a empresa?? O fundo cipriota, no mínimo, é composto por empresários do próprio país e a fim de desviar impostos. Saber fazer as coisas, ter a noção do que se tem para negociar e atenção em quem se põe para gerir este negócio. Temos problemas com o BNDES que fez emprestimos para Angola, Moçambique, Venezuela, Cuba e outros países que não tinham crédito só para fazer um megalomaniaco brincar de política internacional. Agora vamos perder dinheiro.Todo negócio tem risco, mas eles podem ser midigados ou inflados por quem encarregamos das negociações.
Meu Deus que algum militar da aeronautica leia isto e interceda na venda da embraer
Isto é um dejavu.
Com certeza.
Abraços
Típico texto tendencioso, estilo carta caPiTal e conversa “Fiada”! Agora o mais risível sem dúvida é querer comparar uma fábrica estatal de um país do Leste Europeu a época recém saído do comunismo com a terceira maior fabricante de aeronaves do mundo. Quem é o vira-lata mesmo?
Não senhor, estude um pouco o histórico de aquisições da Boeing e verás que o modus operandis deles são os mesmos em todas as aquisições, o mais engraçado é que hoje estava em um site estrangeiro e muitos americanos estavam remetendo a justamente isso, a maneira de como a Boeing age quando vai comprar uma outra empresa, e eles estavam comentando que o governo Brasileiro tinha que ver isso e tomar muito cuidado. Eles disseram que a Embraer tinha que fazer jogo duro, pois ela era uma empresa saudável e não estava tão desesperada que nem a Bombardier
Cara, nao queira convençer o TIRELESS
ele mora em USA e é mais norte americano que Brasileiro
Precisa falar mais alguma coisa sobre ???
Bom negócio para quem mesmo?
Olha o que nos aguarda aí….
de ja vu…fica a dica para o Brasil!