Por Marina Rocha
Com o objetivo de avançar a cooperação técnico-militar entre Brasil e Rússia, militares e civis estiveram reunidos no Ministério da Defesa (MD), em Brasília (DF), durante a manhã e tarde desta terça-feira (18). Na ocasião, foi repassado todo o histórico das negociações para aquisição de artilharia antiaérea, as baterias Pantsir. As comitivas eram formadas por profissionais da Defesa e do Ministério das Relações Exteriores. Os temas abordados voltarão a ser debatidos em setembro, quando ocorrerá a IX Reunião da Comissão Intergovernamental de Cooperação (CIC) Brasil-Rússia, na capital russa de Moscou.
O subchefe de Assuntos Internacionais do MD, General Décio Luís Schons, expressou uma visão pessoal muito positiva do relacionamento Brasil-Rússia no Campo da Defesa e as boas perspectivas de futuras parcerias. “Precisamos ultrapassar nossas diferenças culturais no campo militar, particularmente no que diz respeito a operação e manutenção de equipamentos.” E completou: “Antes de mais nada, devemos construir confiança e credibilidade”.
Já o chefe da delegação russa, o senhor Vladimir Tikhomirov, do Serviço Federal de Cooperação Técnico-Militar, elencou os tópicos de interesse de sua nação para acordos conjuntos. Além das baterias Pantsir, ele citou o contrato de OFF-SET (compensação comercial) dos helicópteros MI-35 e a criação de um centro de manutenção para essas aeronaves; e apresentou um sistema de segurança integrada que inclui os mísseis Bal e Bastión.
Sobre o tema artilharia antiaérea, o chefe da Assessoria para os Setores Estratégicos de Defesa, General Aderico Visconte Pardi Mattioli, explicou que os estudos acerca do material a ser adotado datam de 2011. A Estratégia Nacional de Defesa, um dos documentos-base do MD, previa que o país tivesse capacidade de resposta a ameaças aéreas à média altura. Para isso, foram feitas pesquisas até chegar à escolha pelo sistema russo Pantsir. Atualmente existe grupo de trabalho específico para o tema.
O Brasil possui demanda inicial de 14 baterias antiaéreas de baixa altura e mais sete de média altura. A ideia é que a aquisição do equipamento ocorra junto com transferência de tecnologia, para que cada bateria tenha graus de nacionalização maior, de maneira progressiva, até se totalmente produzida no Brasil.
O projeto para a compra prevê a participação de empresas estratégicas de defesa, o que beneficiaria a indústria nacional deste setor. As negociações estão em andamento. “É a primeira vez que compramos um sistema conjunto. Para nós, é uma experiência nova e representa parceria estratégica. A partir da assinatura do contrato, os prazos de entrega serão ajustados de acordo com as possibilidades russas de fornecimento e com as nossas necessidades”, ressaltou o General Mattioli.
De acordo com a comitiva russa, o programa do Pantsir está em curso há três anos e já foram feitos exercícios de tiro pelo Ministério da Defesa Russo. A etapa exploratória do projeto está concluída. “Concordamos com a transferência irrestrita de tecnologia e necessidade de suporte pós venda. Vamos capacitar parceiros brasileiros que realizarão esse suporte. Estamos tendo progressos”, disse Tikhomirov.
Helicópteros MI-35
Acerca de outro equipamento, o general Schons lembrou que o Brasil adquiriu recentemente os helicópteros russos de ataque MI-35. São ao todo 12 unidades já entregues para o país. A intenção é que os ajustes no acordo de OFF-SET sejam feitos o mais rápido possível – e que esta tarefa esteja concluída em setembro.
Foi lembrado, ainda, que nos dias 14 e 15 de setembro será realizada a IX Reunião CIC Brasil/Rússia de Cooperação Governamental. Na ocasião, os temas levantados no encontro desta subcomissão de cooperação técnico-militar poderão ser apresentados pela delegação brasileira em Moscou.
Sistema Integrado
A comitiva da Rússia manifestou o interesse de apresentar ao Brasil o seu Sistema Automatizado Complexo “Cidade Segura”. A técnica foi desenvolvida para os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, realizados em 2014.
Segundo eles, o evento esportivo reuniu 88 países e contou com a visita de 51 presidentes. O sistema inclui câmeras e sensores que podem ser adquiridos separadamente. Os russos colocaram-se à disposição para esmiuçar todo o uso e particularidades da tecnologia.
FONTE e FOTO: MD
Gostaria de saber como se explica essa demanda inicial de 14 baterias de baixa altura e 7 baterias de média altura. Alguém pode me explicar?
Seria muito bom se, como a Índia, pudéssemos ter uma parceria também para o Yakhont, a exemplo do Brahmos! Tanto lançado de plataformas aéreas, navais e submarinas! Nos daria mais dissuação! Se tívessemos um programa “blindado” de construção de belonaves, protegido de crises econômicas, políticas, etc, poderíamos ter um número considerável de navios armados com essa fabulosa arma.
podia botar o patsir s1 M no siroco
É uma excelente oportunidade para o Brasil, tomara que as paixões ideológicas não sobressaiam sobre o amor a pátria e atrapalhem os negócios.
As oportunidades estão aí, basta o governo e as forças armadas abraçarem … A Rússia tem o Brasil como um importante parceiro e percebe-se que gostariam muito de estreitar mais as relações bilaterais e cooperação técnico militar, porém os chefes de estado do nosso país mostram-se ainda relutantes em acatar uma relação mais estreita com a Rússia devido ao estereótipo comunista e a má reputação que a Rússia ainda carrega… estereótipo mantido pelos interesses das potencias ocidentais em manter a Rússia afastada da sua área de influencia.
Mas pouco a pouco essa barreira vem diminuindo, o mundo oriental vem assumindo muito mais respaldo nas negociações com nosso país, principalmente desde que o fator China surgiu e assumiu o papel de locomotiva mundial se transformando em nosso principal parceiro econômico, também com o surgimento do grupo BRICS melhorou muito as negociações com a Rússia que eram tidas como uma coisa “proibida” ou “errada” estão se invertendo e cada vez mais fica evidente o quão frutíferas e importantes podem se tornar no futuro.
As oportunidades de ganhos no campo científico, militar e econômico que surgem dessa eventual relação bilateral são grandiosos, mas para que deem frutos é necessário a coragem de sair de cima do muro e assumir uma posição concreta com essa parceria no cenário mundial.
Sistema de defesa integrada de costa Bastion (640 km), BAL (260 km) e ainda ASTROS 2020 ou III que beleza.
Sou partidario que o Brasil compre o que lhe interesse, mas nunca ficar dependente de um so pais, seja França, USA, Russia ou outro qualquer, sempre devemos incentivar o desenvolvimento da nossa industria e apesar das dificuldades que a diversificação de fornecedores acarreta, aquilo que não produzimos e se tornar necessario diversificar sempre que possivel os fornecedores.
……………….façamos igual à India que compra de quem quer sem dar satisfações à ninguém…..se os russos nos vendem bom armamento …compremos….e cest fini……
Temos q aproveitar essa boa vontade russa conosco … negócios são negócios mas … quem sabe … ..’serão 3 baterias ”’S1” de pronta entrega .e chegando a 14 baterias sendo produzidos aki .. e uma blz … bom d+ pra ser verdade … torço tb pra uma aproximação mais ”concreta” em relação a Alcântara .. ao meu ver seria o início concreto dessa cooperação .. ( ja q perderam o fx-2 ) …torço mt pelo KA-52 ainda ..(embora n exista um programa aberto pra aquisição de helis de ataque … o KA-52 estaria bem cotado … além do q e provável q o EB va fazer testes no aparelho .. ainda nesse ano .. ou no decorrer de 2016 ) e quem sabe o S-400 … apesar de caro … e o q precisamos
Padilha e o 14 x como anda, tudo calado nem uma pequena reportagem sobre essa tecnologia em experimento ?
muito boa reportagem, o caminho é por ai mesmo, se quisermos nossa soberania, temos que ter poder de dissuasão, e se os russos nos passar essa tecnologia sera ótimo
A propósito, os mais antenados sabem que a maior barreira para a disseminação dos produtos de defesa russos pelo mundo afora, isso desde a antiga URSS, não são especificamente a falta de qualidade dos mesmos, a assistência no pós venda, os preços, a logística ou até mesmo a TOT, mas sim a pressão econômica exercida pelos setores capitalistas dos países ocidentais sob a liderança dos USA e seus mais fiéis escudeiros, sobre o fragilizado modelo de economia da maioria dos países comunistas/socialistas, desprezados aqui os de cunho fanático- ideológicos.
É fato notório, para o bem ou para o mal, que esse comportamento está se revertendo no mercado de defesa, pois a entrada da China, discípula da Rússia, reforçando, multiplicando, copiando e espalhando os seus itens mundo afora serve como catalizador mor nesse processo de transformação , gerando um fato novo e revolucionando no mercado de defesa.
Não obstante ser possuidora de uma privilegiada posição no ranking de exportação de armas,hoje é ainda mais visível, inclusive na América do Sul, a opção por produtos de defesa de origem russa ou chinesa, na África está ocorrendo o mesmo, portanto, particularmente, creio que o Brasil poderá lucrar bastante se conseguir explorar o melhor dos dois mundos e criar um parque industrial com uma linha de inovação de produtos, baseado na absorção do que lhe for transferido em termos de tecnologia e na sua criatividade, o que acredito que deva ser seu objetivo face a sua nova política de defesa sua atual estratégica.
Seria importante também saber o que a Rússia vai comprar em contrapartida. Não pode apenas vender produtos com alto valor agregado e comprar carne e produtos do agronegócios. Eles podiam abrir mais o mercado deles para o Brasil.
Seria bom saber por onde anda os acordo de tecnologia de lançamento de foguetes espaciais.
Parabéns! Boa matéria, alguma informação sobre a possibilidade do Brasil adquirir o sistema de defesa costeira Bastion? Seria ao meu ver uma ótima aquisição.Abraços
Uai! quem nos dera ter o Bastion por aqui! é simplesmente hipersônico além de ser um dos melhores artigos no inventário russo.
Caro Arc,
O Bastion faz uso do míssil Yakhont/Onix, que é supersônico ( mach 2.5 ).
Sistemas considerados hipersônicos são aqueles que vão além de mach 5.
Saudações.
Ops, derrapei rs, o Moskit é que é considerado considerado pelos russos como hipersônico (Mach 4.5).