Nova frente. Governo Trump acusa iranianos de violar acordo sobre programa nuclear do país e vê indícios de que pacto firmado por Obama encorajou Teerã a praticar ações ‘desestabilizadoras’ no Oriente Médio; presidente americano promete reverter negociação
Por Cláudia Trevisan
O governo Donald Trump “advertiu oficialmente” o Irã ontem, em uma resposta ao primeiro teste de um míssil balístico pela república islâmica desde o início da nova administração dos EUA. Segundo a Casa Branca, a ação representa uma violação do acordo sobre o programa nuclear iraniano e é um indício de que o documento encorajou Teerã a praticar ações que Washington considera desestabilizadoras.
Entre elas, Washington mencionou ataque a um navio da Arábia Saudita praticado por rebeldes do Iêmen financiados pelo governo iraniano. “O governo Trump condena essas ações do Irã que enfraquecem a segurança, a prosperidade e a estabilidade ao redor do Oriente Médio e colocam a vida de americanos em risco”, afirmou o chefe do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Michael Flynn, numa intervenção incomum, em meio a uma entrevista do porta-voz Sean Spicer.
O general também reiterou os ataques à negociação com o Irã conduzida pela gestão anterior, que se transformou em uma das principais apostas na política externa de Barack Obama. Concluída em 2015, ela permitiu o levantamento de sanções contra o Irã em troca de restrições a seu programa nuclear. Além dos EUA, o acordo foi firmado por Rússia, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha.
“O presidente Trump criticou de maneira severa os vários acordos alcançados entre o Irã e o governo Obama, bem como as Nações Unidas, como sendo fracos e ineficazes.” Em discurso feito há quase um ano, o atual presidente disse que sua prioridade na Casa Branca seria “desmantelar o desastroso acordo com o Irã”.
Em outras declarações, Trump defendeu a renegociação dos termos do acordo ou a execução mais rigorosa das penalidades previstas atualmente. “Em vez de ser grato aos Estados Unidos por esses acordos, o Irã está agora se sentindo encorajado”, afirmou Flynn.
Assim que o general deu suas declarações, integrantes do governo Obama saíram em defesa do tratado. “O acordo não tinha o objetivo de fazer com que o Irã ‘ficasse grato aos EUA’. Sua intenção era desmontar o programa nuclear do Irã de maneira pacífica e foi o que ele fez”, escreveu no Twitter Ben Rhodes, um dos principais assessores de Obama. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas reuniu-se na terça-feira a pedido dos EUA para discutir o teste, cuja realização foi confirmada ontem por Teerã.
Na segunda-feira, uma autoridade dos EUA disse que o Irã fez um teste de lançamento de um míssil balístico de médio alcance que explodiu depois de percorrer 1.010 quilômetros no domingo. A embaixadora dos EUA na instituição, Nikki Haley, disse que o teste iraniano é “inaceitável”. A ação do Irã será analisada por um dos comitês do Conselho de Segurança da ONU.
O governo iraniano disse que a ação não viola o tratado sobre seu programa nuclear. “O recente teste está em linha com nossos planos e nós não vamos permitir que estrangeiros interfiram em nossas questões de defesa”, disse o ministro da Defesa, Hossein Dheghan, de acordo com a agência de notícias Tasnim. O país argumentou que o míssil não tinha capacidade de receber ogivas nucleares. Em declarações reproduzidas pela agência de notícias estatal Irna, o chefe do Conselho de Segurança Nacional iraniano, Ali Shamkhani, disse que seu país não buscaria autorização para desenvolver seu arsenal de defesa convencional.
Ainda ontem, o presidente do Irã, Hassan Rohani, criticou a recente ordem executiva da Trump proibindo a entrada nos EUA de cidadãos de sete países, entre eles o Irã. Para Rohani, Trump e sua equipe são “novatos” que “não entendem de política”.
FONTE: Folha de São Paulo
Fred…
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já que você citou os nativos norte-americanos, um assunto que particularmente me interessa especialmente entre 1865 e
1890, só lembrando que praticamente todas as nações trataram seus nativos de forma pouco apropriada, especialmente se
tais nativos ofereceram resistência e/ou habitavam uma área particularmente rica ou estratégica e precisaram ser removidos,
mesmo os aborígenes siberianos não tiveram tempos idílicos com os russos.
Fazer acordos com os EUA, é uma perda de tempo.
Como sempre os EUA quebrando acordos, essa de dizer que o Irã tem que ser grato aos EUA é quase uma anedota, Trump e sua patota estão procurando motivos para iniciar uma guerra contra o Irã , que sofre a anos as agressões dos EUA !
Parece que assinar acordos como os eua, e não assinar, é mesma coisa. Isto desde o tempo dos acordos com os nativos norte-americanos…
O Iêmen está sendo agredido e invadido pelos sauditas usando armamentos made in USA, sua população sob um embargo desumano por ar,terra e mar, está morrendo de fome, más aí “tudo bem”, tudo “ótimo”…Os Houthis não tem opção, senão revidar! E ainda bem que tem amigos…
Até que enfim Trump deu uma dentro! O acordo nuclear sofregamente buscado por Obama em troca do levantamento das sanções apenas resultou no óbvio ou seja, o Estado fascista iraniano iria tornar-se mais ousado em suas ações terroristas e desestabilizadoras visto seu objetivo escuso de ser o país hegemônico no Oriente Médio. E em busca desse objetivo os alvos são justamente os maiores aliados dos EUA no Oriente Médio, Arábia Saudita e Israel. Essa rebelião houthi, fomentada desde o início pelo fascismo religioso de Teerã, tem por objetivo transformar o Iêmen em um enclave terrorista tal como se tornou o Sul do Líbano.