O porta-voz do Comando Central dos EUA Capitão Bryant Davis revelou à CNN que o seu país está usando dois aviões de ataque leve OV-10 Bronco, adotado em 1969 e muito usado na guerra do Vietnã, para combater o Daesh (Estado Islâmico) na Síria e no Iraque.
Nas palavras de Davis, as duas aeronaves têm mais de 50 anos de idade e já cumpriram mais de 120 missões no âmbito de ataques ao Deash.
Os militares norte-americanos querem descobrir até que ponto esses leves aviões de turboélice podem ser eficientes com relação aos caros F-15 e F-35 em condições de luta contra forças irregulares.
“Os antigos aviões podem se revelar mais vantajosos do ponto de vista econômico para o suporte aéreo de tropas terrestres. Os próprios pilotos podem enxergar melhor e atacar insurgentes armados com armas de baixa tecnologia” – explicou Davis à CNN.
A publicação destacou ainda que uma hora de voo em aviões militares modernos dos EUA custa cerca de 45 mil dólares, enquanto que no caso dos OV-10 Bronco esse custo é reduzido para 5 mil dólares.
FONTE: Sputniknews
As unicas “vantagens” do Bronco, são o fato de ser bimotor, e a capacidade de carga interna, ele consegue carregar uma pequena quantidade de soldados armados. Mas foram usados até o talo!
Contra um inimigo desprovido de defesa aérea esta arma ainda se mostra muito eficiente do ponto de vista econômico… o mesmo não pode ser dito em um cenário mais quente, vide os 63 Broncos perdidos no Vietnã, 47 deles em combate…
A propósito aquele conflito foi um verdadeiro festival de perdas do lado americano… para se ter uma ideia, só de F-4 phanton II a USAF perdeu 445 aviões e a US Navy mais 138 aparelhos. Só a USAF perdeu mais de 1900 aviões fora os 110 helicópteros e mais cerca de 850 perdas da US Navy entre abates e acidentes.
Topol,
A campanha aérea no Vietnam foi realmente um trauma… Mas o foi, em boa parte, por conta das regras de engajamento absolutamente esdruxulas as quais as forças americanas estavam submetidas…
Praticamente todas as decisões relevantes a nível tático e estratégico passavam pelo “Tuesday Gabinet” ( uma reunião de políticos seniores que se encarregaram do planejamento das operações ). E aquilo foi um desastre… Os caras decidiam de tudo, desde tipos de alvos, rotas, e até que tipo de espoletas as bombas teriam que usar… Terminou que nunca levaram em consideração as reais dificuldades em campo…
Quando os políticos decidiam bombardear um tipo de alvo, os americanos terminavam por visar aquele tipo específico por semanas a fio… E os vietnamitas, que de bobos não tem nada, entenderam rápido o que se passava e reforçavam as defesas nos alvos visados…
Operações como a Linebaker II provaram o que as forças americanas poderiam fazer sem as “amarras”… Mas aí já era tarde pra qualquer coisa…
A outra parte, evidentemente, se deveu ao uso de aeronaves tão próximas das defesas, ao alcance de armas de cano…
A principal causa de tanto atrito na campanha aérea dos EUA foi a fortíssima defesa anti aérea do Vietnã do Norte e a capacidade de reposição dos vietcongues que contavam com o auxílio da União Soviética que muitas vezes cediam o equipamento de graça e aos milhares. A mobilidade das peças de cano trabalhando camufladas na vegetação e mudadas de lugar constantemente e principalmente o S-75 Dvina (SA-2 Guideline) foram responsáveis pelo desatre para os EUA.
O OV-10 Bronco é ainda uma plataforma muito adequada para este tipo de missão, modernizado ainda pode voar e executar suas missões com eficácia. Mas temos que lembrar que mesmo recebendo sensores,motores e aviônica nova ainda é uma aeronave com muitas horas de voo nas costas e prolongar sua vida operacional vai ter um custo maior a cada ano.
Mesmo os EUA contado com vários exemplares no AMARG para servirem como fonte de peças de reposição a reativação desta aeronave que do ponto de vista tático operacional aparentemente vale no momento mas temos que ver a longo prazo e o porque disso, os conflitos de baixa intensidade vieram para ficar.
Outro ponto que temos que lembrar é que hoje temos uma plataforma muito avançada e com custo de operação inferior que é o nosso Super Tucano,são aeronaves de categorias distintas mas que atuam no mesmo segmento e o que vem ditando as aquisições das aeronaves hoje em dia é o custo e potencial e nisso a nossa aeronave tem muito para crescer tanto que acredito que nos próximos anos a Embraer deva lançar uma atualização levando em consideração a operação nos mais diversos ambientes.
Hoje o Super Tucano é em teoria o substituto dos Broncos em operação no mundo mas isso vai muito da necessidade de cada força e até pode ser que um antigo operador tenha interesse em modernizar os seus OV-10, bom é para ver como o mercado vai se comportar com os resultados deste programa de “retorno” ao serviço desta aeronave por parte do EUA.
Mas onde está informado que os Broncos vão retornar à ativa?
Faz poucos dias, outro site publicou um informativo bem mais detalhado sobre as missões dos Broncos contra o Estado Islâmico. Os testes foram conduzidos durante 82 dias no ano passado por duas aeronaves que voaram 134 missões (120 de combate).