Podemos devolver?
Por Sea Gallagher
Este não foi um bom ano para novos navios da Marinha os EUA. Quatro navios de duas das classes compostas pelos Littoral Combat Ship (LCS), – navios de guerra modulares de alta tecnologia da Marinha que deveriam ser o futuro da guerra naval em áreas próximas da costa, sofreram grandes problemas de engenharia, incluindo quebras em alto mar.
O três LCS que sofreram falhas de engenharia eram da classe Freedom, navios construídos pela Lockheed Martin para o programa LCS: USS Freedom, USS Fort Worth, e USS Milwaukee. O programa também tem visto outros contratempos, incluindo o USS Montgomery (um LCS classe Independence construído pela Austal USA) que sofreu uma rachadura de casco após bater na parede de uma comporta do Canal do Panamá.
Mas os problemas de engenharia dos LCS podem não ser o último dos problemas que os programas de construção naval da marinha estão enfrentando. Como relata o escritor de defesa David Axe, o engenheiro aeroespacial britânico David Giles, hoje engenheiro naval, entrou com uma ação acusando a Marinha de roubar elementos para sua classe Freedom, de um projeto de trabalho que ele fez para comercializar um casco penetrante em ondas “semi-planejado”, obra que Giles patenteou no início dos anos 1990.
O desenvolvimento de Giles, chamado de Prelude, foi derivado de um trabalho que sua empresa comercializou primeiro para a Marinha Real Britânica. As patentes foram dadas por um projeto para navios de contêineres de alta velocidade, chamados Fastships. Giles formou uma empresa com o mesmo nome para construí-los. As patentes expiraram em 2010, mas a empresa de Giles – hoje em processo de falência – moveu processo contra a Marinha em 2012, após anos de busca por compensação.
A Lockheed Martin tinha formado uma “parceria estratégica” com a Fastships de Giles em 2002, quando a Marinha começou a pensar nos projetos do LCS, Giles disse a Axe. E ele afirmou que informações de design de seus modelos Fastships – de navios de contêineres capazes de velocidades entre 40 e 50 nós (46 a 57 milhas por hora) – tinham sido compartilhados em confiança com a Marinha dos EUA antes disso.
A Marinha inicialmente rejeitou o desenho do casco Prelude de Giles porque ela queria algo menor e mais rápido. A Marinha, em seguida, mudou de ideia, e em 2003 mudou os requisitos de design para o tamanho e a velocidade de categorias abrangidas pelas patentes de Giles. A Lockheed tirou a Fastships do projeto, mas foi em frente e incorporou muito dos elementos do projeto Fastships para o casco da classe Freedom, Giles afirmou. A Lockheed não é citada no processo.
Este não é o único processo em que a Marinha enfrenta acusações de roubo de propriedade intelectual. A Bitmanagement Software entrou com uma ação federal no início deste ano, acusando a Marinha de pirataria de software da empresa, com a instalação de mais de 558.000 cópias não licenciadas do seu software de visualização geoespacial, o BS Contract Geo, quando o serviço só comprou licenças para 38 computadores. Nesse incidente, a Marinha tem respondido que recebeu autorização da empresa para executar as cópias adicionais em toda a sua rede.
“Batata quente”
Enquanto isso, o mais novo destróier da Marinha está a ter os seus próprios problemas de engenharia. Depois de ser encomendado em Baltimore, em outubro, o USS Zumwalt (DDG-1000) começou a viagem para San Diego, seu porto base, para a montagem de equipamentos finais.
Mas o navio sofreu uma falha de engenharia em 21 de novembro durante a passagem pelo Canal do Panamá, apenas algumas semanas após o incidente com o USS Montgomery. O contratorpedeiro, que custou à Marinha mais de US$7 bilhões, precisou ser rebocado através das eclusas de Miraflores à antiga US Naval Station Rodman para se submeter a reparos. Ele permanece lá até hoje.
O Zumwalt tem um sistema de propulsão por acionamento totalmente elétrico com potência fornecida por turbinas a gás. O problema com o navio estava aparentemente no dissipador de calor que resfria as turbinas a gás. Um porta-voz do Naval Sea Systems Command (NAVSEA) disse ao Arstechnica em um e-mail hoje, que a informação sobre a causa da falha ainda não estava disponível.
No entanto, vários dos mais novos contratorpedeiros da marinha real britânica, os Type 45, sofreram avarias enquanto operavam no Golfo Pérsico neste verão porque os resfriadores de suas turbinas a gás falharam nas águas quentes do Golfo. Toda classe Type 45 está recebendo revisões de engenharia para corrigir o problema. O sistema tinha alterações de projeto final e nunca foi totalmente testado antes da implantação. É possível que o dissipador de calor do Zumwalt também tenha falhado por causa da elevada temperatura das águas no Canal do Panamá.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Junker
FONTE: Arstechnica
Os dois países – USA e UK – com a mais longa tradição na industrial naval, andam cometendo erros bizzaros em seus projetos. O que me preocupa são os riscos que nós podemos ter com nossos projetos do SBN e corvetas.
que fiscaliza os projetos da USN no Pentágono devia ser demitido. Pior que os sauditas compraram os LCS. O F-1000 só é mais caro.
Conheço uma turminha que deve tá chorando sem parar depois dessa matéria.