Por Roberto Godoy
A Marinha do Brasil formaliza amanhã o contrato de R$ 9,1 bilhões da compra de quatro avançadas fragatas da nova classe Tamandaré. É o primeiro contrato da área militar do governo Jair Bolsonaro. Os navios serão construídos em Santa Catarina, nos estaleiros Oceana, de Itajaí, por meio do consórcio Águas Azuis, formado por três empresas: a alemã Thyssenkrupp Marine System, associada com as brasileiras Atech e Embraer Defesa e Segurança. A primeira fragata será entregue em 2024 e a última em 2028.
A cerimônia de assinatura será um evento técnico, no Arsenal do Rio de Janeiro. A próxima etapa é dedicada à elaboração do projeto executivo e vai exigir um ano de adequações e estudos antes do início da construção da flotilha. A Marinha considerou até o segundo semestre de 2019 a produção de corvetas, embarcações mais leves e com menor poder de fogo. Entretanto, o projeto ganhou dimensões decorrentes da aplicação como unidades de escolta, vigilância do mar e controle de área. Ontem, o comando da força decidiu que os navios passam a ser designados como fragatas. A plataforma de referência é a família Meko A100, da Thyssenkrupp, com alterações.
São máquinas de guerra sofisticadas, lançadoras de mísseis e torpedos pesados. Incorporam recursos stealth, de redução de visibilidade ao radar, no desenho e no revestimento. Deslocam cerca de 3.500 toneladas e medem 107 metros. Levam apenas 136 tripulantes, um helicóptero, capaz de realizar operações antissubmarino, e um drone, veículo não tripulado de uma nova geração, com capacidade para pouso e decolagem verticais.
Poder no mar
As fragatas brasileiras da classe Tamandaré terão recursos stealth, de redução da visibilidade. Os novos navios serão armados com canhões, mísseis, torpedos e metralhadoras
Os mísseis antiaéreos Sea Ceptor, com 25 km de alcance, serão disparados por lançadores verticais. Os mísseis antinavio do tipo Exocet, europeus, e os nacionais Mansup, atualmente na campanha final de testes, tem alcance entre 70 km e 180 km.
Não é só. As novas fragatas terão dois canhões de tiro rápido e duas lanchas de casco semirrígido em compartimento interno. Servem para levar grupos de forças especiais em missão de abordagem ou desembarque furtivo. Para defesa próxima há duas metralhadoras .50 a bombordo (lado esquerdo) e boreste (lado direito), e torpedos completam o arsenal de bordo.
A força de fragatas atualmente em uso tem cerca de 40 anos. São da classe Niterói, de 3,2 mil toneladas, compradas no Reino Unido durante o governo do general Ernesto Geisel, e modernizadas ao menos duas vezes nesse período. O envelhecimento do grupo é um problema para a defesa dos 5,7 milhões de km² no Atlântico Sul que a Marinha chama de Amazônia Azul.
Nesse espaço, equivalente a mais da metade do território nacional, estão recursos como as reservas de óleo e gás do pré-sal e os depósitos de recursos minerais estratégicos. Os 228 portos locais movimentam por ano 1 bilhão de toneladas de produtos – 95% do movimento das exportações e importações realizadas no País.
Questionamento
O processo para aquisição dos novos navios encarou dificuldades. O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Metalúrgica, Mecânica e do Material Elétrico de Pernambuco apresentou, em julho do ano passado, denúncia de irregularidade na escolha do consórcio Águas Azuis.
Em dezembro, o Tribunal de Contas da União (TCU) rejeitou a ação e arquivou o processo. Pouco depois disso, o presidente Jair Bolsonaro aprovou o aporte suplementar de R$ 4,25 bilhões para a capitalização, iniciada em 2018 da Emgepron – Empresa Gerencial de Projetos Navais, organização corporativa da Marinha que vai cuidar da gestão de todo o empreendimento. Segundo o AE Petrônio Augusto Siqueira de Aguiar, Diretor de Gestão de Programas Estratégicos da Marinha (DGePM), “esse modelo vai conferir a necessária agilidade de execução ao programa Tamandaré”.
O contrato é amplo, com amplas cláusulas de compensações comerciais e de transferência de tecnologia em todas as áreas e fases. A primeira fragata terá cerca de 32% de índice de nacionalização. Os três navios seguintes terão 41,5%.
A Marinha estima que o projeto vai gerar 2 mil empregos diretos e mais 4 mil indiretos em Itajaí e em toda a rede nacional de fornecedores.
FONTE: Estadão
Sinceramente o que me decepciona na Marinha nem é o fato de estar comprando somente 4 navios ou que não é um navio que impõem respeito, ou mesmo os armamentos que deveria ter e não tem, o que mais me causa enorme decepção é o fato que se comprarmos um NAE da classe RFord pra ser construído aqui até iniciarmos a construção se vai uns 3 a 5 anos de papelada, discussão e questionamentos, mas se comprarmos um barquinho de papel teremos a mesma demora e as mesmas complicações com papelada, questionamentos e por ai vai sem falar que tudo que é construído aqui ou pra nós tem um prazo bem longo tipo 4 corvetas pra Coréia será entregue em 4 anos após a assinatura do contrato sendo que a primeira 2 anos após a assinatura e o restante no decorrer dos outros 2 anos, aqui a primeira demora uns 3 anos e depois cada uma mais de um ano cada quando não leva 2 anos para cada navio.
Deveríamos priorizar as entregas e utilizar o restante do tempo para melhorar processos e trabalhos para adquirir novos meios pois todo projeto demora até chegar na fase de assinatura de contrato mas aqui no Brasil tudo é uma novela e com direito de “vale a pena ver de novo”.
Se a MB entrou no modo “me engana que eu gosto” vai se fazer o que… É o que há para momento…
A vida útil das Fragatas Classe Niterói está chegando na reta final e neste cenário da MB atual ficando menor (sem nenhum porta-aviões) de nada lhe adiantaria prosseguir com o projeto nacional anterior das Corvetas Tamandaré…
Não haverá a médio prazo recursos além deste projeto (e dos submarinos) para investimento na Esquadra de primeira linha…
O caminho aparentemente disponível à MB nesta década é terminar estes dois projetos já iniciados e investir nos próximos anos em fortalecer a frota periférica com novas aquisições (ou compras de oportunidade) de navios logísticos, Tanque de esquadra, Anfíbios e etc…
Comparando-se as medidas da Corveta Barroso a este projeto da Nova Tamandaré teremos um ligeiro aumento na ordem de 3,8 metros de comprimento na embarcação, uma surpreendente pequena redução de 10 cm no calado e um ENORME alargamento da boca do navio de 11,4 m na Barroso para quase 16 m (15,95 m) !!!
Um engordamento lateral 4,55 m !!! Um projeto que cresceu vigorosamente para os lados….
Olho para esta configuração e o que vem à mente de imediato é um antigo personagem humorístico.
Aquele do dentista tarado do Jô Soares que olhava a boca da sua cliente maravilhosa e imediatamente exclamava :
BOCÃO !!!
A diferença de comprimento da Fragata Tamandaré para as Fragatas Niterói é de 22 m !!!
E a Fragata Niterói já era e sempre foi uma fragatinha de alumínio britânica…
A Fragata Tamandaré é de fato uma Corveta Muito Obesa que resolveram chamar de Fragata…
É o que sobrou para a MB dos seus grandes planos de ter uma grande marinha oceânica com duas esquadras (norte e sul) ambas nucleadas em um porta aviões, uma moderna força de submarinos com uma unidade nuclear e uma ampla esquadra. Possuindo tanto várias corvetas de projeto nacional e outras tantas unidades de superfície de mais de 6000 ton de deslocamento que substituiriam as Niterói e levariam a MB a um outro patamar como diria um hipotético Almirante Bruno Henrique… MAS…
Isso foi um sonho dos tempos que o Cisne pensava que tinha garras e que pretendia mostrá-las ao mundo…
Que triste…
Só acho que quatro não tapa nem buraco de dente.
” A Marinha do Brasil formaliza amanhã o contrato de R$ 9,1 bilhões da compra de quatro avançadas fragatas da nova classe Tamandaré. ”
Ué, já mudou o valor, de onde saiu essa informação ????
Você deve ter percebido que a cotação do USD deu um salto e o contrato será assinado nesta moeda.
Justa designação… Se pelo deslocamento, pelos padrões modernos, as Tamandaré ficam entre uma “corvetona” ou uma “fragatinha”, pelo armamento e missão na MB a designação mais coerente é mesmo a de Fragata… Pelo menos na minha opinião, claro…
Tem q ser fragata mesmo, as atuais tem 3,2 t e as Tamandaré’s terão 3,5.