Por Danilo Oliveira
A Marinha pretende contratar mão de obra terceirizada para finalizar dois navios-patrulha que não foram concluídos pelo Eisa e que foram transferidos para o Arsenal do Rio de Janeiro (AMRJ). O NPa Maracanã, que chegou a ser lançado ao mar e está mais adiantado, se encontra atualmente docado no Arsenal junto com os 2 navios de apoio Antártico. A embarcação possui 54,2 metros de comprimento e deslocamento de 500 toneladas, sendo pertencente à Classe Macaé, que já possui duas unidades em operação: Macaé (P 70) e o Macau (P 71). Já as obras do NPa Mangaratiba, que está armazenado em área coberta, estão menos avançadas.
“Nossa intenção é contratar uma empresa de grande porte ou um estaleiro para continuar essas obra aqui no Arsenal”, revelou o diretor do AMRJ, contra-almirante José Luiz Rangel, na última terça-feira (2), durante o 2º Seminário de Manutenção de Navios Militares, promovido pela Sociedade Brasileira da Engenharia Naval (Sobena), em parceria com a Marinha. A previsão da Marinha é que as obras para concluir as duas embarcações durem entre um ano e meio e dois anos. “Nesse período o Arsenal vai contratar muitas empresas para trabalhar diretamente nessas obras”, acrescentou Rangel. Ele ressaltou que os equipamentos desses navios patrulha já foram comprados pela força naval.
Rangel disse que a carteira de obras atual é grande e que, apesar das dificuldades, o estaleiro vem conseguindo cumprir os prazos. Atualmente, o AMRJ tem outros dois navios docados: NPo Almirante Maximiano e o NApOc Ary Rongel, com reparos que começaram em maio e devem durar até setembro. O Arsenal do Rio de Janeiro tem em torno de 2.700 funcionários entre militares e civis. Três submarinos (Tikuna, Tamoio e Timbira) estão em fase de reparo.
O projeto ‘Fênix’ prevê a revitalização de três fragatas (Liberal, União e Independência), com investimentos para modernizar armamento e reparos principalmente na parte de propulsão. A Marinha também prepara a docagem do porta-helicóptero multipropósito Atlântico, visando reparos estruturais que devem durar entre um ano e um ano e meio. Também na fila está a corveta Barroso, outra obra de maior porte, prevista para começar em junho 2020 e durar dois anos.
Carteira atual do AMRJ
- Fragata Defensora (previsão de conclusão em abril de 2020) – PMG*
- Fragata Rademaker (previsão de conclusão em julho de 2019) – PDE**
- Fragata Greenhalgh (reparos de 2º escalão)
- NDCC Mattoso Maia (reparos de 2º escalão)
- PHM Atlântico (reparos de 2º escalão)
- NPo Almirante Maximiano (PMG 2019)
- NApOc Ary Rongel (Período de docagem de rotina 2019)
- Submarino Tikuna (maio de 2016 a julho de 2021) – PMG
- Submarino Tamoio (julho de 2016 a novembro de 2021) – PMG
- Submarino Timbira (abril a julho de 2019) – PDE
Carteira futura do AMRJ
- Fragata Independência (PME UNIFIL*** – julho a setembro de 2019)
- Fragatas Liberal, União e Independência (PME – fevereiro de 2020 a novembro de 2021) – Projeto Fênix
- PHM Atlântico – Reparos diversos de grande porteCorveta Barroso (PMG – junho de 2020 a junho de 2022)
- Submarino Tupi (Período de manutenção atracado – julho de 2019 a agosto de 2019)
* Período de Manutenção Geral (PMG)
** Período de Manutenção Extraordinária (PME)
*** Força Interina das Nações Unidas (ONU) no Líbano (Unifil)
FONTE: Portos e Navios
Tudo à seu tempo e no tempo de Deus, sairemos deste amargo momento. Confio na nossa Administração e em nosso Novo Comando e Governo Bolsonaro. Abraços Fraternos Amigos Guerreiros.
Prezado Padilha.
Foram mencionados apenas dois navios patrulha. Os outros navios que estavam no EISA não serão concluídos?
Grato.
Acho muito difícil.
Conforme matéria do site The Register ( http://www.theregister.co.uk/2018/01/03/hms_ocean_sold_brazil/ ) o HMS Ocian passou por uma reforma de prolongamento de “vida” de 03 anos, necessitando de manutenção ou substituição profundas.
“…In 2012 Ocean was given a two-year, £65m refit, extending her life by three years. While this refit cycle could potentially continue for more years to come, the MoD simply doesn’t have the budget to keep her in service – especially as ever more machinery on the hard-worked old ship needs deep maintenance or replacing…”
Em uma tradução mequetrefe que faço…
“…Em 2012, a Ocean recebeu uma reforma de dois anos e 65 milhões de libras esterlinas, prolongando sua vida por três anos. Embora esse ciclo de renovação possa continuar por mais anos, o Ministério da Defesa simplesmente não tem orçamento para mantê-la em serviço – especialmente porque cada vez mais máquinas no antigo navio, que exige muito trabalho, precisam de manutenção ou substituição profundas…”
Foi por esse motivo que fiz meu comentário sobre a comparação entre o Nae São Paulo e o PHM Atlântico.
O PHM Atlântico não precisa de muito trabalho se manutenção. Eu estive lá em Plymouth e fiz o artigo mostrando o estado do navio. Para quem não leu, ele está na página de artigos. O navio precisa de manutenção como qualquer outro mas o estado do navio é excelente.
Padilha, li sim a matéria quando da aquisição e todo o processo de comissionamento, mostra de armamento, a passagem por Portugal (Lisboa), a travessia do Atlântico, etc… e como sempre com excelentes matérias. Inclusive você já me posicionou em um outro comentário feito por mim que a manutenção já estava programada. Como houveram sucessivos problemas com o Nae São Paulo e as constantes “manutenções” dos meios navais, o alerta liga, principalmente de quem tinha, quer voltar a ter, a nossa Marinha como excelência e referência de poder.
Mais uma vez agradeço as informações e a tranquilização com o fato narrado.
Grande abraço.
Me parece que os leitores andam muito desconfiados quando o assunto é manutenção nos navios da MB, boa parte se deve aos ocorridos no NAE São Paulo.
Falando sobre o PHM Atlântico o que pude entender é que se trata de uma manutenção de rotina (trazendo para o meio cívil seria como uma revisão detalhada do veículo para que não se tenha surpresas) para manter o navio sempre em muito boas condições e disponibilidade.
Finalizando, a experiência com o NAe São Paulo foi aprendida.
No meio civil a denominação para este tipo de manutenção programada é a Preditiva, onde já se sabe quado o meio que será manutenido poderá estar parado sem afetar a cadeia produtiva
No caso do Atlantico o texto se juntou como da Corveta Barroso o timming de 2020a 2022 e dela e nao do PHM
Não afirmei… questionei, o quê é uma grande diferença. Mas aproveitando a gentileza da sua resposta, em que ano o então HMS Ocean saiu da doca após uma atualização de algo em torno de 60 milhões de libras e o navio valia 20 milhões de libras a mais?
04/07/19 – quinta-feira, bdia, Padilha não sei se meu comentário seguiu, já que houve uma queda de energia. Perguntei o que é reparo de 2/escalão, ajude-me a aprender mais um pouco. Obrigado.
O navio precisa parar para realizar reparos normais que qualquer navio necessita. Lembre-se que o navio docou na Inglaterra e que isso só deverá ocorrer aqui depois de 2 anos mais ou menos. A MB já tem tudo isso esquematizado. Reparo de 2º escalão é quando vc precisa realizar algo um pouco mais extenso como reparo de bombas e redes, por exemplo. Não creio em parada do PHM nesse prazo e nesse tempo que consta do texto.
Pelo jeito teremos um período praticamente sem escoltas disponíveis. Espero que o Atlântico consiga sair desse PMG tendo em vista as dificuldades apresentadas em navios de porte e complexidades bem menores.
Bom dia,
Alguém com experiência no setor naval saber dizer se é normal esse “reparo de grande porte” no PHM Atlântico ?
O Navio foi comissionado em 2018 e em 2020 entra nessa fase de obras que , segundo o texto, se estenderia até 2020. “Reparos de grande porte” dá a entender que há problemas estruturais graves.
Sds
Acredito que o “grande porte” tenha a ver com o fato que o mesmo vai receber novos equipamentos e uma revisão completa.
Também fiquei com esse “elefante atrás da orelha”. Por quê será que Royal Navy vendeu seu navio capitânia tão barato para o Brasil? Será que a resposta irá aparecer nesta manutenção de grande porte? Teria se tornado o PHM Atlântico o Nae São Paulo da vez?
Cavalli o PHM Atlântico não necessita de uma manutenção de grande monta por agora. Existe um calendário que prevê as manutenções necessárias justamente para que a marinha tenha o navio operando. Quanto aos custos, os mesmo não chegam nem perto do que se gastava com o NAe SP. Portanto essa afirmação não procede.
Trabalho não falta hein. Vamo que vamo!!!