Por Guilherme Wiltgen e Luiz Padilha
O dia 21 de novembro entra para a história recente da indústria de construção naval brasileira, com o importante marco alcançado pelo Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), quando o Submarino Riachuelo (S 40), primeiro dos quatro submarinos da Classe Scorpène (SBR), foi submetido, com sucesso ao teste de imersão estática. Esse procedimento é decisivo para avaliação das condições de estabilidade do submarino no mar.
Por volta das 10h, o Aviso de Apoio Costeiro (AvApCo) Alte Hess (BACS 01) suspendeu do cais 11 do Estaleiro de Construção (ESC) em direção a área Sul da Ilha de Itacuruçá, na Baía de Sepetiba, a cerca de 4,5 milhas náuticas do Complexo Naval de Itaguaí. No local, foi instalada uma boia poitada ao fundo, à qual o submarino permanecerá amarrado durante todo o teste.
Seguindo os mesmos procedimentos aplicados aos submarinos franceses, não foi utilizada a propulsão, portanto, para se deslocar, o submarino foi rebocado desde o Cais 12 do ESC, até o local, por dois rebocadores.
Imersão
Após uma operação cuidadosa, ao chegar na área determinada para a realização da imersão, o submarino foi manobrado para pegar a boia e dar início aos testes.
A imersão estática do Riachuelo consiste de uma lenta operação de admissão controlada da água nos tanques de lastro do submarino até que o mesmo fique totalmente submerso. Todo o processo durou aproximadamente 4 horas, justamente porque o teste é realizado sem o uso de sua propulsão.
O procedimento visa a assegurar, não apenas a estanqueidade e estabilidade longitudinal e transversal do submarino quando o mesmo se encontra submerso, mas também o registro do volume de água que foi admitido nos tanques internos de compensação e de trimagem. Para isso, além da tripulação do submarino, vários técnicos da Itaguaí Construções Navais (ICN), Naval Group e do Defense Conseil International (DCI), estavam a bordo, assim como o Sr. André Portalis, Presidente da ICN, que acompanhou todo o teste a bordo do Riachuelo, em uma clara demonstração de confiança da qualidade com que o Riachuelo foi construído.
O processo é lento para que todas as medições possam ser realizadas e aferidas, para certificar que tudo esteja dentro dos parâmetros desejados. Os valores medidos foram utilizados para determinar com precisão o deslocamento do Riachuelo durante toda a imersão.
Preparação para entrada em serviço
A imersão estática foi o primeiro de uma série de testes de aceitação, que vão acontecer no mar, que serão conduzidos a partir de dezembro deste ano.
Na sexta-feira (22), mergulhadores do DCI realizaram o teste de aceitação da Guarita de Salvamento, que é utilizada para o escape da tripulação, seja através do uso do macacão de escape ou de um sino de salvamento.
Os testes tem por finalidade verificar o desempenho da plataforma, dos equipamentos, sensores e sistemas do submarino, tanto na superfície como em imersão, sendo conduzidos pela tripulação de recebimento, juntamente com a Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear (COGESN), subordinada à Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM), que é o órgão dentro da Marinha do Brasil responsável pelo gerenciamento de todas as atividades de projeto, desenvolvimento, nacionalização e construção dos submarinos.
Ao final dos testes de mar, também serão realizados os lançamentos do torpedo F21 e do míssil SM-39 Exocet, com o objetivo de também testar a eficácia do sistema de combate. Quando estiverem incorporados à Marinha do Brasil, os quatro submarinos da Classe Riachuelo serão os mais modernos e letais submarinos da América Latina, Os novos “Tubarões de Aço” brasileiros serão capazes de cumprir os mais diversos tipos de missões nos atuais teatros de operação no mar, estando também totalmente aptos a participarem dos principais exercícios navais realizados pelas principais marinhas do mundo.
Os testes em ambiente operacional do Riachuelo representam mais uma etapa relevante para o avanço do PROSUB, e também contribui para o fortalecimento da Força Naval brasileira, em defesa da Amazônia Azul.
Padilha uma duvida, aquela capsula para os submarinistas escaparem em caso de sinistro do submarino é uma capacidade nova para a MB, ou os sub’s classe Tupi já tinham equipamento similar?
A classe Tupi/Tijuana Não tem não.
Classe Tikuna
Bela cobertura Guilherme e Padilha. Falando em missões navais, nos submarinos classe Tupi há escadas laterais de acesso para os Fuzileiros e o Grumec ao convés do submarino, mas na classe Riachuelo não vejo esse apoio. E aí como será a nova doutrina de emprego desses grupos com os novos submarinos?
Uma coisa de cada vez.
É esperar para ver então.