Por Luiz Padilha
O Defesa Aérea & Naval esteve na THALES Underwater Systems, localizado na cidade de Brest, França, para conhecer de perto onde se desenvolvem os sistemas de comunicação, de guerra eletrônica, radares, sonares, optrônicos e sistemas de combate da empresa. Após uma breve apresentação, seguimos para os laboratórios onde são feitas as pesquisas, porém, infelizmente não foi possível fotografar por uma questão de sigilo industrial.
O DAN teve a oportunidade de ver in loco a linha de montagem e manutenção dos sonares FLASH. Este tipo se sonar é utilizado pelos helicópteros NFH-90, AW101, MH-60R e Cougar.
O sonar FLASH pode atingir até 750 metros de profundidade, dando ao helicóptero uma área maior para a busca pelo submarino inimigo. Existe uma versão para o helicóptero AW159 Wildcat, que por ser menor, utiliza o Compact FLASH, com capacidade para atingir até 300 metros de profundidade.
A THALES está em processo para equipar o helicóptero H225M com o sonar FLASH. Essas aeronaves são fabricadas no Brasil pela Helibras, abrindo a possibilidade futura para integrar o sistema FLASH no H225M.
As aeronaves podem usar também as sonobóias FLASH, que atuam de forma passiva ou ativa, através de processo monoestático ou multiestático.
Sistema THALES BlueWatcher
O sonar instalado no casco do navio permite ao operador realizar detecção ativa (3 à 5KHz), detecção passiva (através de processamento de banda larga com rastreamento de alvos) e a detecção torpédica (classificação por múltiplos critérios). Este sistema criado pela THALES possui redução de largura do feixe, precisão de acompanhamento melhorado em duas vezes, apropriado para o ataque rápido a navios com alta emissão de ruídos.
Além do uso do sonar instalado no casco do navio, também é possível ao operador, utilizar os sonares de profundidade variável, CAPTAS 1, CAPTAS 2 ou CAPTAS 4.
O CAPTAS 1 foi desenvolvido para operar em águas litorâneas e azuis, e é ideal para operar a partir de Navios Patrulha de 500 toneladas e OPV, trabalhando em conjunto com o sonar de casco FLASH.
Sua instalação não é complicada, sendo possível inclusive, através de conteiners, como o visto na imagem abaixo.
O CAPTAS 2 foi desenvolvido para navios maiores, podendo ser instalado em OPV e Corvetas. Este sonar, operando em conjunto com o sonar de casco Kingklip, é uma opção complementar para ser usada na futura Corveta Tamandaré, que a Marinha do Brasil pretende construir.
O CAPTAS 4 é um sonar de baixa frequência e profundidade variável para navios de grande porte como fragatas e destroyers. Este sonar, operando em conjunto com o de casco UMS 4110, proporciona aos escoltas grande capacidade de detecção aos submarinos silenciosos.
Uma das características mais importantes do CAPTAS 4, é ter um longo alcance e ser capaz de detectar submarinos em todas as condições ambientais. Devido as suas características, proporciona uma redução na carga de trabalho do operador, pois é um dos únicos VDS (Variable Depth Sonar), que fornece procedimentos de lançamento e recuperação automatizados, sem operador na plataforma de popa do navio.
O CAPTAS 4 tem a capacidade de detecção de alvos muito precisa, envolvendo submarinos a longas distâncias, incluindo sua capacidade multi-estática captando todos os sonares de baixa freqüência em operação no mundo.
O sistema CAPTAS foi selecionado pelas seguintes marinhas:
Marine Nationale (CAPTAS-4 paras as FREMM); Marinha Italiana (CAPTAS-4 para as FREMM); Marinha Real da Malásia (CAPTAS-2 para SGPV LCS); Marinha Real Marroquina (CAPTAS-4 para a FREMM); Marinha Real da Noruega (CAPTAS-2 para NNF); Marinha Real Saudita (CAPTAS-2 na F4000); Marinha dos Emirados Árabes Unidos (CAPTAS-2 para Abu Dhabi) e Royal Navy (CAPTAS-4 para as Type23).
Guerra de Minas e Mapeamento do fundo do mar
Detectar submarinos silenciosos é muito importante, mas detectar minas e mapear o fundo de determinadas áreas é tão ou mais importante, para a proteção de áreas de exploração de petróleo e gás, portos e instalações militares. A THALES possui o sonar caça minas 2093, o sonar de casco caça minas multi-frequência banda larga TSM 2022, o Thales SeeMapper e o AUV (Autonomous Undersea Vehicle).
Como exposto nas imagens acima, a Marinha do Brasil irá necessitar de sistemas eficazes para a proteção da Base Naval de Submarinos, em Itaguaí. Com a chegada de nosso primeiro submarino de propulsão nuclear, a segurança da entrada e saída da base poderá ser realizada por diferentes sistemas, que utilizarão variados meios.
Ainda não se tem ideia de quais sistemas a Marinha do Brasil irá utilizar, mas é certo que o fará, pois a segurança das operações com o submarino de propulsão nuclear é essencial para que o programa avance sem percalços.
AMASCOS – Airborne mission system for maritime and ground surveillance
O sistema de missão Thales AMASCOS é solução ideal para atender a uma ampla gama de requisitos operacionais. O AMASCOS é um conjunto de sensores totalmente integrado que proporciona ao operador, uma carga de trabalho eficiente, devido ao alto nível de automatização do sistema, tais como: fusão de dados, processo de identificação e classificação, redundância de hardware para maior confiabilidade, grande base de dados em apoio aos sensores e adaptável a vários tipos de aeronaves.
Configurado com uma suíte de sensores de última geração, interfaces amigáveis inovadoras. O AMASCOS já está em serviço em numerosas forças em todo o mundo. Este sistema é construído em torno de um Sistema de Comando Tático e integra uma gama de sensores de última geração e equipamentos de comunicação.
Com a sua arquitetura modular de network-centric, o sistema pode ser configurado para optimizar as tarefas da tripulação. As versões podem ser:
– Leve, para funções de vigilância e segurança (console único, radar, AIS e EO/IR);
– Completa, para funções de guerra anti-superfície e anti-submarino (4-5 consoles, radar, IFF, AIS, EO/IR, R-ESM/ELINT, C-ESM, acústica, MAD, SATCOM, datalink, rádio, poluição do mar SLAR, balizas acústicas, balsa salva-vidas e armas).
O sistema pode ser utilizado com grande eficiência em operações de anti-pirataria e de anti-terrorismo.
Durante as buscas ao Boeing 777 da Malaysia Airlines (voo MH370), foram utilizadas aeronaves Airbus C-235M equipadas com o sistema AMASCOS da Royal Malaysian Air Force, que participaram intensamente das missões.
Radar Searchmaster
A THALES constantemente atualiza o sistema AMASCOS, desenvolvendo novos sensores e o radar Ocean Master dá lugar ao novo radar multimissão de vigilância, Searchmaster, que possui tecnologia ativa com uma antena eletrônica de varredura (AESA). O Searchmaster foi beneficiado pela alta tecnologia que a THALES domina em antenas de varredura eletrônica ativa e o know-how adquirido nesta área no programa do caça Rafale.
Com uma antena de varredura eletrônica ativa AESA 1D. Os principais benefícios são o alcance estendido, cobertura 360º, eletrônica de varredura no plano vertical para curto alcance simultânea, vigilância de longo alcance e detecção contínua em condições ambientais adversas.
O Searchmaster atende a todos os requisitos de segurança para cinco tipos de missões:
Guerra anti-superfície, guerra anti-submarina, vigilância marítima, vigilância terrestre e apoio aéreo tático, ou seja, um autêntico radar 5 em 1.
Ele foi projetado para missões de vigilância aérea e terrestre. Seu excelente desempenho inclui a capacidade de rastrear até 1.000 alvos ao mesmo tempo.
Graças ao seu design compacto e leve (cerca de 75 kg), o radar é fácil de instalar e integrar. É adequado para UAVs de média tonelagem, helicópteros e aeronaves (turboélice ou a jato), contribuindo para as suas capacidades multimissão.
Padilha gostei do sistema AMASCOS…
O H225M comporta a instalação de um sistema de vigilancia como esses a bordo?
O radar Searchmaster poderia ser posto num helicoptero para fazer o alerta antecipado em por exemplo PA ou ele nao seria para este tipo de missao??
Excelente materia!!
Parabens DAN, Abraços!!
Com nossas FA passando a mingua, o racional seria possuir uma plataforma que operasse em missões ASW, junto com os helicópteros de transporte. Assim os novos cougar fabricados no Brasil poderiam ser construídos em uma versão ASW padronizando a logística.
Naval,
Para isso já temos o SH-16 Seahawk, não precisamos de mais um helicóptero ASW.
Abs
esse sonar vai se instalando nos helicópteros da marinha do brasil
Veja o texto. Eles estão estudando equipar o modelo H225M que por acaso tb é fabricado no Brasil.
A MB já tem os Seahawks com esta capacidade.
Certamente o foco são outros clientes.
750 metros de profundidade! haja cabo dentro desse helicoptero.
O Seahawk arria 600mts