Mísseis MAA-1 foram lançados por aeronaves F-5M a partir da Base Aérea de Canoas/RS
Em novembro, uma equipe de especialistas da Mectron, empresa de São José dos Campos subsidiária da Odebrecht Defesa e Tecnologia (ODT), participou de uma Campanha de Lançamento de Armamentos realizada na Base Aérea de Canoas/RS (BACO), da Força Aérea Brasileira.
Promovida com o objetivo de treinar pilotos e esquadrões de especialistas em materiais bélicos, a Campanha envolveu o lançamento de diversos armamentos, dentre eles uma dezena de mísseis ar-ar MAA-1 “Piranha”, projetados e fabricados pela Mectron. Realizaram os lançamentos aeronaves F-5M dos seguintes Grupos de Aviação de Caça: 1º/1º GAvCA – Esquadrão Jambock (Santa Cruz/RJ), 1º/4º GAvCA – Esquadrão Pacau (Manaus/RJ) e 1º/14º GAvCA – Esquadrão Pampa (Canoas/RS).
Sete especialistas da Mectron prestaram apoio às equipes locais para reciclagem de treinamentos e realização de testes e procedimentos logísticos para garantir a integridade dos armamentos e a segurança dos lançamentos após um longo período de armazenamento dos mísseis nas rigorosas condições climáticas da região sul brasileira.
Com seu rastreador (“Seeker”) integrado ao modernizado sistema de armamentos do F-5M, cada um dos mísseis MAA-1 foi lançado contra um “flare” lançado por outra aeronave F-5M e cuja queda era sustentada por um pequeno paraquedas. O índice de acerto foi considerado satisfatório pela FAB, dentro dos diferentes perfis de lançamentos adotados e diferentes configurações dos mísseis, alguns com cargas úteis inertes e outros plenamente ativos.
Mísseis Ar-Ar com tecnologia nacional
Com projeto iniciado em meados da década de 80 na própria FAB, no antigo CTA – Centro Técnico Aeroespacial (hoje DCTA) de São José dos Campos/SP, o MAA-1 é considerado um míssil ar-ar de curto alcance de terceira geração, equivalente ao americano Sidewinder AIM-9L ou ao israelense Python 3. Nas décadas seguintes, seu projeto passou por enormes dificuldades, como falta de recursos, embargos de componentes e alguns fracassos na iniciativa privada. Coube à Mectron, em 1994, concluir o desenvolvimento, realizar sua certificação e homologação nas aeronaves F-5 e F-5M, e fabricar lotes encomendados pela FAB. Atualmente, a empresa concentra esforços na conclusão do desenvolvimento de outros dois mísseis da mesma categoria, porém com desempenho e conteúdos tecnológicos bastante superiores.
O primeiro deles é o MAA-1B, míssil ar-ar de quarta geração, que inclui capacidade de contra-contramedidas eletrônicas (rejeição de “flares”), maior ângulo de visada do “seeker” e maior manobrabilidade, projeto que resultará num produto com excelente performance e ótima relação custo/benefício.
Outro programa de míssil ar-ar da FAB no qual a participação da Mectron é considerada de grande importância é o do A-Darter, míssil ar-ar de quinta geração, desenvolvido em parceria com a África do Sul. No caso deste míssil, seus múltiplos sensores de infravermelho realizam imageamento térmico do cenário operacional, com grande capacidade de detecção e rastreio de alvos, aliada a sofisticadas técnicas de discriminação e rejeição de contra-medidas. Também possui grande agilidade e capacidade de manobras, proporcionadas por seu empuxo vetorado implementado por desvio de jato do motor-foguete, aliadas à sua capacidade LOAL (“Lock-On” After Launch”).
Glossário de Termos Técnicos
Ângulo de Visada: Ângulo da posição do conjunto óptico do Seeker ou Autodiretor (vide abaixo) em relação ao eixo longitudinal do míssil. Mísseis de terceira geração têm ângulo de visada máximo em torno de 40º. Mísseis de quarta e quinta geração alcançam aproximadamente 90º.
Contra-contramedidas eletrônicas: em inglês ECCM – Electronic Counter-Counter Measures, significa a capacidade que um míssil tem de não se deixar enganar por uma contramedida utilizada pela aeronave alvo para despistá-lo. No caso de mísseis guiados por infravermelho, esta contramedida normalmente é o lançamento de “flares”, fontes de calor. Mísseis mais avançados já conseguem diferenciar o alvo dos “flares” e rejeitam (ignoram) estes últimos.
Empuxo vetorado: significa que o empuxo que gera aceleração para uma aeronave ou um míssil pode ser direcionado, proporcionando-lhes grande capacidade de manobras no ar. Anteriormente, esta capacidade de manobra era obtida apenas através de movimentação de superfícies aerodinâmicas (basicamente das asas). No caso de mísseis, o empuxo vetorado é obtido através de aletas móveis na tubeira de saída dos gases expelidos pela queima do combustível do motor-foguete, ou seja, através do desvio do jato do motor-foguete. Em inglês, esta técnica é denominada TVC – Thrust Vector Control.
Imageamento térmico: capacidade do míssil de gerar imagens térmicas do cenário onde um míssil guiado por infravermelho está operando. Múltiplos sensores realizam esta função, diferentemente de mísseis de geração inferior, onde um sensor único “enxerga” o alvo como apenas um único “ponto quente”. Através do imageamento térmico, consegue-se uma melhor distinção das aeronaves alvos e “flares”, facilitando a rejeição destes.
Seeker: também chamado de Autodiretor, no caso de mísseis guiados por infravermelho é o conjunto óptico-eletromecânico rastreador de alvos, incluindo o detector infravermelho de calor.
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Gastando o estoque antigo de Piranha 1 antes que vença o prazo de validade do propelente e chegue a data de retrofit dos motores… Assim pode-se aperfeiçoar a prática de tiro real dos pilotos e gerar uma demanda para repor esses mísseis pelos novos A-Darter, Python 5 ou Piranha 2
Não ha nada mais natural e correto que a FAB escolha a Mectron!
a Big Mec . . . . .
“Flare” ????????????????????? onde estão os alvos aereos ?