Por Pedro Paulo da Silva
Recordando
Nos anos setenta, o programa de obtenção e construção das Fragatas da Classe Niterói trouxe ao Brasil o momento mais intenso da construção naval militar. Foi talvez o maior e mais bem sucedido programa de transferência e de absorção de conhecimentos, de tecnologias e de procedimentos operacionais e de manutenção até então realizado no Brasil.
Na esteira das Fragatas vieram as Corvetas da Classe Inhaúma (projetadas no Brasil com assessoria alemã); os Navios de Patrulha Fluvial (projetados no Brasil); o Navio Escola (projeto nacional); e a Corveta Barroso, além de outras embarcações menores.
A área física de todo o Arsenal concentrou diversos tipos de conhecimentos que foram irradiados a outros organismos e até começaram a ser utilizados em estaleiros privados.
A Engenharia era tão intensamente praticada (com coragem e segurança técnica) que permitiu conduzir o gigantesco período de modernização do Porta Aviões Minas Gerais. Na medida em que os trabalhos evoluíam, muitos não acreditavam que o NAeL (como era chamado pelos marinheiros) pudesse ser salvo. Demorou; desafios foram vencidos; paradigmas foram quebrados, e o NAeL voltou a navegar. Até operou com os A-4 (os aviões de caça da Marinha), o que foi um desafio a mais (quase uma impossibilidade) não por falta de engenharia, mas pela distância – no tempo – que separava as concepções do navio e destas aeronaves.
Foi na época das Fragatas que o uso da “ciência da computação” chegou ao Brasil, na área militar naval. Nossos engenheiros e analistas (aquelas pessoas ditas da informática e da análise) participaram efetivamente dos trabalhos de criação, codificação, instalação e integração do CAAIS (Computer Aided Action Information System). Isso mesmo: o computador “ajudava”.
A partir daí, com todo o conhecimento recebido, adquirido e praticado, foram surgindo: o GRAS, depois CASOP; o CASNAV; o LOOP, o SST, o SITAN, o SICONTA e outras iniciativas possibilitadas pela irradiação do conhecimento que estava concentrado naquela área física do Arsenal.
A consolidação da capacidade nacional de construir navios de guerra, seja a plataforma, seja na integração do sistema de combate, estava prestes a ser consolidada. Ficaria faltando a parte dos sensores e armas, cuja capacidade de manutenção também foi muito bem recebida, absorvida e implantada através dos Centros de Manutenção também instalados na área física do Arsenal.
Há que acrescentar a continuidade da capacitação nacional que, na década de 1980, se voltou ao programa de construção dos submarinos da classe Tupi. Este programa permitiu que a área física do Arsenal recebesse o núcleo de construção de submarinos iniciando a ampliação das atividades da NUCLEP. Este programa formou um núcleo de conhecimento que resultaria no projeto do Tikuna, já com “intromissão” bem sucedida de engenheiros navais nacionais que modificaram o desenho original.
A partir desta transferência de tecnologia na fabricação, iniciou-se o treinamento na engenharia de projeto de submarinos. O SMB 10 seria um submarino bem maior, capaz de receber o pacote de propulsão nuclear cujos trabalhos já estavam iniciados em São Paulo. Este submarino de maior porte seria a plataforma que comprovaria a capacitação nacional, inclusive quanto à integração de sensores e sistema de comando e controle. Depois, ficaria faltando construir uma outra plataforma, após a primeira estar integralmente testada, apta para receber o pacote de propulsão nuclear.
A realidade foi outra e cruel. O orçamento da Marinha foi sendo reduzido. O dinheiro foi desaparecendo. As atividades no Arsenal foram sendo paralisadas. A mão-de-obra envelheceu. O conhecimento não foi passado a novas gerações e quase se perdeu totalmente. A Corveta Barroso levou 14 anos para ser concluída. O Arsenal praticamente parou e suas instalações, sem renovação, estacionaram no tempo. A obsolescência chegou. Quase tudo se deteriorou. Mas eles ainda não morreram e podem ressurgir.
As nossas Fragatas, Corvetas e Navios Patrulha assistiram os navios usados, comprados da Marinha Inglesa, Americana e Francesa, chegarem, serem descomissionados e irem embora para o desmanche, ou ao fundo do mar como alvos de treinamentos. Mas os nossos, os navios Brasileiros continuaram valentemente, até hoje, a prestar os serviços que ainda são possíveis àqueles que resistiram à ação do tempo.
A experiência de utilizar a Verolme para construir duas das Corvetas Inhaúma fracassou e os navios tiveram que ser terminados no Arsenal.
As construções dos 12 Navios de Patrulha de 200 toneladas (Classe Grajaú), projeto estrangeiro da Vosper-QAF Ltd, de Singapura, tiveram que ser distribuídas por diferentes estaleiros e constitui exemplo histórico relevante:
– Dois navios foram encomendados ao estaleiro Caneco, mas o contrato teve que ser transferido ao estaleiro Mauá e posteriormente para o Arsenal que concluiu o trabalho.
– Dos navios que foram encomendados ao estaleiro Mauá, dois também tiveram que ser transferidos para o Arsenal que concluiu o trabalho.
– Dois foram contratados no INACE; e
– Seis construídos no estaleiro Peenewerft GmBH, em Wolfgast, Alemanha.
O conhecimento e a experiência não se fixaram em nenhum destes locais e se perderam.
Dos Navios de Patrulha de 500 toneladas da Classe Macaé (projeto francês do estaleiro CMN Constructions Mécaniques de Normandie), dois foram construídos no INACE e, depois, cinco contratados ao EISA que faliu. Hoje quatro cascos, em diferentes estágios de produção, estão no velho Arsenal onde poderão ser salvos.
O Arsenal esteve sempre salvando as experiências mal sucedidas com a construção em estaleiros privados. Isso não significa que são maus estaleiros; apenas acumularam experiências na construção de outros tipos de navios que não os de guerra.
O PROSUB trouxe a novidade da SPE, a ICN, Sociedade entre privados, com o Propósito Específico de construir 4 submarinos em estaleiro da Marinha arrendado à ICN. A Emgepron aparece apenas com uma “golden share”. Mais tarde observou-se que ela poderia ter muito mais que apenas esta única ação, embora seja uma participação com grande importância na manutenção dos propósitos da SPE.
A partir do PROSUB outros ventos começaram a soprar em termos de dar à Emgepron maior campo de atuação para que viesse a ser capaz de contribuir para a recuperação do poder naval em bases nacionais.
Houve a tentativa do “leasing” para a construção de navios de patrulha. Aconteceram os contratos para a manutenção e modernização de antigos navios. A iniciativa de contratar, ao CPN, os projetos de concepção e básico para a construção de navio de patrulha costeiro e do patrulha oceânico, demonstrou confiança na capacidade da engenharia naval de retomar o caminho da construção nacional.
Ao mesmo tempo, lá na Emgepron, surgiam as primeiras conversas de criação de uma empresa nacional de construção naval militar, em parceria da própria Emgepron com estaleiro nacional, de modo a fazer renascer o tão necessário núcleo de conhecimento tecnológico. A começar do início, do básico, com os navios de patrulha. O Arsenal seria beneficiado e sua recuperação seria iniciada, paulatinamente, na medida das necessidades, por arrendamento progressivo de suas instalações físicas.
O tempo passou e foi descoberto que nossos vizinhos Peruanos, Colombianos e Chilenos estão construindo navios para as suas Marinhas. Logo eles? Até compramos lanchas de patrulha fluvial na Colômbia e com ela tivemos que assinar um acordo de adesão ao projeto (dela) de navio de patrulha fluvial amazônico. Logo nós que sempre imaginamos que os vizinhos seriam nossos futuros clientes, cativos, comprando os produtos da “maior e mais poderosa Marinha da América do Sul”. Realidade.
Temos que retomar a capacidade de construção naval militar. Sabemos que o Rio de Janeiro é o berço da construção naval no País. Tudo nasceu ali, no Arsenal, criado em 1763 e expandido para a área atual a partir de 1860.
Se vamos ter um núcleo de conhecimento da construção de submarinos em Itaguaí então temos que também ressuscitar a capacidade de projetar e construir nossos navios, livrando-nos dos royalties e da dependência.
Sabemos que podemos desenhar (e desenhamos) nossos navios de patrulha costeira; nossos navios de patrulha oceânica; e podemos fazer uma corveta muito boa a partir da experiência que nós mesmos tivemos com a “Barroso”. E surgiu a Corveta Tamandaré, desenho de propriedade da Marinha que, se construída e aperfeiçoada, poderá nos dar a liberdade de termos nossos futuros navios, inclusive as importantes fragatas de escolta.
Temos que fazer ressurgir o núcleo de construção de navios de superfície. Este núcleo será o irradiador dos modernos conhecimentos e metodologias da construção naval militar aos futuros estaleiros privados que receberão as tarefas enormes de construir Fragatas, Navios de Desembarque e até Navios Aeródromos. Mas este núcleo tem que ser bem formado e líder do conhecimento. E aí o Arsenal tem que ser novamente lembrado.
O Arsenal está velho e obsoleto. Mas ele tem, dentro dele, tudo que é necessário para poder ser o Centro do Conhecimento da Engenharia Naval Militar, seja em relação à plataforma, seja no sistema de combate. Então há sim que se pensar em sua modernização. A localização física é privilegiada, à beira da Baia da Guanabara, onde estão diversas empresas que muito podem contribuir com o processo de construção. Tudo pode ser movimentado pelo mar, inclusive módulos formadores dos navios, típicos da moderna técnica de construção.
Se vamos ter navios novos então nada melhor para a manutenção do ciclo de vida do que contar com os serviços de quem construiu, ou seja, com os serviços dos fabricantes. Há no mínimo que contar com os serviços de organizações experientes em executar manutenções a partir de relações sólidas com os fabricantes. O Arsenal seria o local ideal para núcleo de práticas das ações de manutenção. Mas, para isso, ele tem que ser modernizado. Não é crível imaginar que um estaleiro privado nacional vá reservar espaço e tempo para receber navios da Marinha, seja para manutenções rotineiras, seja nas emergências. É claro que, nestes casos, de novo, o velho Arsenal vai ser chamado a salvar e resolver o problema.
Fim da 1ª Parte!
Porque nao pulverizamos a nossa marinha em nossa costa. Estrategicamente é um erra concentra-la no Rio.
Deveriam levar todas as instalações da Marinha no Rio para a Baía de Sepetiba e congelar a expansão do porto mercante. A Baía de Sepetiba está sendo destruída, está passando por um processo de “guanabarização” que custará caro para as futuras gerações, a economia do litoral sul do estado depende muito da saúde de suas águas, pesca, marinas, condominios, turismo, enfim. A Marinha terá menos conflitos com o meio urbano, com órgãos de proteção do patrimônio (a Ilha das Cobras tem várias construções tombadas) e teria como planejar do zero instalações modernas. A Ilha das Cobras deve valer uma fortuna, está colada ao centro e a zona portuária, pela baía há dezenas de outras instalações que poderiam ser vendidas para empresas de apoio offshore, por exemplo.
Tecnologia é cara, se desejarmos manter a construção naval bélica na minha opinião deveriamos primeiro saber que investimento nessa área tem retorno após anos, presiariamos de estaleiro estatal, sem nomeações políticas, com nossos militares e profissionais se mantendo na profissão ao longo dos anos, evoluindo nos seus conhecimentos dia a dia, e sem privatizações futuras (vide Embraer privada fruto da cobiça estrangeira), com planejamento de pedidos (sem cancelamentos) numa projeção mínima de 25 anos, também no devido tempo fazendo ofertas ao mercado externo, alianças ou acordos com fornecedores de armamentos nacionais e estrangeiros. Tudo é uma questão de definir prioridades!
Nós não temos um partido comunista central que manda e desmanda e que, ao menos, tem um programa de Estado claro para as forças armadas.
Então, não adianta achar que o AMRJ nas mãos do governo vai se tornar alguma coisa, porque em todo o tempo em que ele esteve basicamente ele se deteriorou fortemente.
Vejam empresas que funcionam dentro de democracias e tomem o caso do Mitsubishi Heavy Industries, Iron Bath Works, etc, etc, etc… é melhor manter 1 ou dois estaleiros nacionais focados na produção militar (sem ilusão, desde que haja demanda, porque sem demanda nada funciona mesmo!), com a garantia de manter produtiva e aperfeiçoada a mão de obra especializada. Isso consequentemente trará ao país empresas periféricas, mesmo que não nacionais (Omsys, por exemplo). Sem contar, naturalmente, o surgimento de nacionais que aparecem como consequência de demanda (fecha-se uma Mectron, mas se há demanda, abre-se uma SIAT e o mundo continua a girar).
Com mão de obra altamente especializada disponível, infra-estrutura de construção especializada, fornecedores em território nacional, o ciclo se torna virtuoso, impedindo o prévio sucateamento, já conhecido como realidade no país.
Acho que o erro do projeto das Tamandarés foi terem pensado em uma corveta e não em uma fragata, tínhamos a expertise das Mk10, esse seria o caminho natural, e não uma embarcação limitada como as corvetas.
Deveria existir mais integração entre o Brasil e os países da região, coordenando compras e assim justificando o valor mais caro pago para transferências tecnológicas. Mais demanda e cada país fazendo a parte em que é mais competitivo, teríamos tecnologia e essa não se perderia com tamanha rapidez e facilidade.
Nestes países se vazar um projeto a empresa acaba e os responsáveis pelo vazamento recebem de quebra uma perpétua nas costas… aqui no Brasil eles seriam elogiados e os juízes ainda diriam que o vazamento de informações confidencias são irrelevantes e a União ainda teria que pagar indenização….
Não é bem assim.
A Ficantieri é controlada pela Fintecna. É uma empresa de gestão financeira estatal italiana especializada na valorização e desinvestimento através da privatização de imóveis. A empresa é totalmente controlada pelo Ministério da Economia e Finanças…da Itália.
O Naval é controlado pela APE. Empresa estatal francesa.
Essa história que para ser competitivo e competente tem que ser privado é antiga. Todas as economias europeias privatizaram o setor de telecomunicações mas mantiveram representantes nacionais. Portugal Telecom, Tim, Telefonica, Vodafone, Deutsch Telecom e por aí vai. Nós vendemos tudo e ficamos sem nada.
Há riscos em qualquer dependência.
Os americanos mantém um grupo de estaleiros públicos porque atravessaram guerras e aprenderam. Quem tem um não tem nenhum.
Programa. Projeto. Modelo. Padrão. Escala. Pode dar o nome que quiser. Sem resultados mensuráveis, sem objetivos claros e pre definidos lamentaremos por toda a eternidade que sabemos desenhar mas não sabemos fazer. Sabemos projetar mas não aprendemos a montar.
Assinamos com a Alfa Romeu para aprender a produzir caminhões nos anos 1960. Eles foram embora e até hoje não sabemos por onde começa.
Não precisa comparar com China nem com França. Desaprendemos a produzir bicicletas quando vendemos a Caloi para os chineses. E queremos montar porta-aviões? Calma lá. O tempo da Engesa ja foi.
Dá pra recuperar, aprender, estudar, projetar, fazer, produzir. Dá até para reformar. Mas depois que decidir tem que ir até o final. Tem gente defendendo desmontar totalmente Angra 3 porque ficaria mais em conta do que continuar. Impressionante.
Esse país é impressionante.
Os grandes estaleiros internacionais (Danem, Fincantieri, Naval Group, sem contar, claro, os vários estadunidenses) são privados. Podem ter – e geralmente têm – parte de suas acões sob propriedade dos países de origem, por questões de interesse nacional, mas são privados. É o caminho para se tornar competitivo, e o caminho já está dado por todos os grandes players.
Fincantieri e Naval são praticamente estatais… Damen é uma Fiat dos mares. Mesmo assim, nenhum estaleiro dos grandes cresceu sem ajuda do estado e muito protecionismo. Nenhum. Nenhum. Seja nos EUA, seja no Japão, seja na Korea, etc.
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O caminho do Brasil é uma Joint Venture, formando um grande estaleiro nacional, modernizando estruturas existentes, como o AMRJ, onde a Marinha/Brasil tenha participação no comando e tomada de decisões, onde o parceiro agregue a parte técnica para que se possa assim, absorver toda a carga de trabalho e os recursos da reconstrução da Marinha.
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Só desta forma se dará o real crescimento e sustentação de uma indústria de construção e reparos de meios navais destinados a Marinha.
Há bastante conteúdo na internet sobre o modelo de construção naval norte americano. Encomendam navios a estaleiros públicos e a estaleiros privados. Os porquês são os mesmos dos nossos. Eficiência de um sobre o outro, conhecimento e aprendizado retido, fluxo de caixa, descapitalização, despesa pública, privilégios, saúde dos estaleiros, defeitos e vícios de cada um e vai por aí.
O que entendi é que no Brasil não temos modelo algum. Estamos construindo Itaguaí com o dinheiro dos franceses e desprezando o Arsenal. Ok, o PROSUB é um programa. Mas com uma certa dose de inteligência poderíamos ter apresentado a modernização do Arsenal aos franceses. Inteligência da classe política porque ela tem o poder do não. São os políticos que não pagam.
Os maiores estaleiros privados são parceiros de franceses, dinamarqueses/suecos, italianos, alemães? Havendo ou decidindo por um, temos senioridade para continuar a vida sem agradar a todos? Uma das promessas do governador de SP é não mais ocupar o muro. É lá ou cá.
Esse lá ou cá nas CCTs poderia ter incluído o Arsenal. Caso a vitória fique com a Damen e o tempo nos mostre que os subs suecos são mais produtivos e modernos, rápidos e efetivos…estamos dispensando os IKL…dispensaríamos os Scorpenes também?
Desculpem a quantidade de perguntas. Não sou do meio. Penso que após os anos 1990 por motivos históricos e apequenados nos distraímos da segurança da pátria. Se houve para fazer copa e olimpíada há para fazer muito mais.
Para podermos pensar em construir nossos vasos de guerra pelo arsenal, com o privado e o arsenal, ou somente com o privado é necessário termos um projeto de longo prazo, do tipo 50 anos e com cronograma e orçamento sendo seguidos rigorosamente. Deve ser uma política de Estado. Me chamem de louco, mas a China tem uma política que está em vigor a 50 anos e pasmem seguem a cartilha rigorosamente. Claro a cultura, um único partido e tudo o mais, mas acredito que podemos tirar proveito de alguma coisa daquele que é o projeto mais ambicioso da era moderna (a expansão econômico-social-militar chinesa.
Olha,
Muito bom. Esclarece bastante. Quanto custaria recuperar o Arsenal? Se, fosse recuperado e modernizado, há certeza que o Arsenal receberia os projetos estratégicos daí em diante?
O presidente e todos os setores econômicos como montadoras, agronegócio e outros têm usado uma palavra ou duas. Eficácia e eficiência.
Estatais sem receita que dependem de capitalização são modelos de eficiência? O projeto das CCTs teria ficado melhor com o Arsenal?
Surgiram notícias que por esgotamento do orçamento do Prosub poderia haver uma permuta de Itaguaí com os franceses. E que os subs convencionais poderiam ser oferecidos para venda fora do Brasil. Verdade ou não verdade mostra como tratamos com pontualidade assuntos que deveriam ser longos. Não se recupera indústria nenhuma (naval, pesada, implementos, carrocerias) interrompendo projetos.
Na posse do presidente (a primeira que assisti de cabo a rabo) notei que durante o percurso várias obras viárias estão pendentes e inacabadas em Brasília. Porque é assim que tratamos a coisa pública. Contingencia. Engaveta.
Não é possível discordar do texto do DAN. É objetivo. É racional. Mas significa privilegiar encomendas e trabalhos a estatais? Mostra que não é certo contar com estaleiros privados porque eles sofrem (como qualquer negócio) de descapitalização e da falta de outras encomendas que asseguram o fluxo de caixa?
Recuperar, ok. Modernizar, ok. Mas para esse modelo se perpetuar deve haver encomendas frequentes e rotineiras. Talvez de navios menores.
Sendo estatal, mais despesa com custeio de gente na estrutura pública. Contratando por demanda mais despesa previdenciária da CLT.
Sendo um modelo de construção para estaleiros privados, se houver contigenciamentos, pronto. Para tudo e leva anos é mais anos para montar um meio.
Penso que antes de decidir ou de se entregar a construção das CCTs a qualquer um (estatal ou privado) precisamos entender claramente o que queremos dos dois. O que esperar de estaleiros públicos? Demoram mais?Retém e detém absorção de conhecimento? Os particulares quando estão saudáveis são mais eficientes?
Mas…não dá tempo para as CCTs. Um estaleiro privado irá vencer. E parece que com Napip. E as próximas? As fragatas de 6 mil toneladas também serão entregues a terceiros? Teremos vários modelos de construção naval sem nenhuma cooperação e similaridade entre eles?
Esse país é muito confuso.
02/01/19 – quarta-feira, bnoite, PADILHA, este texto foi tirado do fundo de sua alma, eu (vovozao) tive oportunidade de ver as FCN, serem construídas; passávamos diariamente de barcas, e, víamos elas crescendo; chapas que não estavam ontem; era lindo; hoje vemos o AMRJ; parecendo um cemitério, vamos rejuvenescer, e, caso necessário temos parado logo ao lado o da PETROBRÁS; antigo SERMETAL, mão-de-obra temos quantos bons/muito bons engenheiros/soldadores etc…. desempregados neste RJ que está com.tantos estaleiros fechado, contratem através da Engeprom como mão-de-obra contratada, todos ficariam muito felizes em ter um serviço mesmo temporário 4/5 anos cada corveta/fragatas. Vamos tentar quanta coisa vai se conseguir.
Vovozão, este texto não é meu. Ele é de um engenheiro naval que trabalhou no AMRJ no passado. O nome dele está bem no início do texto. Ok?
100%
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É o que eu venho falando. Estão errando com a contratação das CCT em um Estaleiro privado, cujo qual a MB não tem participação alguma no tocante a decisões para o futuro.
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Enquanto isso, AMRJ está ali, largado… E a duras penas, cumpre a missão.