Por Luiz Padilha
Na última reunião da Comissão Interministerial para Recursos do Mar, realizada no último dia 2 de setembro, foi anunciada a assinatura pela SECIRM e a empresa chinesa CEIEC do contrato para a reconstrução da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF).
O acordo celebrado, em 31 de agosto, prevê a conclusão das obras em 540 dias e o investimento de US$ 99,6 milhões de dólares, a serem desembolsados em três anos, a partir de 2016.
A partir de agora, a CEIEC poderá iniciar os trabalhos na região, durante o próximo “verão antártico”, tendo por base o projeto do escritório brasileiro “Estúdio 41”, escolhido por meio de concurso.
As instalações terão uma área de aproximadamente 4.500 m², a fim de abrigar 64 pessoas em dois blocos.
Esse projeto privilegiou ampliações e melhorias no espaço destinado aos laboratórios de pesquisa, cujas especificações estão de acordo com as necessidades e orientações da comunidade científica.
A reconstrução da EACF garante a continuidade das pesquisas brasileira na região e confirmam o comprometimento do país com o futuro do continente gelado.
Legal, eu adoraria ver algum canal desses (Discovery) acompanhar a construção e fazer um documentário!!!
Tudo que se compra hoje em dia é feito na China. Desde os celulares ruins até os Iphones da apple. Chineses fabricam de acordo com a demanda, se existe uma demanda no mundo por coisa ultra baratas e sem qualidade, eles fabricarão. Mas não significa que eles não saibam fazer coisas de qualidade.
Caro Fred:
Na realidade, a concepção da EACF-II a que você se refere é a preliminar, concebida pelo estúdio vencedor do concurso. Depois foram feitas várias adequações técnicas, e, dentre outras coisas, optou-se por uma treliça como sustentação dos dois blocos principais –a figura no topo da página ilustra justamente essa segunda versão.
Optou-se pela treliça por esta ser mais barata ou por esta ser mais segura/adequada?Particularmente preferia o projeto original com os pilares hidráulicos por uma questão arquitetônica, enfim no final o que importa é que a base seja funcional e não bonita. De qualquer forma essa nova base esta anos luz a frente de tudo que já tivemos na Antártica até hoje.
No site da empresa que projetou a base, as imagens continuam mostrando o sistema com pilares hidráulicos, embora no vídeo que aparece na página, apareça a versão sustentação fixa. Não sei qual versão foi escolhida…
Provavelmente o Studio 41 ofereceu as duas versões e a escolha foi feita de acordo com o bolso, ou seja: A mais barata, sem pilares hidráulicos…
Dada a sua localização na Ilha Rei Jorge e estar assentada diretamente em terra firme; não sobre o gelo como a base alemã; é provável que nem seja necessário o referido sistema de pilares hidráulicos no caso da base brasileira. Afinal a Base Comandante Ferraz funcionou durante 28 anos nestas instalações:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/92/Comandante_ferraz.jpg
http://static.panoramio.com/photos/1920×1280/20097906.jpg
http://www.estudio41.com.br/?conteudo=projeto&id=54
Caros Jr e Fred:
Não sei a razão da escolha da treliça, mas deve passar pela desnecessidade de elevação dos prédios, justamente por estarem fixados na rocha. Mas concordo que a versão com pilares era mais ‘clean’.
Há duas estações de pesquisa no estado da arte , ambas instaladas em pleno manto de gelo e dentro do círculo polar antártico, que saíram mais barato do que a EACF-II custará: Neumayer III (Alemanha) e Halley VI (Reino Unido).
Neumayer III, construída em 2009 e com cerca de 1.850 m² de área aquecida, teve o preço de €39 milhões (http://www.welt.de/wissenschaft/article3233166/Deutschlands-neuer-High-Tech-Bau-in-der-Antarktis.html). É uma obra interessantíssima, dotada de pilares hidráulicos acionados eletricamente, que elevam todo o conjunto, pesando 2.300t, impedindo que a base seja coberta de gelo, já que na região o acúmulo de neve chega a quase 1m anual. A Alemanha fixou-se na plataforma de gelo Ekstrom em 1981, e as duas estações anteriores jazem hoje sob vários metros de gelo, avançando rumo ao mar (assim como a base atual) a uma taxa aproximada de 200m anuais. Isso ocorre porque, à medida em que o gelo se acumula, a massa da plataforma vai se deslocando até transformar-se em icebergs.
Já o Reino Unido está presente desde 1956 na plataforma de gelo Brunt, região que tem as mesmas características da zona referida acima, mas com acúmulo de 1,2m de neve por ano. A longevidade da permanência britânica sob tais condições permite que se observe a evolução do conceito de estação polar, através das técnicas construtivas adotadas nas bases que se sucederam ao longo dos anos. A primeira estação, Halley I, era feita de madeira e foi abandonada em 1968. A segunda era também de madeira, mas tinha o teto reforçado para suportar o peso da neve, durando, porém, só de 1967-1973. A terceira construção, de 1973, foi feita dentro de tubos de aço, terminando por ser abandonada em 1984, quando já estava debaixo de 12 a 15 metros de gelo e apresentava problemas de ventilação. Halley IV também foi construída dentro de tubos, só que feitos de compensado. Foi usada entre 1983 e 1992. A quinta base adotou um outro conceito: em 1992, construíram-se os prédios sobre plataformas de metal, regularmente levantadas. Isso permitiu que os britânicos, pela primeira vez, desmontassem a estação antiga e a levassem de volta para seus domínios, conforme preconiza o Protocolo de Madri do Tratado Antártico (1991). Todas as outras quatro estações foram simplesmente abandonadas e algumas delas já devem estar hoje no fundo do mar de Weddel.
A estação Halley VI, com 1.510m², foi inaugurada em 2012, ao custo de £26 milhões (equivalentes, na época, a mais ou menos US$ 40 milhões – http://www.csmonitor.com/Science/2013/0206/New-British-Antarctic-research-base-travels-on-skis). Trata-se de um projeto ainda mais surpreendente e audacioso do que a base alemã, pois, além de também ser elevável, a estação é montada sobre esquis, o que permite seu deslocamento anual.
Quem se interessou pode saber mais sobre as duas bases nos seguintes endereços: http://www.awi.de/en/expedition/stations/neumayer-station-iii.html e https://www.bas.ac.uk/polar-operations/sites-and-facilities/facility/halley/.
Aqui, é mostrado o procedimento para erguer Neumayer III: https://www.youtube.com/watch?v=0F89JGbSopU.
E aqui, um pouco de suas atividades: https://www.youtube.com/watch?v=mBxaJ6dTVDg.
Finalmente, imagens das estações Halley antigas e da atual, incluindo o procedimento de movimentação de Halley VI: https://www.youtube.com/watch?v=VaY75zYLyFk.
Salvo melhor juízo, as duas bases são obras bem mais complexas do que a EACF-II, tanto pelas tecnologias empregadas, quando pela logística (ainda mais) extrema envolvida. Por outro lado, consta que elas têm área menor do que a EACF-II (que possuirá 4.500 m²). Também é necessário recordar que o atual já é o segundo processo licitatório para a construção: em fevereiro de 2014 não houve interessados, para um preço máximo de R$ 147,7 milhões. Enfim, a EACF-II não é uma obra barata e nem simples de ser executada, mas torçamos para que fique bem feita. E torçamos mais, para que em um futuro não muito distante o Brasil possua uma segunda estação antártica, no continente e dentro do círculo polar. Quando o Tratado Antártico for revisto, em 2048, os países de presença mais expressiva terão influência nas negociações que decidirão o destino do continente.
Tudo feito por países sérios é muito mais barato, aqui tem o custo Brasil, os “bônus” que militares e políticos com certeza vão levar nessa. Não nos esqueçamos que a base anterior foi perdida por negligência, falta de comando e imperícia e deu em nada, quem vai pagar o pato é a viúva, como diz um jornalista famoso…
Não sei se você leu o que o Fabrício escreveu, mas a base alemã foi construída em 2009 e tem cerca de 1.850 metros quadros, a base brasileira vai começar a ser construída em 2016 e terá aproximadamente 4.500 metros quadrados, ou seja, ela vai ser construída 6 anos após a base alemã e terá mais do dobro do tamanho da base alemã, você não espera que ela custe o mesmo que a base alemão custou não é? Quem quiser saber mais ou tem alguma curiosidade de como vai ficar a base é só dar uma passada no site do estúdio 41(www.estudio41.com.br) lá tem vídeo, desenhos das plantas da estação e desenhos de como a estação vai ficar por dentro e por fora.
Menos calunias por favor.
Fabricio Tavares,
a base brasileira também será sustentada por um sistema de pilares hidráulicos, que poderá alterar a altura do solo de acordo com a camada de neve… Conferir no vídeo abaixo:
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https://youtu.be/2CVqVUxY1ZI
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O sistema é diferente do da base alemã, porém são também situações diferentes, a base brasileira está situada na “Ilha Rei Jorge” e seus pilares são assentados diretamente sobre o solo rochoso.
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Já a base Neumayer-Station III, situada na borda do continente Antártico, está assentada diretamente sobre uma camada de gelo “móvel”…
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Para visualizar melhor as diferentes situações entre as bases, no mapa abaixo, “A” indica a localização da base alemã e “B”, a base brasileira:
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http://binged.it/1FpZWfs
Enfim, me parece que o projeto da base brasileira é muito bom, em nada inferior ao da referida base germânica…
As estações da alemanha e reino unido custaram cerca de 20 e poucos mil dolares por metro quadrado. A base brasileira vai custar cerca de 22 mil dolares por metro quadrado. Absolutamente dentro da média de mercado.
Chineses constroem arranha céus como quem constrói cercas,então confio neles
Barato? 400 milhões de reais, ta de brincadeira né
é mais num pais que se paga 150 milhoes em um helicoptero e 450 milhoes em um gripen mais nada de se esperar.
Você acha 100 milhões de dólares caro construir um base dessa na Antártica????? Os chineses não tem culpa do nosso real ter sido a moeda que mais se desvalorizou no mundo, por isso que em real pareceu ficar tão caro, mas se isso tivesse sido liberado a um tempo atrás como deveria, o preço não ia ficar tão caro em reais como parece ter ficado. No mais mais uma vitória para a marinha e para os cientistas brasileiros nesses tempos tão difíceis, tenho certeza que os chineses vão entregar a obra no tempo e principalmente sem aditivos.
Esse é meu medo, o barato sai caro !
Principalmente numa região tão inóspita como essa, a empresa Finlandesa, que ficou em 2° lugar, e que tem vasta experiência nessa área, entrou com recurso, porém sem sucesso.
Espero sinceramente, que não tenhamos notícias desagradáveis no futuro sobre essa estação Antártica.
A China já tem alguma experiencia em construções na Antártida:
http://www.publico.pt/ciencia/noticia/quarta-estacao-da-china-na-antarctida-e-em-forma-de-ovni-1623374
A “base OVNI”, da matéria acima, foi construída em apenas 53 dias…
ótima noticia e sabendo que é uma empreiteira estrangeira fico sossegado com relação ao prazo de entrega
Ao menos vamos ter a ctz q e Estação sera entregue no tempo mais curto possível .. e com qualidade
Notícia ótima, depois ter escutado a preocupação de cientistas do PROANTAR devido ao corte no orçamento da marinha.
Uma pena ser uma construtura chinesa, mas depois de todo este mar de lama que evidenciou o MPF e a PF, melhor que seja assim, pelo menos não haverá atrasos na entrega, por causa de algum sobre preço pedido por aditivos.
Nenhuma empresa nacional se interessou em pegar a empreitada pelo preços ofertados…
Pena que o MPF e a PF não possam agir também em São Paulo, porque em matéria de lama, este estado e seu administrador o PSDB não ficam nada a dever a quem quer que seja.
Só espero que a nova Estação de Pesquisas brasileira na Antártida não seja uma estação xing ling…kkkkkkkkkkkkkkkk!!!